domingo, 28 de setembro de 2014

5 Dicas para aprender um novo idioma melhor e mais rápido

  (Foto: flickr/creative commons)
Você certamente já ouviu que aprender um novo idioma, principalmente depois de adulto, é mais difícil. Isso porque a plasticidade do nosso cérebro já não é mais a mesma. De acordo comRobert Bley-Vroman, em seu livro Linguistic Perspectives on Second Language Acquisition, encaramos o aprendizado como uma forma de resolver problemas, diferentemente de crianças quando aprendem a se comunicar. Mas isso não significa que tudo está perdido. Estudos mostram que, com a dose certa de motivação, pessoas que começaram a estudar novas línguas já adultas conseguem atingir o mesmo nível de proficiência do que falantes nativos. 
E, falando em motivação, separamos hacks que podem potencializar seu aprendizado. Siga essas dicas e, mais cedo do que você pensa, estará se comunicando em outra língua - confira:
1. A técnica da repetição espaçada
A ideia é revisar as coisas que você aprendeu em intervalos determinados.  Um conhecimento novo precisa ser revisado mais constantemente, digamos várias vezes em uma mesma sessão de estudos. Depois as revisões se tornam mais espaçadas - uma vez ao dia, uma vez a cada dois dias, duas vezes por semana e por aí vai, até que o conteúdo esteja fixado em sua mente. 
O diagrama abaixo mostra como a repetição pode ajudar a reverter a curva de esquecimento natural:
  (Foto: reprodução)









Um app que te ajuda na questão da repetição espaçada é o Duolingo. Falamos dele aqui (e também listamos outros serviços gratuitos para quem quer aprender um novo idioma). 
2. Estude antes de dormir
Quando você dorme, o cérebro transfere parte de suas memórias de curto prazo para um "arquivo", onde são armazenadas suas lembranças. Cochilar após uma sessão de estudos podeajudar seu cérebro a reter informações importantes.
3. Estude o conteúdo e não a língua
Muitas escolas de idiomas ensinam lições de gramática e interpretação de texto. Mas um estudo provou que aprendemos uma língua mais rápido quando estudamos outro assunto ensinado no idioma e não a gramática e o vocabulário em si. Por exemplo, em vez de ensinar como se chamam alimentos em francês, seria mais produtivo aprender sobre culinária francesa em uma aula inteiramente na língua - seria uma forma mais natural de compreensão para nossos cérebros. E, com isso, estudantes também passam a se acostumar com a conversação no outro idioma.
4. Pratique todos os dias
Vamos combinar, se você é uma pessoa muito ocupada, é capaz que esqueça de estudar, ou acabe acumulando seu estudo pra um único dia da semana. Mas a melhor forma de reter informações é praticar um pouco todos os dias. Pense em seu cérebro como uma caixa de e-mail - se você manda muitas mensagens pesadas de uma vez, os e-mails não ficam, são devolvidos para o remetente. O mesmo acontece com conhecimentos e o cérebro. Você precisa dar tempo ao tempo e esperar o cérebro ler e arquivar as mensagens antes de enviar novos "anexos pesados".  Um truque para acelerar esse processo são as sonecas, como já citamos.
5. Misture novas informações com conceitos que você já entendeu bem
Repetir sempre as mesmas coisas não te ensina nada de novo. Parece óbvio falar isso, mas esse conceito prova que misturar informações novas com coisas que você já aprendeu é o ideal para revisar e criar novos conhecimentos ao mesmo tempo. Faça isso com textos em diferentes tempos verbais, ou com palavras que você desconhece. Tentar decorar o vocabulário por si só é, literalmente, tentar reter na memória todo o conteúdo de um dicionário.
http://revistagalileu.globo.com/

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Relatório da ONU aponta aumento do número de indígenas na América Latina

índios
           índios Arquivo/Elza Fiúza/Agência Brasil
http://agenciabrasil.ebc.com.br/

A América Latina tem cerca de 45 milhões de indígenas em 826 comunidades que representam 8,3% da população, revela o relatório Povos Indígenas na América Latina: Progressos da Última Década e Desafios para Garantir seus Direitos. O documento da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) foi apresentado hoje (22), na sede das Nações Unidas, em Nova York, onde ocorre a 1ª Conferência Mundial sobre os Povos Indígenas.

