sábado, 28 de junho de 2014

“Luzes da África”: autor que documentou 39 países africanos apresenta obra no Rio de Janeiro


Um etíope protege-se com seu cobertor do frio das montanhas de Gheralta. Foto: Haroldo Castro/Época
Rio - Ele documentou 165 países através de suas lentes, mas não foi só isso que ele registrou. Nessa estrada de descoberta, Haroldo Castro colecionou histórias, cheiros, lembranças de todas as partes do mundo. Especialmente, a África esteve em seu roteiro, onde ele somou 39 países africanos, que contribuíram para a produção de um livro com riqueza única, chamado “Luzes da África”.
Elias Sonote explica os seis talismãs de proteção – Foto: Haroldo Castro/Época
- Antes de criar o projeto, eu já conhecia 29 países africanos. Alguns, como Madagascar, eu já havia visitado mais de 12 vezes. Durante à expedição em 2009, fomos (eu e meu filho) a 18 países. Destes, oito eram novos para mim. Assim, o número de países africanos passou a ser 37. Em abril passado, estive em Togo e Benim, ou seja, hoje posso dizer que documentei 39 países do continente – conta em entrevista ao Por dentro da África o autor, que no próximo dia 2 de julho participará de um encontro acompanhado de uma sessão de autógrafos no Rio de Janeiro.
Haroldo já havia feito duas grandes viagens intercontinentais nos anos 1970: uma da Europa à Índia, em um Renault 5, e outra pela América do Sul, em uma Kombi. Ele conta que, há pelo menos uma década, havia decidido fazer uma viagem rodoviária pela África. O plano começou no início de 2009 e se concretizou entre novembro de 2009 e julho de 2010. Foram 40 mil km por 18 países, que deu origem ao Luzes da África, lançado em 2012.
Haroldo e Mikael Castro na Namíbia
- Meu filho Mikael Castro e eu havíamos pensado em vários nomes para a viagem: Acreditar na África, Caminhos Africanos, Luzes Africanas. Acabamos escolhendo Luzes da África, nome que tem muito a ver com a fotografia (a luz da imagem), assim como a mensagem positiva que queríamos mostrar sobre o continente. O nome acabou sendo o mesmo para a viagem, para a série de reportagens publicadas na revista Época e, obviamente, para o livro – explica Haroldo, que nasceu em Roma (Itália).
O livro de 574 páginas é repleto de detalhes, de cultura, dos costumes, da fuga dos clichês da miséria e da guerra  de um continente impossível de ser definido diante de tamanha diversidade.
Uma senhora vende colares de todas as cores. No Togo, estas “guias” são usadas ao redor da cintura e não em volta do pescoço. (Foto: © Haroldo Castro/Época)
- Durante uma viagem de 9 meses por 18 países não existe apenas um momento emocionante. São, no mínimo, dezenas de experiências singulares. Para exemplificar, sublinho as paisagens da Namíbia, a vida selvagem na Tanzânia, os gorilas-da-montanha em Ruanda e Uganda, as tribos na região do Omo na Etiópia, a Páscoa em Lalibela e as pirâmides do Sudão – enumera o jornalista e documentarista.
Compartilhando a experiência de Lalibela
Lalibela é uma cidade no norte da Etiópia com igrejas esculpidas na rocha viva, por ordem do rei Lalibela (do século XII da era cristã). As igrejas foram feitas ao contrário, ou seja, de cima para baixo a partir de um grande bloco de rocha.
Esses “monumentos”, considerados patrimônio da humanidade pela Unesco desde 1978, são registros  de uma região que abriga as mais antigas tradições cristãs. Para seus fiéis, de tradição copta (a Igreja Ortodoxa Copta, de acordo com a tradição, foi estabelecida pelo apóstolo São Marcos no Egito em meados do século I), a peregrinação à Lalibela tem o caráter de uma viagem à Jerusalém.
Durante a tarde da Sexta-feira Santa, várias procissões ocorrem ao redor das igrejas de Lalibela. Foto: Haroldo Castro/Época
Para compartilhar o que aprendeu durante sua visita  à Lalibela, Haroldo organizou, em abril passado, uma verdadeira expedição com turistas interessados em conhecer um pouco mais sobre essa região tão importante para a história da Etiópia. O período escolhido foi a Fasika (Páscoa Etíope), considerada a mais importante celebração do calendário ortodoxo. O retorno à Lalibela com um grupo de turistas mostrou que, além das lembranças do passado, a África permanece no presente e nos planos futuros de Haroldo.
- Inspirado na viagem pelo continente, decidi que eu deveria dividir minha experiência com outros viajantes. Estive em lugares tão fantásticos que não posso guardar essas experiências só para mim. Outras pessoas também precisam saber que estas maravilhas existem – conta o fotógrafo, que criou o Viajologia Expedições com a proposta de levar grupos de brasileiros a destinos exóticos como Namíbia e Etiópia.
Capa do livro Luzes da África
Seja nas “expedições” à África (organizada pelo autor) ou nas páginas do livro, este contato com a África permite descobrir, aprender, respeitar e se encantar com a cultura do outro.
- O leitor aprende muito da história, da cultura, dos hábitos e dos costumes africanos. Minha proposta principal foi mostrar uma perspectiva positiva sobre o continente, normalmente desprezado pela imprensa mundial. Além disso, considero que o livro aborda constantemente a arte e a ciência de viajar.
Serviço: Encontro com Haroldo Castro
Dia 2 de julho, às 19h30, na Livraria da Travessa, Shopping Leblon, Rio de Janeiro
Avenida Afrânio de Melo Franco, 290
Por dentro da África 

