domingo, 27 de dezembro de 2015

Construindo bancos para a igreja


É de conhecimento geral que, em determinados contextos missionários, notadamente em regiões pobres e/ou isoladas, ou quando lutamos com falta de recursos financeiros, tem-se dificuldade em providenciar mobília (bancos/cadeiras, mesas e mesmo um púlpito) para a igreja.
Pensando nisso, publicamos aqui diversos vídeos onde se ensina a construção de alguns modelos de bancos simples. Os modelos podem ser adaptados para um tamanho maior, ideal para igrejas.



Construção de banco, vídeo em três partes







Agora alguns vídeos em inglês. Cada marceneiro constrói seu banco com pequenas variações, veja a que melhor se adapta às suas possibilidades.







 Banco feito de palets
  

sábado, 12 de dezembro de 2015

10 truques para aprender qualquer idioma


https://pt.babbel.com

Matthew Youlden fala nove idiomas fluentemente e entende, pelo menos, mais de doze. Nós trabalhamos no mesmo escritório em Berlim, assim, frequentemente, eu o vejo em ação utilizando suas ferramentas, trocando de idioma como um camaleão muda de cor. Na verdade, por um bom tempo, eu sequer sabia que ele era britânico.
Quando eu contei ao Matthew a batalha que foi para eu aprender um segundo idioma, ele me deu os seguintes conselhos. Dessa forma, se você acreditar que você nunca poderá ser bilíngue, preste bem atenção nas próximas linhas!

1. SAIBA O PORQUÊ VOCÊ ESTÁ FAZENDO ISSO

Isso parece óbvio mas se você não tiver uma boa razão para aprender um idioma, haverá menos probalidade de você se manter motivado durante a longa caminhada. Querer impressionar falantes do inglês com o seu francês não é uma boa razão: já, querer conhecer um francês ou uma francesa no seu próprio idioma, é algo completamente diferente. Não interessa o seu motivo, uma vez que você decidiu aprender um idioma, é fundamental se manter firme em sua decisão: “Tudo bem, eu quero aprender esse idioma e, por isso, vou fazer tudo o que puder neste idioma, com este idioma e por esse idioma.”

2. MERGULHE DE CABEÇA

Então, você fez a promessa. E agora, como fica? Como continuar? Há uma maneira certa, um caminho apropriado para aprender? Matthew recomenda a abordagem máxima de 360°: não importa quais ferramentas você usar, é fundamental praticar seu novo idioma todos os dias. “Eu tenho uma tendência de querer absorver o máximo possível no início. Assim, se eu estou aprendendo algo eu mergulho no aprendizado e tento usar o que estou aprendendo sempre que posso e todos os dias. Conforme os dias passam, eu tento pensar, escrever e falar comigo mesmo neste idioma. Para mim é preciso colocar em prática aquilo que você está aprendendo - seja escrevendo um e-mail, falando sozinho, ouvindo música, ouvindo rádio. Envolver-se, mergulhar na nova cultura é extremamente importante.” Lembre-se, a melhor forma de falar um idioma é fazer com que as pessoas falem com você. Ser capaz de ter uma simples conversa com alguém é uma enorme recompensa para si mesmo. Atingir metas como essas no início, tornará mais fácil a tarefa de manter-se motivado e continuar praticando: “Eu sempre tenho em mente que o melhor caminho é adaptar o próprio jeito de pensar ao jeito de pensar daquele idioma. Obviamente, o falante do espanhol ou o falante do hebraíco ou o falante do holandês não possue somente uma forma única de pensar, mas a ideia é utilizar o idioma para criar o seu próprio mundo linguístico.”

3. ENCONTRE UM PARCEIRO

Matthew aprendeu vários idiomas junto com o seu irmão gêmeo Michael (eles decifraram o seu primeiro idioma estrangeiro, o grego, quando tinham apenas oito anos). Matthew e Michael ou os irmãos super-poliglotas, como eu gosto de chamá-los, ganharam seus superpoderes através de uma saudável rivalidade entre irmãos. “Nós estávamos sempre muito motivados e ainda estamos. Nós nos provocamos constantemente, praticamente empurramos um ao outro para conseguirmos chegar lá de verdade. Se ele percebe que estou conseguindo mais que ele, ele fica meio enciumado e tenta me alcançar (talvez porque ele seja meu irmão gêmeo) - e vice-versa.” Mesmo que você não tenha um irmão para viver sua aventura linguística, ter qualquer outro tipo de parceiro estimulará os dois a sempre se esforçarem um pouco mais e não deixar a bola cair: “Eu acho que essa é uma forma muito boa de aprender. Ter alguém com quem você possa falar é a ideia atrás do aprendizado de um idioma.”