Segundo a Cepal, o número de 45 milhões de indígenas em 2010 representa aumento de 49,3% em dez anos. Em relatório de 2007, a Cepal estimou que havia 30 milhões de indígenas no ano de 2000 na América Latina, quando foram identificados 642 povos. A Cepal atribui esse aumento à melhoria da informação estatística nos últimos anos e à maior autoidentificação por parte dos povos em sua luta por reconhecimento.

O relatório mostra que, dos 45 milhões de indígenas, 17 milhões vivem no México e 7 milhões, no Peru. Entretanto, os países com maior proporção de população indígena são Bolívia (62,2%), Guatemala (41%), Peru (24,0%) e México (15,1%).

O Brasil, com 900 mil indígenas, tem o maior número de comunidades (305), seguido pela Colômbia (102), Peru (85), México (78) e Bolívia (39). De acordo com o estudo, muitas estão em perigo de desaparecimento físico ou cultural, como no Brasil (70 povos em risco), na Colômbia (35) e na Bolívia (13).

A Cepal estima ainda que existem 200 povos indígenas em isolamento voluntário na Bolívia, no Brasil, na Colômbia, no Equador, no Paraguai, no Peru e na Venezuela.

O estudo indica que têm ocorrido avanços na maioria dos países da região em relação ao reconhecimento dos direitos territoriais, principalmente na demarcação e titulação de terras, mas permanecem importantes desafios relacionados com o controle territorial, incluindo os recursos naturais. Por este motivo, foram detectados, entre 2010 e 2013, mais de 200 conflitos em territórios indígenas ligados a atividades extrativas de petróleo, gás e mineração.

“Os movimentos indígenas estão cada vez mais atuantes e governos e setor privado têm negociado cada vez mais com eles. É preciso fortalecer o marco legal e institucional dos países para incluir os indígenas”, disse a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena. Para ela, as comunidades devem ser consultadas na questão da governança dos recursos naturais.

A Cepal observou também aumento da participação política dos indígenas, com um contínuo fortalecimento de suas organizações e o estabelecimento de alianças para a atuação política, mas permanece escassa a representação desses povos em órgãos dos Poderes do Estado.

Em educação, a Cepal constatou aumento nas taxas de frequência escolar, com porcentagens de comparecimento entre 82% e 99% para crianças de 6 a 11 anos. Segundo o relatório, persistem, entretanto, diferenças significativas na conclusão do ensino médio e no acesso aos níveis superiores em relação aos indicadores da população não indígena.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Quais as línguas mais difíceis de aprender?




Aprender uma nova língua não é fácil, mas por que algumas são mais difíceis que outras? Dois motivos. Primeiro, a distância entre elas na árvore genealógica dos idiomas. Quanto mais próxima, mais fácil de aprender. Outros critérios contam, como alfabeto e pronúncia. Mas o segundo motivo é motivação, segundo linguistas e professores. Ela faz a diferença. Ou seja, você pode até ficar fluente em !Xóõ (pronuncia-se estalando a língua no céu da boca), mas vai precisar de mais tempo. E muita paciência. 


Legenda 

FAMÍLIA LATINA - Línguas que se originaram da mistura do latim com dialetos populares da Europa e se modificaram ao longo do tempo. 

OUTRAS FAMÍLIAS 

ALFABETO LATINO - Pode ganhar caracteres para representar sons que não existem nas línguas latinas. Mas a base continua a mesma. 

OUTROS ALFABETOs 

LÍNGUA TONAL - Tem palavras que mudam completamente o significado, dependendo da entonação que se usa para pronunciar. 

NÚMERO DE NATIVOS - Pessoas que têm esse idioma como língua materna. 