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Livros acadêmicos gratuitos sobre as populações indígenas do Brasil


Na página Taqui Pra Ti, mantida pelo professor e pesquisador José Ribamar Bessa Freire, é possível fazer o download de alguns livros acadêmicos gratuitos sobre questões indígenas, como por exemplo Aldeamentos Indígenas no Rio de Janeiro e a História Social das Línguas na Amazônia, dentre outros.

Acesse: http://www.taquiprati.com.br/publicacoes_categoria.php?cat_num=2

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Rádio paranaense cria programa voltado a haitianos no Brasil


[Folha de São Paulo]

Desde o início do mês, a comunidade de cerca de 1.300 haitianos que vive na cidade, a 498 km de Curitiba, tem uma nova forma de comunicação com os familiares que estão no país caribenho e com os demais conterrâneos espalhados pelo Brasil.
O "Haiti Universal" é um programa veiculado em uma rádio local. Iniciativa da Norte FM em parceria com a Igreja Anglicana, vai ao ar todos os domingos, das 20h às 21h.
Também pode ser ouvido no site www.nortefm.com, em qualquer lugar do mundo, como no Haiti.

Leia a matéria completa da Folha de São Paulo:

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Conheça um pouco sobre as divisões internas do Isl@mismo



Muçulmanos ou Islâmicos

São os seguidores do Islã ou Islamismo, a segunda maior religião do mundo, com mais de 1,6 bilhão de adeptos (atrás apenas do Cristianismo, com 2,2 bilhões de fieis). O Islamismo é uma religião monoteísta que tem o Corão como livro sagrado e Maomé como o principal profeta. O Corão é considerado a palavra revelada de Deus e os ensinamentos de Maomé, chamados de ‘suna’, são exemplos da conduta muçulmana. A população muçulmana se divide entre sunitas, 85%, e xiitas, 15%. Essas duas correntes, contudo, contêm diversas subdivisões.


Divisão entre Sunitas e Xiitas

Maomé morreu no ano 632 d.C. sem deixar sucessor. Os califas (líderes espirituais) que o sucederam foram escolhidos por aclamação entre os fiéis. Porém, muitos muçulmanos queriam que a sucessão respeitasse os laços consanguíneos do profeta, o que apontava para Ali bin Abi Talib, primo e genro de Maomé, que também insistia na sucessão dentro da linhagem imediata da família.
A expressão Shi’atu Ali – “partido de Ali”, em árabe – deu origem ao termo “xiita”. Ali só foi aclamado califa em 656 d.C., depois que os três líderes religiosos anteriores morrerem. Sua ascensão deu origem a uma guerra civil e acabou com a unidade entre os muçulmanos.
Os xiitas seguem uma forma mais interpretativa da suna, a compilação dos ensinamentos de Maomé, adaptando seus preceitos aos dias atuais. Os sunitas acreditam que se deve seguir a suna à risca, por isso, consideram os xiitas heréticos e os tratam como cidadãos de segunda classe nos países onde são minoria.