4. CONCENTRE-SE NAQUILO QUE É IMPORTANTE

Se você fizer da conversação o seu objetivo desde o início, você provavelmente não ficará se perdendo nos livros didáticos. Assim, conversar com pessoas que falam esse idioma será a parte mais relevante do seu processo de aprendizado: “Você está aprendendo um idioma para ser capaz de usá-lo. Você não vai falá-lo consigo mesmo. O lado criativo de aprender um idioma, é realmente colocá-lo em uso em situações do dia a dia - seja escrevendo letras de música, conversando com pessoas ou usando-o quando você viaja para o exterior. Se bem que você não precisa, necessariamente, viajar para o exterior para usá-lo, você pode ir no restaurante grego ali na esquina e pedir em grego.”

5. DIVIRTA-SE COM O APRENDIZADO

Usar o seu novo idioma é, de qualquer forma, um ato criativo. Os irmãos super-poliglotas praticavam seu grego compondo e gravando músicas. Pense em algumas formas divertidas de praticar seu novo idioma: faça um programa de rádio com um amigo, desenhe histórias em quadrinhos, escreva poemas ou simplesmente fale, fale e fale o máximo que você puder. Se você não conseguir descobrir uma forma de se divertir com o seu novo idioma, é possível que você não esteja seguindo o passo número quatro.

6. VIRE CRIANÇA NOVAMENTE

Isto não quer dizer que você deva sair por aí gritando sem parar, tendo ataques de choro ou que você deva melecar seu cabelo com comida quando for a um restaurante, mas sim, que você deve tentar aprender do jeito que as crianças aprendem. A ideia de que crianças aprendem melhor do que adultos tem provado ser apenas um mito. Novas pesquisas não puderam encontrar uma ligação direta entre idade e habilidade para aprender. A chave para aprender tão rápido como as crianças deve estar simplesmente em agir, em certas situações, da mesma forma que elas agem: por exemplo, a espontaneidade em falar aquilo que lhes vem à cabeça, o jeito com que brincam com tudo, inclusive com o idioma e a inexistência de bloqueios. Crianças, normalmente, não têm medo de dizer bobagens na hora de falar. Nós aprendemos errando. No caso das crianças espera-se que elas cometam alguns erros, já no caso dos adultos, isso parece ser um tabu. Pense em como é mais fácil ouvir de uma pessoa adulta, “Eu não sei”, do que, “ Eu ainda não aprendi isso” (Eu não sei nadar, eu não sei dirigir, eu não sei falar espanhol). Ser visto errando (ou tentando acertar) é um tabu social que não atinge as crianças. Aprender um idioma admitindo que você não sabe tudo (e que isso não é um problema) é a chave para se desenvolver e ser livre. Assim, deixe pra lá suas inibições do mundo adulto!

7. SAIA DA SUA ZONA DE CONFORTO

Boa vontade para cometer erros significa estar preparado para se colocar em situações embaraçosas. Eu sei, isso pode dar um medo danado, mas é a única maneira de se desenvolver e progredir. Não interessa o quanto você aprende, você não vai conseguir falar um idioma sem se mostrar: fale com estrangeiros na sua língua materna, pergunte pelo caminho, peça a comida no restaurante, tente contar uma piada. Quanto mais vezes você fizer isso, maior se tornará a sua zona de conforto e ficará muito mais fácil se sair bem em novas situações: “No início, você vai encontrar dificuldade: talvez com a pronúncia, talvez com a gramática, a sintaxe, ou você não conseguirá realmente entender as palavras. Mas eu acho que o mais importante é estar sempre desenvolvendo essa sensibilidade. Todo falante nativo tem uma sensibilidade para a sua língua materna e isto é o que faz dele um falante nativo - a capacidade de fazer do idioma o seu próprio idioma.”

8. OUÇA COM ATENÇÃO

Para aprender a desenhar, você precisa primeiro aprender a olhar, a observar. Da mesma forma, você precisa primeiro aprender a escutar para depois aprender a falar. O som de qualquer idioma parece meio estranho quando você o escuta pela primeira vez. Assim, quanto mais contato você tiver com esse idioma melhor. Os sons se tornarão cada vez mais familiares e, assim, será mais fácil falá-lo corretamente:
“ Nós somos capazes de pronunciar qualquer coisa, nós só não estamos acostumados a fazer isso. Por exemplo, o “r” rolado não existe na minha forma do inglês. Quado eu estavaaprendendo espanhol havia palavras com esse “r” duro como em perro e reunión. Para mim, a melhor forma de lidar com a situação era ouvir constantemente e visualizá-lo ou imaginar como ele deveria ser pronunciado, pois para cada som há uma parte específica da boca e da garganta que nós usamos para conseguirmos produzir aquele som.”

9. OBSERVE AS PESSOAS FALAREM

Idiomas diferentes exigem diferentes movimentos da sua língua, lábios e garganta. A pronúncia é muito mais um processo físico do que mental. “Uma forma de treino - e isso pode parecer bem estranho - é realmente olhar uma pessoa enquanto ela está pronunciando aquele som que você não consegue produzir e tentar imitar esse som o máximo de vezes que você puder. Confie em mim, vai parecer ser bem difícil no começo, mas você vai conseguir. Na verdade, pronúncia é algo bem fácil de ser feito corretamente; você só precisa treinar.” Se você não pode observar um falante nativo ao vivo e a cores, assistir filmes estrangeiros ou televisão pode ser um bom substituto.

