domingo, 29 de maio de 2011

Aumento na procura faz brasileiros esperarem meses por passaporte



Em algumas cidades o agendamento demora até três meses. Para tentar diminuir a espera, cidades estenderam o horário de funcionamento.


Mais brasileiros estão querendo viajar para o exterior e agora enfrentam um problema: conseguir o passaporte. Em algumas cidades, a demora para agendamento chega a 90 dias.
O administrador Leandro Vargas Costa vai se casar e não quer ficar sem a lua de mel, nos Estados Unidos. Para conseguir o passaporte a tempo ele veio do Rio de Janeiro para Belo Horizonte. Mas Leandro conseguiu.

No Rio e em São Paulo, o agendamento demora até 90 dias. Um dos motivos é a procura que aumentou em quase 40% em todo Brasil nos primeiros quatro meses de 2011. Na capital mineira, a espera é um pouco menor: 30 dias.
Em algumas cidades onde a procura aumentou bastante, para tentar diminuir a espera, o horário de funcionamento foi estendido. A Polícia Federal reconhece que a infra-estrutura é insuficiente para acompanhar tantos pedidos.
Em Belo Horizonte, mais gente foi contratada para o atendimento, mas falta o principal.
“Não temos equipamentos suficientes, computador e guichê para atendimento. Não tem a quantidade para atender a demanda que aumentou demais”, mostra o chefe delegado de Imigração de Minas Gerais, Rodrigo de Melo Teixeira.
Alunos de MBA, ao todo 400 de uma instituição precisam entregar a documentação com antecedência para concluir o curso no exterior. A turma de outubro corre o risco de não embarcar.
“Nesse caso ele vai ser considerado como reprovado na turma dele”, lembra o coordenador de programas internacionais do IBS-FGV, Kleber Câmara.
“Mexe com toda sua estrutura familiar e financeira. Então é importante que você consiga cumprir com todos os prazos”, diz a estudante MBA e consultora de RH, Silvia Stancioli.
Prazo é o que a professora Fernanda Reis Almeida não tem. Quase um mês de espera para fazer o documento, e ela não sabe se vai poder acompanhar o marido em uma viagem de trabalho.
“Se eu tiver que ficar aqui, vou ficar muito triste. Porque a Europa é o meu sonho”, conta Fernanda Reis.
A Polícia Federal informou que vai comprar 800 computadores e que iniciou o processo de modernização da rede e dos sistemas de atendimento, que deve estar concluído em um mês.

terça-feira, 24 de maio de 2011

A África que fala Francês


 Países normalmente considerados francófonos. 
Estes países têm 321 milhões, 

s
egundo censos de 2007. Prevê-se que em 2050 esse valor atinja os 733 milhões de habitantes.


██ Países às vezes considerados francófonos


Zona Francófona (onde se fala o francês) na África é composta por (clique sobre os países para saber mais):

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Projeto do governo auxilia missionários brasileiros no exterior


O Ministério das Relações Exteriores (MRE) realizou, por meio da Subsecretaria-Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior do MRE (SGEB) e o Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior (CRBE) uma reunião sobre as ações que o governo federal pretende executar “em benefício dos brasileiros no exterior”.
    Realizada entre os dias 2 e 6 de maio essa reunião teve como resultado a aprovação de um “Plano de Ação” para o biênio 2011-2012, compreendendo a realização conjunta de cerca de 100 atividades voltadas ao atendimento de demandas da diáspora brasileira. O Plano cobre as áreas de serviço e assistência consulares; políticas para as comunidades expatriadas; educação; previdência social; trabalho; saúde; assistência social e direitos humanos; cultura e comunicação; temas econômicos; e ciência e tecnologia.
    Esse projeto merece atenção especial de missionários brasileiros no exterior e de suas respectivas agências de envio e apoio a missões transculturais já que a política do Governo brasileiro para seus nacionais no exterior vem sendo aprimorada nos últimos anos, por meio de uma série de iniciativas, para responder ao fenômeno do aumento da emigração brasileira.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

MISSÕES NO SERTÃO - QUAL A SUA PARTE?


A evangelização do mundo é um fato singular na história do cristianismo em todos os tempos. O cristianismo em sua forma pura e essencial tem como objetivo primordial apresentar ao homem perdido a oportunidade da Salvação. 