Fácil 

Idiomas com mesma origem têm mais semelhanças. As línguas latinas são como primas que cresceram juntas, mas se afastaram. Francês é mais difícil que espanhol e italiano porque teve influência germânica (exemplo: chic vem do alemão schick). E o inglês é a amiga que se enturmou: somos mais suscetíveis a aprender a língua que está em todo lugar. 


Espanhol 

Número de nativos - 390 milhões 

Família latina 

Alfabeto latino 


Italiano 

Número de nativos - 80 milhões 

Família latina 

Alfabeto latino 


Francês 

Número de nativos - 220 milhões 

Família latina 

Alfabeto latino 


Romeno 

Aprender a língua do Conde Drácula não é assim tão difícil. Existem aproximadamente 500 palavras semelhantes ou até iguais entre romeno e português. Um exemplo é "superior", que se escreve e pronuncia da mesma forma. 

Número de nativos - 24 milhões 

Família latina 

Alfabeto latino 


Inglês 

Número de nativos - 400 milhões 

Outras famílias - Germânica 

Alfabeto latino 


Médio 

Aqui entram idiomas de famílias diferentes, mas quase sempre com o mesmo alfabeto: o latino, o mais usado no mundo. Mesmo línguas de outras famílias ficam mais próximas quando usam o mesmo alfabeto de base. Neste caldeirão de letras latinas, está a maioria dos idiomas da Europa. 


Alemão 

Número de nativos - 100 milhões 

Outras famílias - Germânica 

Alfabeto latino 


Islandês 

Número de nativos - 320 mil 

Outras famílias - Germânica 

Alfabeto latino 


Polonês 

Número de nativos - 42,7 milhões 

Outras famílias - Eslava 

Alfabeto latino 


Finlandês 

É uma das raras línguas ocidentais que não deriva do tronco indo-europeu, mas do urálico (junto com o húngaro e o estoniano). A diferença aparece principalmente na pronúncia, cheia de vogais. Às vezes lembra o japonês. 

Número de nativos - 7 milhões 

Outras famílias - Fino-permiana 

Alfabeto latino 


Turco 

Número de nativos - 73 milhões 

Outras famílias - Turcomana 

Alfabeto latino 


Grego 

Inspirou o latim, origem da língua portuguesa. É, digamos assim, um tio-avô. Então, mesmo com um alfabeto diferente, a expressão "tô falando grego" deveria brincar com outra língua, pois o grego está longe de ser o idioma mais difícil do mundo. 

Número de nativos - 13 milhões 

Outras famílias - Helênica 

Outros alfabetos - Grego 


Difícil 

O aprendizado de uma língua passa pela escrita. Aqui nos deparamos com letras, ideogramas e sinais que nos são estranhos. E muitas dessas línguas são tonais, o que dificulta. A palavra vietnamita khao, por exemplo, pode significar "ele", "ela" ou "branco", dependendo do tempo levado para falar as vogais. 


Vietnamita 

Número de nativos - 73 milhões 

Outras famílias - Mon-khmer 

Alfabeto Latino 

Língua tonal 


Russo 

Número de nativos - 164 milhões 

Outras famílias - Eslava 

Outros alfabetos - Cirílico 


Tailandês 

Número de nativos - 60 milhões 

Outras famílias - Kradai 

Outros alfabetos - khmer 

Língua tonal 


Mandarim 

Número de nativos - 885 milhões 

Outras famílias - Sino-tibetana 

Outros alfabetos - Logograma 

Língua tonal 


Japonês 

Assim como no mandarim, aprendizes de japonês precisam memorizar milhares de ideogramas. São dois sistemas silabários e cinco de escrita. Haja coração (e memória) para encarar essa língua. 

Número de nativos - 127 milhões 

Outras famílias - Japônica 

Outros alfabetos - Logograma 

Língua tonal 


Coreano 

Número de nativos - 71 milhões 

Outras famílias - Língua isolada 

Outros alfabetos - Hangul 

Língua tonal 


Árabe 

O árabe é tão difícil de aprender a ler que o lado direito do cérebro (responsável por dar uma leitura geral das letras) fica sobrecarregado e simplesmente desliga, deixando o lado esquerdo se virar sozinho.