10. FALE SOZINHO

Não há problema algum em falar sozinho quando você não tem ninguém para conversar. “Isso pode parecer muito estranho mas, na verdade, falar sozinho no idioma é uma forma excelente de praticá-lo se você não pode utilizá-lo o tempo todo.” Esse método pode manter novas frases e palavras na sua mente e ajudá-lo a melhorar sua confiança na próxima vez que você conversar com alguém.

(Bonus) RELAXE!

Você não chateará as pessoas se não falar bem o idioma delas. Se você começar uma conversa dizendo “Eu estou aprendendo e gostaria de praticar…”, a maioria das pessoas será paciente, encorajando você e sentido-se feliz em ajudar. Além disso, há aproximadamente um bilhão de falantes do inglês não-nativos no mundo todo, a maioria deles preferiria falar o seu próprio idioma se pudesse escolher. Tomar a iniciativa para entrar no mundo linguístico de alguém pode deixá-lo à vontade e fazer com que todos se sintam bem: “Com certeza, você pode viajar para o exterior falando seu próprio idioma mas você aproveitará muito mais se puder realmente se sentir à vontade no lugar onde está - conseguindo se comunicar, entender, interagir em todo tipo de situação que você possa imaginar.”

MAS QUAL É O SENTIDO?

Nós demos uma introdução em COMO começar a aprender um idioma mas talvez você ainda esteja pensando em PORQUE aprendê-lo? Matthew tem uma última observação a esse respeito: “Eu acho que cada idioma revela uma forma de ver o mundo. Se você fala um determinado idioma, você terá uma forma diferente de analisar e interpretar o mundo da do falante de um outro idioma. Até mesmo idiomas que são bem próximos como espanhol e português, que podem ser considerados mutuamente inteligíveis, são da mesma forma dois mundos diferentes - duas mentalidades diferentes. Por isso, depois de ter aprendido outros idiomas e de estar cercado por outros idiomas , eu não poderia renunciar a qualquer um deles pois eu estaria renunciando a possibilidade de ver o mundo de formas diferentes. Não somente de uma forma, mas de diferentes formas. O estilo de vida monolingual para mim, é muito triste, muito só, é uma forma mais chata de ver o mundo. Há tantas vantagens em aprender um idioma; eu realmente não consigo achar nenhuma outra razão para não fazer isso.”
Traduzido por: Camila Nobiling

sábado, 28 de novembro de 2015

Ilha Sentinela do Norte e seu povo hostil e intocado




É difícil acreditar que existem pessoas neste mundo que não sabem sobre a internet ou sobre telefones celulares.
Porém, ainda existem tribos que estão completamente à parte da civilização global e não mantêm qualquer tipo de contato com o mundo exterior.
Com quase 60 mil anos de idade, a Ilha Sentinela do Norte é uma parte das ilhas de Andaman e Nicobar, que fica no Oceano Índico, entre Mianmar e Indonésia. Lá, é o local onde existe uma das tribos mais isoladas do planeta.
Os sentinelenses são tão hostis ao contato externo que a ilha foi considerada o lugar mais difícil para se visitar no mundo. Os sentinelenses parecem ser descendentes diretos dos primeiros seres humanos que surgiram a partir da África. A quantidade de habitantes ainda não pode ser certificada, mas estima-se que ela gire em torno de 40 e 500 nativos.


Não importa o caráter do visitante, ao chegar às margens da ilha, seja de propósito ou por acidente, os moradores recebem o intruso quase sempre da mesma forma: com lanças e flechas, em posição de ataque. Presentes como alimentos e roupas não têm importância para eles. Essa hostilidade chegou a ponto dos nativos terem resistência no recebimento de missões de salvamento após o tsunami em 2004.
No momento em que o tsunami desastroso atingiu o Oceano Índico, um grupo de socorristas ofereceu ajuda para os sentinelenses, por meio de um helicóptero da marinha indiana. Eles queriam encontrar e ajudar os sobreviventes, embora as chances fossem pequenas. Tentaram descer pacotes de comida para o chão, mas foram recebidos com a hostilidade dos moradores, inclusive um guerreiro sentinelense emergiu da selva densa e atirou uma flecha tentando atingir o helicóptero.
Não se sabe muito sobre esse povo tribal: a sua linguagem é estranha e seus hábitos desconhecidos. Suas moradias estão escondidas na mata fechada, por isso não se tem nenhuma pista sobre como eles vivem. Tudo o que se sabe é que os sentinelenses são caçadores e coletores, pois eles não cultivam nada, a princípio. Eles vivem de frutas, peixes, tubérculos, porcos selvagens, lagartos e mel.



