domingo, 21 de fevereiro de 2016

Religiões mundiais: Iazdânismo


O Iazdânismo se refere a um grupo de religiões monoteístas praticadas entre os curdos: o Alevismo, o Iarsanismo e o Iazidismo. O principal elemento nas religiões iazdânis é a crença em sete entidades angélicas que protegem o mundo, e por isso estas tradições são chamadas de Culto dos Anjos. A religião original dos curdos era o Iazidismo, uma religião muito influenciada pelas crenças judaica, zoroastriana, cristã e islâmica. Todavia, há diferenças significativas entre o Iazdânismo e o Zoroastrismo, como a crença na reencarnação. A maioria dos iazidis vive no Curdistão iraquiano, nas vizinhanças de Mosul e Sinjar. A religião Iarsã (ou Ahl-e Haqq) é praticada no oeste do Irã, principalmente nos arredores de Kermanshah. O Cristianismo e o Judaísmo ainda são praticados por poucos. A rabina Asenath Barzani, que viveu em Mosul de 1590 a 1670, foi uma das primeiras mulheres judias a se tornar rabina.
Atualmente, a maioria dos curdos é oficialmente muçulmana, pertencendo à escola Shafi'i do Islamismo sunita.
Práticas místicas e participações em ordens sufistas estão também disseminadas entre os curdos. Há também uma minoria curda que é xiita, vivendo principalmente nas províncias iranianas de Ilam e Kermanshah e no Iraque central (curdos faili). Os alevitas são outra minoria religiosa entre os curdos, encontrados principalmente na Turquia.
Diz-se que os curdos "abraçaram o Islã suavemente", o que significa que sua fé tende a não ser tão assertiva quanto em outras áreas. Uma conseqüência disso, por exemplo, são as grandes liberdades que gozam as mulheres curdas; elas não cobrem seus rostos, seus hijab são menos restritivos, e elas não se vestem com vestidos pretos como o xador iraniano ou a abaya árabe.

Iazdânismo ou Culto dos Anjos (também Iazdâni ou Iazdanismo) é um termo moderno para a religião (monoteísta embora universalista), que era praticada pela maioria dos curdos até a islamização durante a Idade Média. O Iazdânismo envolvia a crença em reencarnação como no Hinduísmo, bem como em 7 seres angélicos que defendiam a Terra de oponentes em igual número. No Curdistão, há uma estimativa que afirma que um terço da população é composta por yazdanitas. Nos escritos Bahá'í, eles são referidos como "Sabeus".
História
O Iazdânismo pode outrora ter sido conhecido como Hâk ou Haq, em referência a sua divindade principal ou "espírito universal".

Uma longa interação entre o Zoroastrianismo e o Iazdânismo deixou muitas similaridades entre ambas as religiões.

Divisões

O Iazdânismo está hoje dividido em três ramos:
Trocas e contatos entre estes ramos não são frequentes.
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Os Curdos e a Religião