Número de nativos - 206 milhões 

Outras famílias - Semítica 

Outros alfabetos - Árabe 


Quase impossível 

O sistema vocal complexo de alguns idiomas exóticos torna a tarefa de aprendê-los quase impossível. O que vai fazer diferença, daqui para a frente, é a determinação e a força no gogó. Há registros de africanos que desenvolveram caroços na laringe por causa do !Xóõ. 


Tuyuca 

Só consoantes simples, poucas vogais nasais e um amplo vocabulário. Calma que piora: para os indígenas da Amazônia que dominam a língua, a única forma de afirmar algo é terminando a frase com um verbo (Yoda tuyuca fala?). 

Número de nativos - menos de mil 

Outras famílias - Tukano oriental 


!Xóõ 

Em Botsuana, na África, as pessoas conversam usando cliques (estalos feitos com a língua no céu da boca). O alfabeto é construído com cinco cliques básicos e 17 adicionais. 

Número de nativos - 2,5 mil 

Outras famílias - Khoisan 


Fontes Neide González, professora de linguística da USP, especializada em aprendizagem de língua estrangeira; Heloísa Salles, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Linguística/UnB; Cláudia Mendes Campos, professora da UFPR; Cambridge Encyclopedia of Language; SIL International.

sábado, 6 de setembro de 2014

As Dez Maiores Tribos Indígenas do Brasil

1. GUARANI

POPULAÇÃO - 46 566
Os guaranis "brasileiros" (também há guaranis no Paraguai e na Bolívia) dividem-se em três grupos: caiová, ñandeva e mbya. Embora eles tenham costumes comuns - como viver em grandes grupos familiares (tekoha) liderados política e religiosamente por um dos avós -, cada grupo fala um dialeto particular e tem suas peculiaridades: a poligamia, por exemplo, é proibida entre os caiovás, mas é bem aceita entre os ñandeva
2. TICUNA
POPULAÇÃO - 26 813
Os ticunas vivem em aldeias ao longo do rio Solimões, tanto no Brasil quanto no Peru e na Colômbia, e são adeptos da caça e da pesca. Os núcleos familiares são agrupados em duas "metades": clãs com nomes de aves e clãs com nomes de plantas e animais terrestres. Um índio ticuna sempre se casa com uma representante da "metade" oposta e a nova família herda os hábitos do clã do homem. A língua deles é fonal, ou seja, a entonação muda o sentido das palavras
3. CAINGANGUE
POPULAÇÃO - 25 755
Nos casamentos, os caingangues também cruzam as "metades", como os ticunas. Mas, entre os caingangues, a nova família vai morar junto ao pai da noiva. Na hierarquia das comunidades a maior autoridade é o cacique, eleito democraticamente entre os homens maiores de 15 anos. O cacique eleito indica um vice-cacique, geralmente vindo de outra "metade", com o intuito de facilitar o planejamento político, já que punições só podem ser aplicadas por indivíduos da mesma "metade"
4. MACUXI
POPULAÇÃO - 23 182
Como vivem em uma região com períodos prolongados de seca e de chuva, os macuxis alternam entre dois modos de vida bem distintos. Durante a estiagem, formam grandes aglomerações e aproveitam para caçar, pescar, criar gado, cultivar alimentos e coletar madeira e argila - algumas aldeias também garimpam ouro. Na estação chuvosa, espalham-se em pequenos grupos que vivem dos alimentos armazenados durante a seca