A Índia tem a soberania sobre Sentinela do Norte, mas acredita-se que as pessoas dessa ilha sequer sabem o que é a Índia. Depois de várias tentativas fracassadas de fazer contato amigável, o governo indiano finalmente se afastou e fez com que todas as visitas à ilha fossem proibidas. A Marinha da Índia impôs uma zona de proteção de 3 milhas para manter os turistas, exploradores e outros intrometidos à distância. Encontros acidentais ainda ocorrem e nenhum deles termina bem.
Há várias histórias de horror de como os sentinelenses têm tratado seus convidados: a maioria das pessoas retorna da ilha aterrorizada e ferida. Em 1896, um fugitivo das prisões britânicas da Andamans ficou à deriva no mar e acabou indo para as margens da ilha por acidente. Poucos dias depois, um grupo de busca encontrou o seu corpo em uma praia, perfurado por flechas e com a garganta cortada. Em 1974, um grupo foi até lá para fazer um documentário e o diretor do filme acabou sendo ferido por uma flecha na perna.

O antropólogo indiano T.N. Pandit realizou diversas viagens patrocinadas pelo governo para Sentinela do Norte no final dos anos 80 e início dos anos 90. "Às vezes, eles viram as costas para nós e se sentam em seus quadris como se fossem defecar", disse ele. "Isso é um símbolo de insulto para eles, já que não éramos bem-vindos”.
Surpreendentemente, houve apenas um caso em que uma pessoa de fora não enfrentou uma recepção agressiva. Em 4 de janeiro de 1991, um grupo de 28 pessoas composto de homens, mulheres e crianças, se aproximou com Pandit e sua comitiva. "Foi inacreditável como eles se apresentaram ao nosso encontro voluntariamente", disse ele. "Eles devem ter decidido que havia chegado a hora de entrar em contato com outras pessoas".

Infelizmente, o último contato com os habitantes da ilha, em 2006, não foi tão bem como se esperava. Dois pescadores foram mortos, enquanto pescavam ilegalmente dentro da faixa de proteção da ilha.
Os sentinelenses estão entre as últimas comunidades que vivem sem contato com a globalização. Talvez seja melhor deixá-los da forma como está, pois trazê-los para a civilização pode ser algo extremamente maléfico. Afinal, eles podem não ser imunes a várias doenças existentes nos dias de hoje e pode ser extremamente complicado se adaptarem ao mundo moderno.


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Fazendo fogões improvisados

Olá amigos! Desta feita trazemos alguns vídeos colhidos em vários canais do Youtube, ensinando a fazer diversos modelos de fogões improvisados.

 





quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Uma volta ao mundo conhecendo os países que 'não existem'

APImage copyrightAP
Image captionTaiwan vive sob ameaça de anexação pela China
http://www.bbc.com/portuguese
Quando encontro Nick Middleton pela primeira vez, ele está cercado por globos terrestres e mapas mostrando os locais mais exóticos do planeta. Estamos no porão da Stanfords, a maior livraria especializada em material de viagem em Londres. Mas Middleton está aqui justamente para falar dos países ausentes da maioria dos livros e mapas à venda na loja.
Ele os chama de “países inexistentes”, mas embora seus nomes pareçam meio fantasiosos – Atlantium, Christiania e Elgaland-Vargaland -, todos são lugares de verdade, ocupados por cidadãos fervorosamente patrióticos.
Nosso mundo está cheio de regiões que contam com o “perfil” de um país: população fixa, governo, bandeira e moeda. Alguns até emitem passaportes. No entanto, por uma série de razões, tais regiões não têm direito à representação na ONU e são ignoradas pela maioria dos mapas. Middleton, geógrafo da Universidade de Oxford, mapeou essas terras escondidas como parte do livroAtlas de Países que Não Existem.
Ao folhear as páginas, a impressão é de entrada num mundo paralelo, com histórias e culturas vibrantes e ricas, porém esquecidas. Esse mundo paralelo tem até uma Copa do Mundo particular.