O Novo Testamento é um livro essencialmente missionário. Os Evangelhos relatam a obra missionária de Jesus e o livro de Atos é uma narrativa do trabalho missionário dos apóstolos, sobretudo do Apóstolo Paulo e seus inúmeros cooperadores e auxiliares. 

Missionários foram espalhados pelo mundo, impulsionados e dirigidos pelo Poder de Deus e desta forma o Evangelho atingiu os povos. Paulo, o maior dos primeiros missionários foi usado por Deus para levar o Evangelho ao império romano. 
Hoje, a necessidade de evangelizar o mundo é um grande desafio, pois vivemos em um mundo de crenças conflitantes, confusas, de problemas complexos e de uma tremenda necessidade espiritual. 
A humanidade confusa e aflita pergunta: ”Para onde caminha a humanidade?” Quem conhece a Bíblia sabe que Deus controla os ponteiros do tempo. Em meio à confusão geral, a mão Onipotente de Deus movimenta-se, executando seu plano e propósito imutável. 
O grande evangelista George Whitifield afirmou: “Estou esperando a vinda do Filho de Deus”. Mas ele não ficou de braços cruzados sem nada fazer. Ele gastou a sua vida na proclamação da mensagem de salvação. 
Somos impactados e impulsionados a viver proclamando a nossa geração que Jesus Cristo é a Única Esperança para a humanidade. A suprema tarefa da Igreja é a evangelização do mundo. Missões: o desafio continua. 


O Nordeste é a segunda região mais populosa do Brasil, com mais de 50 milhões de pessoas, uma das mais problemáticas do mundo. O Nordeste brasileiro tem sido alvo das mais terríveis secas registradas em nosso país; secas essas que dizimam seres humanos e animais. A seca, a injustiça social e a falta de vontade política fizeram com que os sertões nordestinos se tornassem “miseráveis” e em muitos lugares inabitáveis. No nordeste também milhares de pessoas são vítimas da pior seca e da maior calamidade: viver sem esperança de Jesus Cristo. A região do Sertão tem sido a menos evangelizada do Brasil. Cerca de 200 cidades possuem menos de 1% de evangélicos, além de muitas outras vilas, povoados e comunidades que não têm nenhuma presença da igreja de Jesus Cristo. O povo sertanejo vive escravizado por toda sorte de escravidão que você possa imaginar. Precisamos alcançar o sertão com a mensagem de esperança de Jesus. Sua evangelização é questão de honra ao nosso Deus e de socorro ao sertanejo que se degenera numa ignorância que só dá lucro idolatria ao reino das trevas. O Projeto Missionário “alcançando o Sertão” nasceu da necessidade de uma ação missionária que corresponde ao clamor do povo sertanejo. “de fato, tenho visto a aflição do meu povo... e tenho ouvido seu clamor por causa dos opressores”. (Êxodo 3: 7). Quem quer aceitar este desafio?A aflição do Povo Sertanejo é uma realidade constante e histórica.
1 – As duras secas;
2 – Os terríveis sofrimentos;
3 – Os exploradores e opressores;
4 – As injustiças (sociais e espirituais);
5 – A seca, a fome, a miséria, a falta de expectativa e esperança;
6 – A pior seca – Viver sem a esperança de Jesus.
      A história do Nordeste sempre foi marcada pela: Exploração, violência e preconceito. O sociólogo Gilberto Freyre disse: “O Nordeste tem uma história de uma estrutura social rígida, de senhores e escravos, de casas grandes e senzalas, de sobrados e mocambos”.
     A realidade atual: 15 milhões de Nordestinos Sertanejos vivendo dentro de um contexto de sofrimento social e espiritual. O Sertão Nordestino tem sido uma terra de aflição, sofrimento e opressão.
     Podemos ser instrumentos de libertação entre o povo sertanejo, mas para isso é necessário ação, iniciativa, generosidade, doação e disposição para ser usado por Deus na expressão de solidariedade em prol do povo sertanejo. Vamos juntos alcançar e ajudar a mudar a história deste povo.
   “A evangelização do mundo tem passagem obrigatória pelo Sertão”. 

  Investir na EVANGELIZAÇÃO do Sertão não é uma caridade: É uma PARCERIA que ajuda a promover a oportunidade de salvação e libertação de vidas.  