5. TERENA
POPULAÇÃO - 19 851
É o povo indígena mais "urbanizado": há terenas trabalhando no comércio de rua em Campo Grande, MS, e na colheita de cana-de-açúcar. Uma das justificativas para a "urbanização" é a superPOPULAÇÃO - das reservas - o excedente populacional abandona as aldeias em busca de bicos para fazendeiros ou subempregos nas cidades. Ao contrário do que rola entre os caingangues, quando os terenas se casam vão morar com o pai do noivo
6. GUAJAJARA
POPULAÇÃO - 19 524
Antigamente, os guajajaras não se fixavam em um lugar por muito tempo, mas hoje esse costume se perdeu e as aldeias, além de permanentes, podem ser grandes, com mais de 400 habitantes. A agricultura é a principal atividade econômica, mas o artesanato também é uma fonte de renda importante. Entre os produtos cultivados está a maconha, cuja comercialização ilegal gera violentos conflitos com as Polícias Militar e Federal
7. IANOMâMI
POPULAÇÃO - 16 037
A Terra Indígena Ianomâmi, encravada no meio da floresta tropical, é um importante centro de preservação de biodiversidade amazônica, constantemente ameaçado pelos garimpeiros. Os ianomâmis têm o costume de aglomerar seus membros: várias famílias vivem juntas sob o teto de grandes habitações e geralmente se casam com parentes. Assim como os sobreviventes em Lost, os ianomâmis desconfiam dos "outros" (pessoas de outra etnia, brancos ou índios)
8. XAVANTE
POPULAÇÃO - 12 848
As cerca de 70 aldeias xavantes no MT seguem a mesma configuração: casas enfileiradas em forma de semicírculo. Numa das pontas da aldeia, há uma casa reservada à reclusão de meninos de 10 a 18 anos - eles ficam ali durante cinco anos e, ao final do período, saem prontos para a vida adulta. Uma festa marca essa transição. Os xavantes costumam pintar o corpo de preto e vermelho, além de usar uma espécie de gravata de algodão nas cerimônias
9. PATAXÓ
POPULAÇÃO - 10 664
Ganharam projeção nacional em 1997 com a morte do índio Galdino, incendiado por jovens de classe alta de Brasília enquanto dormia em uma rua da capital federal. O ganha-pão principal dos pataxós é o artesanato, com peças que misturam madeira, sementes, penas, barro e cipó. Nas festas, eles costumam dançar o típico auê, servir o mukussuy - peixe assado em folhas de palmeira - e o tradicional kauím - uma espécie de vinho de mandioca
10. POTIGUARA
POPULAÇÃO - 10 036
Os potiguaras são de origem tupi-guarani, mas hoje se comunicam em bom (e não tão claro) português mesmo. Eles costumam se referir aos não-índios como "particulares" e quase toda aldeia tem uma igreja católica e um santo padroeiro. O nome do povo significa "comedores de camarão", porque, além de tirarem o sustento de atividades agrícolas, caça, pesca e extrativismo vegetal, são grandes coletores de crustáceos e moluscos.


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Por que o nome de alguns países muda de um lugar para outro?