Conceitos

A ideia para o projeto veio enquanto Middleton lia o clássico infantil As Crônicas de Nárnia para a filha – em que a ação se passa em um mundo escondido atrás de um guarda-roupa. ele teve uma epifania. “Não precisava de mágica para visitar um país ‘que não existia’ aos olhos de outras nações. Só não sabia que existiam tanto. Poderia ter escrito vários livros”, explica o geógrafo.
Middleton conta que não existe uma regra de ouro para definir o que é um país. Há quem cite a Convenção de Montevidéu, de 1933: para se tornar um país, uma região precisa ter território definido, população permanente, um governo e a capacidade de estabelecer relações diplomáticas com outros países.
No entanto, muitos locais que atendem a tais exigências não são membros da ONU, o que se considera uma espécie de selo de aprovação para a existência de um país. Taiwan é um exemplo. Até 1971, a ilha, que se declarou como nação após forças nacionalistas perderem a Guerra Civil chinesa para o Mao Tsé-tung e o Partido Comunista, tinha assento na Assembleia Geral. Perdeu-o para a República Popular da China.
O próprio Reino Unido é um caso estranho. A lei britânica considera Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte Estados individuais. Todos têm times de futebol e rúgbi próprios, por exemplo. Mas o assento na ONU é o mesmo. “Sob esse quesito, por exemplo, a Inglaterra não é um país”, afirma Middleton.
ThinkstockImage copyrightThinkstock
Image captionA tribo Sioux se diz enganada pelo governo dos EUA
Mas o geógrafo preferiu se concentrar em regiões que se encaixam na definição de Montevidéu. A lista conta com alguns nomes familiares para o público – Taiwan, Tibete, Groenlândia e Chipre do Norte -, mas também traz localidades mais obscuras e nem por isso menos sérias.
Middleton, por exemplo, discute os exemplos de populações indígenas buscando a recuperação de sua soberania. E um dos casos mais impressionantes, segundo ele, é a República de Lakotah. Com população de 100 mil habitantes e encravada na região central dos EUA, a república é uma tentativa de retomada das Colinas Negras pela tribo Lakota Sioux.
A causa teve início no século 18, e em 1868 os Sioux tinham assinado um acordo com o governo americano, que inclusive prometera posse indefinida das colinas. Porém, os índios não contavam com a descoberta de ouro na região, o que fez o governo esquecer rapidamente do compromisso enquanto garimpeiros de todos os cantos dos EUA invadiam a região.
Os Lakota precisaram esperar outro século para receber um simples pedido de desculpas. Em 1998, a Suprema Corte Americana julgou o caso como um dos mais desonestos negócios na história do país e determinou indenização de US$ 600 milhões. Os Lakota, porém, recusaram o dinheiro.
“Os índios dizem que aceitar o dinheiro seria dizer sim para um crime”, explica Middleton.
Em vez disso, em 2007 uma delegação foi até Washington declarar sua “saída dos EUA”, e desde então os Lakota têm buscado sua independência na Justiça.
Batalhas similares ocorrem em praticamente todos os continentes. Na África, por exemplo, há o caso de Barotselândia, um reino com população de 3,5 milhões que busca se separar de Zâmbia, e da Ogonilândia, que almeja a secessão da Nigéria. Ambas declararam independência em 2012.
Na Oceania, a República de Murrawarri foi fundada em 2013 por uma tribo aborígene que escreveu para a rainha Elizabeth 2ª (a Austrália ainda tem a Coroa Britânica como chefe de Estado) intimando-a a provar sua legitimidade sobre suas terras. Quando o prazo de 30 dias para uma resposta se esgotou, os Murrawarri se declararam “livres”.
Porém, nem todos os países no livro têm raízes históricas tão profundas. Volta e meia há casos de nações estabelecidas por indivíduos excêntricos buscando, digamos, o que consideram justiça. Middleton cita Hutt River, na Austrália, um “principado” fundado em 1970 por uma família de fazendeiros buscando escapar das cotas de produção de grãos estabelecidas pelo governo federal. Logo tinham criado títulos de nobreza, moeda própria e mesmo um serviço postal.
“Contam com uma venda de selos que vai de vento em popa”, conta o geógrafo britânico.
Divulgação
Image captionA bandeira de Hutton River, a fazenda que se declarou independente da Austrália
Depois de décadas de bate-boca com o governo australiano, Hutton River, que fica na costa oeste da Austrália, a 517km de Perth, conseguiu ao menos independência fiscal da Austrália.
Na Europa, há Forvik, uma ilhota no arquipélago das Shetland que virou um Estado fundado por um inglês buscando mais transparência na política. Há ainda Sealand, fundada em uma antiga plataforma marítima no Atlântico Norte, e Cristiânia, um enclave hippie em plena capital dinamarquesa, Copenhague. Cristiânia foi fundada por um grupo de squatters que ocuparam um alojamento militar abandonado no centro da cidade, em 1971, e no mesmo ano se declararam independentes da Dinamarca.
Desde então, o governo do país escandinavo tem feito vista grossa para atividades do enclave: uma delas o consumo de maconha, legal em Cristiânia mas proibido no resto do país.
Middleton também argumenta no livro que a dificuldade de definir o que é um país pode abrir espaço para que o conceito de Estado-nação seja repensado. Cita o caso da Antártida, continente que é compartilhado de forma pacífica pela comunidade internacional, sem ser “fatiado” formalmente. E o atlas de Middleton conta com dois exemplos mais radicais.
Atlantium é um país cuja capital, Concórdia, fica em uma província remota da Austrália – mais ocupada por cangurus que pessoas. Mas se trata apenas do centro administrativo: o país é “não-territorial”, o que significa dizer que qualquer um pode se tornar um cidadão. “Em uma era em que as pessoas são cada vez mais unidas por interesses e propósitos comuns fora das fronteiras convencionais, Atlantium oferece a alternativa para a prática discriminatória histórica de distribuir nacionalidades para indivíduos sob a forma acidental de nascimentos ou circunstâncias”, diz o site do país.
Uma coisa é certa: o mundo que conhecemos está em constante mutação, segundo Middleton. “Ninguém da minha época um dia imaginou que a União Soviética iria se fragmentar”, lembra. Em um futuro distante, todos os territórios que conhecemos podem eventualmente se tornar um país que não existe.
Leia a versão original desta reportagem em inglês no site da BBC Future