    Pr. Silvany Luiz
 E-mail:   sluizrn@yahoo.com.br

sábado, 7 de maio de 2011

CRISTÃOS E MUÇULMANOS: UMA LONGA HISTÓRIA DE CONFLITOS

Alderi Souza de Matos

Introdução

Estamos acostumados a ouvir notícias sobre o relacionamento hostil entre palestinos e judeus em Israel. Vez por outra, também tomamos conhecimento de violentos choques entre muçulmanos e adeptos do hinduísmo e de outras religiões na Índia e em outros países asiáticos. Todavia, mais antigo e mais pleno de conseqüências para o mundo tem sido o relacionamento tenso - por vezes abertamente belicoso - entre cristãos e muçulmanos há quase 1400 anos. Os atentados terroristas nos Estados Unidos e outros países, as ações militares norte-americanas no Afeganistão e posteriormente no Iraque, e as iradas manifestações de muçulmanos em muitos países constituem mais um capítulo dessa longa história de conflitos.

1. O advento do islamismo

O Islamismo ou Islã foi fundado pelo mercador árabe Maomé (Muhammad, c.570-632) no início do século sétimo da era cristã. Essa que é a mais recente das grandes religiões mundiais sofreu influências tanto do judaísmo quanto do cristianismo, mas ao mesmo tempo opôs-se firmemente a ambos, alegando ser a revelação final de Deus (Alá). O livro sagrado do islamismo, o Corão (Qur`an), teria sido revelado pelo próprio Deus a Maomé, o último e maior dos profetas. A idéia básica do islamismo está contida no seu nome - islã significa "submissão" plena à vontade de Alá e "muçulmano" é aquele que se submete. Os preceitos centrais dessa religião incluem a recitação diária de uma confissão ("Não existe Deus senão Alá e Maomé é o seu profeta"), bem como a prática da caridade e do jejum, sendo este último especialmente importante durante o dia no mês sagrado de Ramadã. O culto é regulado de maneira estrita. Os fiéis devem orar cinco vezes ao dia, de preferência em uma mesquita ou então sobre um tapete, sempre voltados para Meca, a cidade sagrada do islã, na Arábia Saudita. Nas sextas-feiras, realizam-se cerimônias especiais. A peregrinação a Meca ao menos uma vez na vida também é uma prática altamente valorizada.

Desde o início o islamismo foi uma religião aguerrida e militante, marcada por intenso fervor missionário. Um conceito importante é o de jihad, ou seja, o esforço em prol da expansão do islã por todo o mundo. Esse esforço muitas vezes adquiriu a conotação de guerra santa, como aconteceu de maneira especial no primeiro século após a morte de Maomé, em 632. Movidos por um profundo zelo pela nova fé, os exércitos muçulmanos conquistaram sucessivamente a península da Arábia, a Síria, a Palestina, o Império Persa, o Egito e todo o norte da África. Nesse processo, o cristianismo foi enfraquecido ou aniquilado em muitas regiões nas quais havia sido extremamente próspero nos primeiros séculos. Lugares como Antioquia, Jerusalém, Alexandria e Cartago, onde viveram os Pais da Igreja Orígenes, Cipriano, Tertuliano e Agostinho, foram permanentemente perdidos pelos cristãos. Em 674, os muçulmanos lançaram os seus primeiros ataques contra Constantinopla, a grande capital cristã do Império Bizantino.

No ano 711, os mouros atravessaram o estreito de Gibraltar sob o comando de Tarik (daí Gibraltar, isto é, "a rocha de Tarik") e invadiram a Península Ibérica, ocupando a maior parte do território espanhol. Em seguida, atravessaram os Pirineus e penetraram na França, mas foram finalmente derrotados por um exército cristão comandado por Carlos Martelo, o avô de Carlos Magno, na batalha de Tours, em Poitiers, no ano 732. É verdade que, tanto no Oriente Médio e no norte da África quanto na Península Ibérica, os sarracenos foram relativamente tolerantes com os cristãos e os judeus. Estes geralmente não eram forçados a se converterem ao islamismo, mas tinham de pagar um imposto caso não o fizessem. Em todas essas regiões, muitos acabaram aderindo à nova religião. Em diversas áreas que conquistaram, os seguidores de Maomé criaram grandes centros de civilização, como foi o caso de Bagdá, do Cairo e da Espanha. O Califado de Córdova foi marcado por notável prosperidade, destacando-se pela sua belíssima arquitetura, seus elaborados arabescos, seus avanços nas ciências, literatura e filosofia.