Na maioria dos casos a mudança é uma tradução do nome original para outra língua (por exemplo, a mudança de Hrvatska para Croatia ou Croácia) ou, simplesmente, uma divergência sobre a característica que justifica o nome. Para ficar mais claro, um bom exemplo dos dois casos é a Alemanha. O nome original, Deustchland, significa "terra do povo". Na Lituânia, a Alemanha é chamada de Vokietija, que não parece ter nada a ver com Deustchland, mas também baseia-se na palavra "povo". Na Finlândia, Alemanha é Saksa, que nada tem a ver com "povo", mas, sim, com os saxões, antigos habitantes da região da Germânia - e daí vem o Germany, usado na língua inglesa. Os russos (que usam Nemtsy), poloneses (Niemcy), checos e eslovacos (Nemecko) fazem ainda outra relação: seus nomes para o país que sediou a última Copa remetem à palavra "mudo", que pode ser entendida como "povo que não fala a nossa língua". Por fim, Alemanha, em português, e Allemagne, em francês, fazem referência à terra dos alamanos, uma tribo que habitava a região da atual Alemanha por volta do século 3.
Atlas poliglotaTem região que mudou de nome por puro marketing
CROÁCIA
Nome original - Hrvatska
Por que tem nomes diferentes - Croácia surgiu como uma tentativa de traduzir "Hrvatska" para o latim. Curiosamente, o nome croata inspirou a palavra gravata, que veio do francês cravate, que, por sua vez, veio de hravat. Durante a Guerra dos 30 Anos (no século 13) as tropas do rei francês Luis 13 contava com mercenários croatas, que usavam um tecido pendurado no pescoço. A moda pegou na França e o nome do adereço homenageou seus criadores
CHINA
Nome original - Zhongguo
Por que tem nomes diferentes - China significa "terra dos Chin (ou Qin)", em homenagem à dinastia Qin, que unificou o território chinês no século 3 a.C. A dinastia Han, que substituiu os Qin, instituiu o nome Zhongguo ("país central"), mas, no século 13, quando o viajante Marco Pólo passou pela China, o país tinha voltado ao nome original. Zhongguo só foi retomado no século 20, quando o mundo já conhecia a China como China mesmo
GRÉCIA
Nome original - Hellas
Por que tem nomes diferentes - Grécia vem de Graecus, o nome de uma das tribos originais da Grécia, que teria surgido para homenagear Graecus, o filho de Pandora. Os estrangeiros, que levaram o nome do país ao mundo, certamente tiveram mais contato com essa tribo do que com o resto dos gregos, que chamavam o país de Hellas, em referência a Hellen (ou Heleno), filho de Deucalion e patriarca dos helênicos
CORÉIA
Nome original Hanguk, pelos sul-coreanos, e Choson, pelos norte-coreanos
Por que tem nomes diferentes - Coréia vem de Goryeo, o nome da dinastia que governou a região entre os séculos 10 e 14. Marco Pólo também passou por lá e levou para o Ocidente uma pronuncia de "Goryeo" que soava como "Cauli" e, de alguma forma, virou Coréia. Mas os coreanos continuaram com seus nomes originais: no sul, Hanguk, e, no norte, Choson, referente à dinastia de mesmo nome, que imperou entre 1392 e 1910
LITUÂNIA
Nome original Lietuvos
Por que tem nomes diferentes - O nome original, Lietuvos, foi adaptado pelos romanos para o latim Litus. Em latim, litus significa "tubos", o que leva a crer que a tradução pode ter como referência os instrumentos de sopro - parecidos com trompetes, mas feitos de madeira - tocados por algumas tribos nativas da região. De qualquer forma, essa associação ainda não tem muitas provas a favor
NORUEGA
Nome original Norge
Por que tem nomes diferentes - Esta é a mais fácil de explicar. O nome original foi formado pelas antigas palavras nordr e vegr, que juntas significam "caminho do norte" (norte da Europa, claro). Em inglês, o nome foi traduzido ao pé da letra e, juntando-se as palavras norte (north) e caminho (way), chegou-se a Norway. Mas, em português, Noruega veio da pronúncia do vocábulo primitivo - nordrvegr
GROENLÂNDIA
Nome original - Kalaallit Nunaat
Por que tem nomes diferentes - A versão original Kalaallit Nunaat ("terra dos humanos", em um dialeto nativo) não tem nada a ver com a Groenlândia ou Greenland (em inglês) que o resto do mundo conhece. Isso porque o viking Erik, o Vermelho, que "descobriu" a região, deu um golpe de marketing: para atrair moradores, nomeou o local gelado de "terra verde", embora, até hoje, a região seja totalmente branca
JAPÃO
Nome original Nihon (versão informal) e Nippon (formal)
Por que tem nomes diferentes - Os portugueses, durante as navegações, chegaram à Malásia e lá constataram que, ao se referir ao Japão, eles pronunciavam algo como "Cipangu" (que, supostamente, veio do nome chinês, que significa "origem do sol", e é pronunciado como "Riben"). Tentando transferir o som que ouviam para o papel chegaram a Japão, em português, que, mais tarde, virou Japan, em inglês
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