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Pesquisadores desenvolvem aplicativo que auxilia tradução de línguas indígenas


Pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT) desenvolveram um aplicativo capaz de traduzir palavras escritas nas línguas dos povos Xerente e Apinajé para o português. OTraduzíndio foi lançado esta semana durante os Jogos Mundiais do Povos Indígenas em Palmas (TO).
A ideia surgiu quando o professor George de Brito sentiu a dificuldade de muitos dos alunos indígenas de se comunicarem em português. “Nós temos um número considerável de indígenas na universidade e a ideia era criar um sistema que auxiliasse na comunicação destes alunos. Fizemos um sistema web no começo e logo depois pensamos numa versão mobile para que outras pessoas, além dos alunos, também tivessem acesso”, explica.
O Tocantins é território de sete etnias que falam quatro línguas diferentes (apinajé, xerente, carajá e krahô) e duas delas (apinajé e xerente) estão no Traduzíndio, pois têm documentação, vocabulário e dicionário. O povo Xerente tem atualmente uma população de quase 1,8 mil pessoas distribuídas em 33 aldeias. Os apinajé têm população de cerca de 1.100 pessoas que habitam 14 aldeias.
Alunos das duas etnias ajudaram a desenvolver o Traduzíndio e validaram a tradução palavra por palavra. Eles também visitaram as aldeias para ouvir a opinião dos indígenas sobre o aplicativo.
O aplicativo abrange 5.504 palavras da língua apinajé e 3.692 do xerente. Além da tradução, a ferramenta apresenta a cultura das duas etnias e uma breve apresentação do projeto.
Uma equipe já trabalha na ampliação e aprimoramento da ferramenta que, em breve, deve trazer ainda as línguas carajá e krahô . “Queremos também ter os verbetes disponíveis em áudio e acrescentar uma linha do tempo interativo sobre a chegada das etnias no Tocantins e com informações sobre os dias atuais”, diz o professor Brito.
O universitário Felipe Tkibumrã, da etnia Xerente, foi um dos alunos que ajudou na validação dos verbetes do aplicativo. Ele conta que todos na aldeia gostaram da ideia. “A tecnologia veio para nos ajudar. A gente não pode esquecer da nossa língua e o aplicativo também serve como conservação dela. Também é interessante para que outras pessoas conheçam um pouco da nossa cultura”.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Animismo na Cultura Africana

“ENTRE OS BAKONGOS”

Pr. André Nguina Quiala


Tenho lido muitos artigos de estudos missiológicos e de religiões sobre animismo. Falando mais no campo missiológico, o animismo é classificado como a sexta religião presente e crescente (2,88% da população), o que leva os missiólogos a classificá-la como religião menor.