2. As Cruzadas

O avanço islâmico teve profundas repercussões para o cristianismo. Como vimos, a Igreja Oriental ou Bizantina foi seriamente enfraquecida, tendo perdido algumas de suas regiões mais prósperas. A Igreja ocidental ou romana voltou-se mais para o norte da Europa. Com isso, o cristianismo tornou-se mais europeu e menos asiático ou africano. Também foi acelerado o processo de separação entre as Igrejas grega e latina. Outro problema para os cristãos foi a mudança da sua postura com relação à guerra e ao uso da força. Desde o início, os cristãos tinham aprendido de Cristo e dos apóstolos a prática do amor e da tolerância no relacionamento com o próximo. Agora, num mundo cada vez mais hostil à sua fé, eles acabaram abandonando muitos de seus antigos valores e passaram a elaborar toda uma série de justificativas filosóficas e teológicas para legitimar a violência em certas situações. Esse processo havia se iniciado com a aproximação entre a Igreja e o Estado a partir do imperador Constantino, no quarto século, tendo se intensificado nos séculos seguintes. Num primeiro momento, legitimou-se o uso da força contra grupos cristãos dissidentes ou heréticos, como os arianos e os donatistas. Séculos mais tarde, os cristãos haveriam de articular a sua própria versão de guerra santa, dirigindo-a principalmente contra os muçulmanos.

A maior, mais prolongada e mais sangrenta confrontação entre cristãos e islamitas foram as famosas Cruzadas, que se estenderam por quase duzentos anos (1096-1291). Antes disso, a cristandade já havia começado a lutar contra os muçulmanos na Espanha, no que ficou conhecido como a Reconquista, intensificada a partir de 1002 com a extinção do Califado de Córdova. Desenvolveu-se, assim, a partir da Península Ibérica, uma forma de catolicismo agressivo e militante, que haveria de estender-se para outras partes do continente. As cruzadas foram um fenômeno complexo cuja causa inicial foi a impossibilidade de acesso dos peregrinos cristãos aos lugares sagrados do cristianismo na Palestina. Por vários séculos, os árabes haviam permitido, salvo em breves intervalos, as peregrinações cristãs a Jerusalém, e estas haviam crescido continuamente. Todavia, a situação mudou quando os turcos seljúcidas, a partir de 1071, conquistaram boa parte da Ásia Menor e em 1079 a cidade de Jerusalém, fazendo cessar as peregrinações. Com isso surgiu na Europa um clamor pela libertação da Terra Santa das mãos dos "infiéis".

A primeira cruzada foi pregada pelo papa Urbano II, em Clermont, na França, em 1095, sob o lema "Deus vult" (Deus o quer). Depois de uma horrível carnificina contra os habitantes muçulmanos, judeus e cristãos de Jerusalém, os cruzados implantaram naquela cidade e região um reino cristão que não chegou a durar um século (1099-1187). A quarta cruzada foi particularmente desastrosa em seus efeitos, porque se voltou contra a grande e antiga cidade cristã de Constantinopla, que foi brutalmente saqueada em 1204. A oitava cruzada encerrou essa série de campanhas militares que trouxe alguns benefícios, como o maior intercâmbio entre o Oriente e o Ocidente e a introdução de inventos e novas idéias na Europa, mas teve efeitos adversos ainda mais profundos, aumentando o fosso entre as Igrejas latina e grega e gerando enorme ressentimento dos muçulmanos contra o Ocidente cristão, ressentimento esse que persiste até os nossos dias.

3. A Reconquista

É verdade que alguns cristãos daquele período tiveram uma atitude mais construtiva em relação aos islamitas, procurando ir ao seu encontro com o evangelho e não com a espada. Tal foi o caso de alguns dos primeiros membros das novas ordens religiosas surgidas no início do século XIII, os franciscanos e os dominicanos. O mais célebre missionário aos muçulmanos foi o franciscano Raimundo Lull (c.1232-1315), de Palma de Majorca, que fez diversas viagens a Túnis e à Argélia. Todavia, o espírito predominante do período foi o de beligerância não só contra os muçulmanos, mas mesmo contra grupos cristãos dissidentes, como foi o caso dos cátaros ou albigenses, no sul da França, aniquilados por uma cruzada entre 1209 e 1229. Também data dessa época o estabelecimento da temida Inquisição. Na Espanha, a Reconquista tomou ímpeto no século XIII e a partir de 1248 os mouros somente controlaram o Reino de Granada. Nos séculos XII e XIII, nesse contexto de luta contra os mouros, houve o surgimento de Portugal como um reino independente.