Subdivisões entre xiitas

Alauitas: Os alauitas veneram santos cristãos, comemoram o Natal e a Páscoa e não usam véu. Para eles, Ali é mais importante que Maomé. Consideram-se xiitas, mas, para muitos muçulmanos, não passam de uma seita peculiar. 
Duodecimanos: maioria entre os xiitas. Para eles, existiram doze descentes de Ali com direito a guiar o Islã. O mais novo deles teria desaparecido no século IX e retornará um dia para liderar o povo muçulmano.
Ismaelitas:  Distanciaram-se dos duodecimanos no século VIII e reconhecem apenas sete descendentes de Ali (o último deles se chamava Ismael).
Zaiditas: Reconhecem apenas os cinco primeiros imãs e divergem quanto à identidade do último deles. Não acreditam na infalibilidade dos imãs nem que eles tenham inspiração divina.

Subdivisões entre sunitas

Hanafitas: Membros da primeira escola jurídica, que estabeleceu o Corão, as tradições de Maomé e a analogia como bases para a lei islâmica. Apesar de se apoiarem na unidade da comunidade muçulmana mundial, aceitam os costumes locais como fonte secundária de aplicação da lei.
Malikitas: Para eles, a legislação se baseia principalmente nos costumes das comunidades que viviam na Medina antiga, priorizando as opiniões tradicionais e a analogia em um julgamento legal. A hadith (conjunto de narrações tradicionais de palavras e atos de Maomé) não deixa de ser utilizada, mas isso é feito mais arbitrariamente.
Shafitas: Fazem o julgamento legal com base principalmente no Corão e na suna e são mais rígidos em relação a decisões pessoais sobre temas que não estão no Corão. O consenso e a analogia são vistos como secundários, utilizados apenas para resolver possíveis ambiguidades.
Hanbalitas: Aceitam como guias apenas o Corão e a suna. Somente um imã tem autoridade para opinar, e, caso haja discordância entre dois imãs, a posição daquele que estiver mais de acordo com as escrituras prevalecerá.
Wahabitas: O wahabismo é uma forma puritana do sunismo que acredita que os livros sagrados devem ser seguidos literalmente. A interpretação dos sábios não é aceita. Os wahabitas mais conservadores consideram os xiitas e demais muçulmanos hereges.
Ibaditas: Não são considerados nem sunitas nem xiitas, apesar de terem mais semelhanças com os primeiros. Para eles, o líder muçulmano deveria ser escolhido pelos chefes das comunidades com base em sua sabedoria e piedade. Não deveriam ser consideradas a raça nem a ascendência do candidato.

Salafistas
São adeptos de uma corrente mais radical do islamismo político. Entre os salafistas são comuns os casamentos arranjados e a poligamia. Alguns compram suas mulheres. Conhecidos por impor sua ideologia, almejam a restauração do Império Islâmico do século VII, cujo domínio se estendia por todo o Oriente Médio até a Espanha. 

Drusos
São uma pequena facção islâmica muito fechada e com ritos secretos. Eles habitavam a região das Colinas de Golã, território no sul da Síria ocupado por Israel na guerra de 1967. Em árabe, Golã significa ‘a montanha dos drusos’.  Hoje, os drusos encontram-se espalhados no Líbano, Israel, Síria, Turquia e Jordânia.

Bahá'ís
Ex-xiitas que elaboraram uma nova religião monoteísta juntando conceitos islâmicos, judaicos e cristãos. Foi fundada por Bahau Lláh na Pérsia do século XIX, região que hoje abriga o Irã. Estima-se que existam entre cinco a seis milhões de bahais espalhados por mais de 200 países. Os bahais não possuem dogmas, clero, nem sacerdócio. Incluem entre seus mensageiros sagrados Krishna, Abraão, Buda, Jesus e Maomé. Hoje há cerca de 300 000 bahais no Irã, onde são perseguidos pela maioria muçulmana que os considera hereges.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Águas, Povos e Tradições - Um olhar sobre as relações dos povos tradicionais do Semiárido com a Água (vídeo)

O vídeo "Águas, Povos e Tradições - Um olhar sobre as relações dos povos tradicionais do Semiárido com a Água" faz um breve passeio pelos estados de Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e Piauí apresentando uma diversidade de povos tradicionais. São quilombolas, indígenas, vazanteiros, geraizeiros e comunidades de fundo de pasto, representando a cultura e saberes para a convivência com a região.



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