Os mesmos estudos indicam que essa religião, aparentemente menor no contexto mundial, acaba sendo a terceira religião da África, praticada por 20% da população do continente.
Não quero afirmar categoricamente que estas estatísticas estão corretas, devido até às dificuldades de se fazer um senso exato das religiões hoje, em razão do crescimento e dificuldades geopolíticas mundiais, em particular, da África.
Meu artigo não visa a abranger a África toda. Se esta fosse a idéia, faria mais no contexto da cultura bauto, que eu conheço e estudo.
Vou limitar-me a falar do animismo na cultura dos bakongos, isto é, os povos do norte de Angola, Brazavile, e República do Congo (ex-Zaire).
Apesar de ser angolano de naturalidade e nacionalidade, sou Kikongo, no contexto de tribo e língua.
Tenho considerado grosseria missionários que ficam 3, 4, 5, ou até 15 anos em uma região da África, escreverem uma matéria baseada naquele contexto e a reputa como realidade africana. Peço perdão a esses missionários e que respeitem mais a África. A África é um continente de 47 países e milênios de história.
Vamos ao assunto e deixemos estas polêmicas para outro momento.
I – O animismo entre os Bakongos se confunde com a pessoa de Deus
Existe uma característica comum entre os Bakongos, que os leva a uma prática animista. É o conflito da alma e do divino. Acredita-se que a alma é pecadora até a morte. Depois da morte toda alma é pura e se torna intercessora dos parentes em vida, ganhando então o conceito divino.
Há crença tradicional que tenta apontar para o seguinte: que a alma de quem morre se ajunta aos ancestrais no céu, atuando ao mesmo tempo na região da origem da tribo. Ao mesmo tempo, tais ancestrais se tornam objetos de preces e invocações para ajudarem na saúde, economia, governo. São-lhes atribuídos poderes de promover a vida ou a morte.
A partir daí surge o conceito religioso que me leva a acreditar na existência do animismo e fazer a afirmação do primeiro subtítulo.
II – As fontes da divulgação do animismo entre os bakongos
1 A fonte oral e religiosa
São contos orais recheados de testemunhos passados de geração a geração, sobre acontecimentos bons ou ruins, que se deram na tribo, clã, ou certa região, com a intervenção de espíritos. Tal conto vira crença religiosa, ganha símbolos, gestos e ocupa espaço no tempo para sacríficio.
2 A fonte mística
Sabemos que em toda a cultura semítica, até mesmo no Ocidente, os sonhos têm um peso psicológico e religioso muito forte.
Entre os bakongos, sonhos de idoso ou “ancião” e de juvenis têm uma consideração profética, como meio pelo qual Deus e os Espíritos se comunicam com os vivos. O ancião não é só respeitado, mas também em certas situações, reverenciado, principalmente quando é chefe de clã ou um orador pacifista. Juvenis são considerados puros, sem malícia.
Para além dos sonhos, são considerados também fenômenos de aparições espirituais, que na maioria se dão com mulheres e lavradores.
3 – A fonte psicológica “medo”
Por nascer numa família cristã, ofereceu-me o conhecimento da cultura e a base do argumento de atribuir ao medo outra fonte de difusão do ANIMISMO na cultura Africana “BAKONGOS”. É o medo que leva a apontar lugares com assombrações ou com manifestações de fantasmas. Quando isso acontece, os animistas vão oferecer sacrifícios orientados por seus líderes, ou invocam tal espírito para se manifestar através de médium, para informação do que querem. Assim surgem preceitos animistas que suscitam grandes oposições entre cristãos, animistas e muitas vezes intelectuais que não acreditam nestas coisas, e essa situação gera confrontos espirituais terríveis.
III – Lugares e objetos venerados
Esta fonte tem três vertentes na cultura dos KIKONGOS, por ser uma cultura oral e conseqüentemente cheia de segredos.
PRIMEIRO: Existem (lugares como) árvores, por exemplo: os anciãos não deixam contar, não por crença espiritual. Às vezes são lugares onde eles se encontram para conversar assim como as praças e clubes do Ocidente.
SEGUNDO: Pode ser aquela árvore uma divisão territorial de fazenda, ou aldeias de clãs, que fizeram aliança e começaram morar juntos. Tem mais uma conotação de “documento”.
TERCEIRO: Pode representar um túmulo de um personagem, ou ali se esconderam coisas de um partido político, armamento, farda, bijuterias, por falta de Banco em determinados lugares.
Acontece que o jovem, africano para ter acesso a essas informações, precisa idade; a posição da tribo etc.
Logo, o que é difundido para a juventude ou o estrangeiro é : aquele lugar ou tal objeto é sagrado. Com o passar de alguns anos, cria-se aquele enigma que ninguém desvenda, e aquilo vira santuário.
Posso concluir parcialmente este artigo afirmando que ética e o catecismo animista consistem na força do obscurantismo espiritual que forma um sistema de terror psicológico espiritual, que abre portas para uma atuação de Satanás na vida dos homens em todas as esferas. Tenho-me apercebido de muitas crenças brasileiras no espiritismo ou baixo- espiritismo. Para mim tudo é do diabo. No Brasil nada mais é senão fruto de lendas animistas já desvendadas na África, que deixaram de ser objetos de holocausto e adoração. Com isso concluímos: O medo é a fé do diabo; o obscurantismo é o seu catecismo, e a mentira é a sua cruz.
A saída é: E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. (Jo 8,32).

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

O que falta para que o mundo vença a malária?