O Reino de Granada foi finalmente conquistado pelos reis católicos Fernando e Isabel em 1492, o mesmo ano do descobrimento da América. Após um período inicial de tolerância, foi lançada contra os mouros uma campanha de terror visando forçar a sua conversão e finalmente, em 1502, todos os muçulmanos acima de catorze anos que não aceitaram o batismo foram expulsos, assim como havia acontecido com os judeus dez anos antes. Sob a liderança de Tomás de Torquemada, a Inquisição espanhola, organizada em 1478, voltou-se de maneira especial contra os mouriscos e os marranos (muçulmanos e judeus convertidos ao cristianismo) acusados de conversão insincera.

Ao mesmo tempo em que o islamismo sofria essas pesadas perdas na Península Ibérica, obtinha estrondosos sucessos no Oriente Médio e na Europa oriental. Um novo poder islâmico, os turcos otomanos vindos da Ásia Central, depois de se estabelecerem firmemente na Ásia Menor, invadiram em 1354 a parte européia do Império Bizantino, gradualmente estendendo o seu domínio sobre os Bálcãs, em regiões que estiveram há alguns anos nos noticiários (Sérvia, Bósnia-Herzegovina, Albânia). Em 1453, eles tomaram Constantinopla (hoje Istambul), selando o fim do antigo Império Romano Oriental e impondo novas e pesadas perdas à Igreja Ortodoxa. Nos séculos XVI e XVII, os exércitos turcos haveriam de cercar por duas vezes Viena, a capital da Áustria (1529 e 1683).

4. Os dois últimos séculos

Um período especialmente humilhante para os muçulmanos diante do Ocidente cristão foi o colonialismo dos séculos XIX e XX, em que virtualmente todas as regiões islâmicas do Oriente Médio e do norte da África ficaram sob o domínio de países europeus como a França, a Inglaterra, a Itália e a Espanha. Até o início do século XIX, aquelas regiões tinham sido parte do vasto Império Otomano, com sua capital em Istambul. Com o colonialismo chegaram os missionários, tanto católicos como protestantes, com suas igrejas, escolas e hospitais. Após a Primeira Guerra Mundial, à medida que as novas nações árabes foram alcançando a sua independência, houve o crescimento do sentimento nacionalista e a reafirmação dos valores islâmicos. Ao mesmo tempo, o islamismo há muito havia ultrapassado os limites do mundo árabe, tendo alcançado, além dos persas e dos turcos, muitos outros povos na África e na Ásia, chegando até a Indonésia, hoje a maior de todas as nações muçulmanas, com mais de 100 milhões de habitantes. Em muitas dessas nações, árabes ou não, a presença de populações cristãs tem produzido graves conflitos entre os dois grupos, como tem ocorrido muitas vezes na Indonésia. Um acontecimento pouco divulgado foi o pavoroso genocídio promovido pelos turcos contra os armênios cristãos no início do século XX.

Outro evento que acabou por gerar nova animosidade entre os países muçulmanos e o Ocidente cristão foi a criação do Estado de Israel, em 1948, e a percepção de que o Ocidente, principalmente os Estados Unidos, apóia incondicionalmente o Estado Judeu em sua luta contra os palestinos e outros povos árabes. Dois novos ingredientes nessa luta foram o súbito enriquecimento de algumas nações árabes com a exploração do petróleo e o surgimento do fundamentalismo militante entre os xiitas, uma antiga facção islâmica minoritária ao lado da maioria sunita. A militância islâmica tem gerado várias revoluções e o surgimento de regimes islâmicos, como aconteceu há alguns anos no Irã. Além do apoio dos Estados Unidos a Israel, os fundamentalistas se ressentem da presença de tropas americanas na Arábia Saudita, o berço do islã, e da influência cultural do Ocidente nos seus respectivos países, vista como danosa para a sua fé e seus valores tradicionais.