O Brasil tem-se destacado nas ações de combate àmalária e caminha rumo à eliminação da doença que ainda mata no mundo cerca de meio milhão de pessoas anualmente - a maioria crianças menores de 5 anos.
A análise foi feita por Keith Carter, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) - vinculada à Organização Mundial de Saúde (OMS).
"O Brasil tem conseguido reduzir significativamente a transmissão de malária em seu território e representa um grande exemplo para o mundo. Claro que ainda há obstáculos a serem vencidos, especialmente nas áreas de fronteira. Já a Venezuela, onde o número de casos cresce a cada ano, é hoje o maior desafio do continente", disse Carter.
A concessão do Prêmio Nobel de Medicina de 2015 para Youyou Tu, a descobridora daquela que é praticamente a única droga existente contra a malária, reacendeu as esperanças de que a doença seja menos negligenciada no futuro.
DDT em todas as casas
O representante da Opas lembrou que, no início do século 20, a enfermidade transmitida pela picada dos mosquitos do gênero Anopheles estava disseminada em praticamente todo o planeta. Em meados da década de 1950 - apenas alguns anos após a criação da OMS - teve início a primeira campanha global para erradicação da malária, que tinha como principal arma o inseticida DDT (diclorodifeniltricloroetano).
A ideia era dedetizar todas as casas, de todos os países, de modo a reduzir a densidade do mosquito vetor a um ponto que a cadeia de transmissão fosse interrompida.
Isso pode parecer estranho hoje, depois que o DDT foi banido mundialmente por causar câncer e interferir em larga escala com a vida animal - mas o inseticida era barato e eficaz a curto prazo, com os pesquisadores da época endossando largamente seu uso para combater a doença.
O programa conseguiu eliminar a doença principalmente na Europa e na América do Norte, bem como reduzir o número de casos em outras regiões. Mas a erradicação efetiva não ocorreu tão rapidamente quanto se esperava e as fases de consolidação e manutenção se mostraram mais caras e demoradas do que o estimado.
"Em meados dos anos 1960, começaram a faltar recursos para dar continuidade aos esforços. Nas duas décadas seguintes o assunto caiu no esquecimento e o número de casos voltou a crescer", contou Carter.
Recidiva
Na avaliação da brasileira Márcia Castro, professora da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard (EUA), vários motivos explicam o fracasso da iniciativa.
"Em primeiro lugar, a cobertura não foi integral e mosquito não respeita barreira geográfica. Se você trata uma área, mas não todas, ele volta após algum tempo. Ficaram de fora da iniciativa, por exemplo, os países da África subsaariana, região onde até hoje concentra-se a maioria dos casos. Em muitos locais o acesso às casas era difícil por falta de estradas e falta de equipes de saúde bem estruturadas", afirmou Márcia.
Além disso, com o passar dos anos, os mosquitos foram adquirindo resistência ao inseticida e isso tornou inviável a proposta de reduzir a densidade vetorial a ponto de interromper a transmissão - meta que se tornou ainda mais difícil de ser alcançada uma vez que nem todos os pacientes estavam sendo tratados e, portanto, permaneciam como reservatórios do parasita causador da enfermidade.
Erradicação da pesquisa
De acordo com Márcia, a iniciativa da OMS não só falhou em erradicar a malária como teve um efeito colateral nefasto: erradicou a pesquisa sobre a doença e o treinamento de profissionais de saúde em praticamente todo o mundo.
"Eles achavam que o DDT sozinho resolveria o problema, então não seria preciso treinar pessoas ou investir na busca de novas estratégias de controle e de novos medicamentos. Pensavam ser desnecessário estudar a ecologia das regiões endêmicas ou a biologia do parasita e do mosquito vetor", disse a professora.
A retomada só ocorreu nos anos 1990, disse Márcia, quando muitos países se deram conta de que a malária não era apenas uma questão de saúde pública, mas um entrave ao desenvolvimento econômico. E era o início da globalização.
"Nos anos 1990, a tônica passou a ser o controle do número de casos para que a malária deixasse de ser um problema de saúde tão dramático. Já não se falava mais em erradicação (zero casos no mundo) ou eliminação (zero casos em uma região). Foi então adotada uma combinação de medidas, que inclui controle vetorial, diagnóstico e tratamento precoce dos pacientes", explicou.
Desafios para erradicar a malária
Mas, segundo os especialistas, ainda são grandes os desafios a serem superados para, ao menos, manter a malária sob controle e isso só será possível por meio de investimento em pesquisas.
"A melhor droga antimalárica que temos hoje é a artemisinina e já há casos de resistência no sudeste da Ásia, onde ela foi muito usada. Não sabemos ao certo se a resistência já chegou à África e temos um grande receio de que ela se espalhe, pois não temos outra droga tão potente em mãos", disse Márcia.
Além de novos medicamentos, a professora de Harvard ressalta a necessidade de desenvolver novos produtos para tratar mosquiteiros e borrifar as casas, pois também já há resistência aos inseticidas atualmente usados.
"O mosquito parece estar sempre dois passos à nossa frente. Ele se adapta tanto em termos de desenvolver resistência como em termos de comportamento. Os livros sobre malária dizem que o Anopheles só se reproduz em águas limpas, mas larvas já foram encontradas em águas poluídas. Os livros dizem que ele pica dentro de casa, à noite, mas na Amazônia ele passou a atacar fora de casa, em dois picos: no início da noite e no início da manhã, quando as pessoas estão indo e voltando do trabalho", relatou Márcia.
Também são necessários, segundo os especialistas, novos métodos de diagnóstico que permitam identificar portadores assintomáticos da doença. Bem como métodos que permitam diagnosticar a forma latente da malária causada pelo parasita da espécie Plasmodium vivax, a mais prevalente na Amazônia brasileira, que pode provocar recaídas meses após a infecção primária.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...