Neste início do século 21, o islamismo representa o maior desafio para o cristianismo, em diversos sentidos. A invasão do Iraque e a enorme violência fratricida dela resultante têm sido muito negativas para a imagem do cristianismo junto aos muçulmanos. Ao contrário do que foi propalado no início da ocupação, as ações do presidente George W. Bush com o respaldo de muitos cristãos americanos não têm sido benéficas para a causa do evangelho no mundo islâmico. A situação dos cristãos que vivem em países muçulmanos também se agravou muito nos últimos anos. Como um dos "povos do livro" (expressão aplicada aos judeus e cristãos, visto serem mencionados no Corão), os cristãos precisam reconhecer os muitos erros cometidos contra os muçulmanos ao longo da história e renovar a sua determinação de contribuir para o bem-estar político, social e espiritual dos herdeiros de Maomé.

Perguntas para reflexão:
  1. Existe hoje, no Ocidente, uma atitude de crescente simpatia pelo islamismo, seus valores e sua cultura. Como os cristãos devem posicionar-se a esse respeito?
  2. Para um grande número de ocidentais, o interesse de muitos cristãos pela evangelização do mundo islâmico é algo "politicamente incorreto". O que se pode dizer disto?
  3. É legítima a contínua associação feita pelos muçulmanos entre as ações de governos e empresas ocidentais e o cristianismo? É lícito concluir que as ações políticas, militares e econômicas do Ocidente no mundo islâmico são motivadas por preocupações cristãs ou aprovadas pelos cristãos em geral?
  4. Os muçulmanos gozam de plena liberdade e tolerância religiosa no Ocidente, mas negam esses direitos aos cristãos no mundo islâmico. O que isso revela acerca do islamismo?
  5. De que maneiras os cristãos podem apoiar as reivindicações legítimas dos muçulmanos sem deixar de criticar os aspectos condenáveis do islamismo e sem se omitir nas suas responsabilidades missionárias para com o mesmo?
Sugestões bibliográficas:
  • ARMSTRONG, Karen. Em nome de Deus: o fundamentalismo no judaísmo, no cristianismo e no islamismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
  • BERTUZZI, Federico A. (Ed.). Rios no deserto: palestras sobre a evangelização de muçulmanos. São Paulo: Sepal, 1993.
  • CANER, Ergun Mehmet, e CANER, Emir Fethi. O islã sem véu: um olhar sobre a vida e a fé muçulmana. São Paulo: Editora Vida, 2004.
  • LO JACONO, Cláudio. Islamismo: história, preceitos, festividades, divisões. São Paulo: Globo, 2002.
  • RASHID, Ahmed. Jihad: a ascensão do islamismo militante na Ásia Central. São Paulo: Cosac e Naify, 2003.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

ONU quer ver malária erradicada até 2015

Esforço necessário
No Dia Mundial de Combate à Malária, a Organização das Nações Unidas (ONU) fez um apelo para que a doença seja erradicada até 2015.
A cada ano, mais de 780 mil pessoas, na maioria crianças, morrem em decorrência da malária.
Em uma mensagem divulgada hoje (25), o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu aos países que se esforcem para zerar o número de mortes provocadas pela doença até 2015.
De acordo com a ONU, a distribuição de mosquiteiros com inseticida tem ajudado a salvar centenas de vidas na África Subsaariana, região com alto índice de casos de malária, mas a luta contra a doença precisa ser intensificada em todo o mundo.
Estatísticas da malária
De 2005 a 2009, o número de casos e mortes de malária caiu pela metade no Brasil, passando de 607.801 notificações para 306.908, conforme balanço divulgado no fim do ano passado pelo Ministério da Saúde. As mortes caíram de 122 para 58 no mesmo período.
Para o governo, a queda está relacionada à ampliação do diagnóstico e ao acesso ao tratamento.
No entanto, a incidência da doença ainda é alta, principalmente nos estados da Amazônia Legal, que concentram quase a totalidade (98%) das notificações no país.
Em 2009, Pará e Amazonas lideraram as estatísticas, com quase 100 mil casos cada um.
Malária
A malária é causada por um parasita transmitido pela picada da fêmea infectada do mosquito Anopheles.
Os sintomas são fraqueza, febre alta, calafrios e dores de cabeça e no corpo.
Uma pessoa pode ser infectada várias vezes. Jovens com até 29 anos de idade, mulheres e crianças são as principais vítimas.
Não há vacina contra a malária. As formas de prevenção são o uso de telas em portas e janelas, mosquiteiros com inseticida e repelentes. O tratamento dura uma semana.
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