O senso comum nos leva a acreditar que os curdos seriam majoritariamente islâmicos, inclusive devido à localização no Oriente Médio. Isso é, em parte, verdade, haja vista que 75% da população curda se declara muçulmana. Entretanto, ao fazermos uma análise mais apurada desse grupo social tão diversificado, precisamos considerar outros fatores.
Primeiramente temos que considerar uma outra religião muito forte entre os curdos: o Iazdânismo. A religião iazdâni é muito anterior à própria chegada de Maomé, remontando aos primeiros povos na região do Curdistão. Ela pode ser entendida como sincrética, tendo sofrido influências de diferentes outras crenças ocidentais ou não. Nesse sentido, o Iazdânismo adota o monoteísmo, como o Zoroastrianismo iraniano, mas também é universalista, como outras religiões mesopotâmicas, acreditando na existência de 7 arcanjos que protegem o mundo e até na reencarnação do hinduísmo. O sol de 21 pontas da bandeira do Curdistão é um dos principais símbolos do Iazdânismo, representando o Deus monoteísta.
Yazdânism
Algo interessante de se ressaltar quando falamos no Iazdânismo é sua associação a outro grupo étnico ancestral, os iazidis. Esse grupo é fortemente associado ao Iazidismo, que é uma vertente ainda mais sincrética (misturada) do Iazdânismo. Eles são sempre muito associados aos curdos, inclusive por viverem em regiões do Curdistão, como a Síria e principalmente o Iraque. Apesar de serem motivo de orgulho para muitos curdos, por outro lado, há diversas polêmicas relativas à essa questão do pertencimento étnico. Existem denúncias, feitas inclusive pela Human Rights Watch, acerca da própria opressão curda para que os iazidis se declararem curdos, fator esse que foi importante para a criação da região autônoma curda no norte do Iraque, onde esse grupo possui inclusive um Partido que defenda seus interesses.
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Essa religião perdeu muito lugar para o islamismo devido às invasões árabes a partir do século VII, que islamizaram as regiões curdas. A maioria da população islâmica curda é da vertente sunita, aquela que inicialmente se diferenciou dos xiitas por não acreditarem que apenas os descendentes diretos de Maomé poderiam liderar o islamismo, diferença que se desenvolveu politicamente, gerando diversas desavenças no presente, como em relação ao Estado Islâmico, que é xiita. Fica claro, porém, que, historicamente, os curdos sempre foram reprimidos por diversos grupos, sendo muitos deles islâmicos, repressão essa que se mantém até os dias atuais. Assim, ainda há certo receio dentro de grupos curdos em aderir ao islamismo, além de manterem o Iazdânismo como uma religião mais tradicional e originária.
Ainda tendo em mente que as culturas mudam na medida que entram em contato com outras culturas, temos espalhados pelo Oriente Médio e pelo mundo muitos curdos, que seguem outras religiões. Nesse sentido, podemos destacar os cerca de 150 mil curdos que vivem em Israel e se declaram judeus, além de outros grupos na região que são adeptos ao cristianismo e da religião persa e monoteísta conhecida como Bahá’í, que entende todas as grandes religiões mundiais como tendo a mesma origem divina.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

OS MOSQUITOS MAIS PERIGOSOS DO MUNDO

O maior responsável por mortes de seres humanos é um animal minúsculo. Em todo o mundo existem 3,5 mil espécies de mosquitos. Um panorama dos mais letais, a serem evitados de todo jeito. Mais de 1 milhão de pessoas morrem a cada ano de doenças transmitidas por mosquitos — fato que torna esses insetos os seres mais mortíferos do mundo. Aprenda mais sobre os gêneros mais nocivos, seus habitats, padrões de alimentação e áreas de disseminação.

Anopheles, transmissor da malária
Existem mais de 460 espécies do gênero Anopheles, também conhecido como o “mosquito da malária”. Cerca de 20% delas são capazes de propagar entre humanos o plasmódio, protozoário causador da doença. A fêmea dissemina a malária quando pica uma pessoa infectada para sugar seu sangue e passa o parasita letal às vítimas seguintes.
Este gênero de mosquito é facilmente identificável pelas listras pretas e brancas nas asas. Ele está disseminado por praticamente todo o mundo, com exceção da Antártica. Embora hoje em dia a malária se restrinja às zonas tropicais, sobretudo a África Subsaariana, muitas espécies de Anopheles gostam de climas mais frios e se reproduzem neles. Focos de água parada, limpa e sem poluição são paraísos reprodutivos para o Anopheles.

A malária é uma doença sanguínea que não é contraída no simples contato com indivíduos infectados, mas pode ser transmitida por meio de agulhas contaminadas ou transfusões de sangue. Há mais probabilidade de sintomas graves ou fatais em idosos, pacientes com o sistema imunológico debilitado, crianças, gestantes e viajantes originários de regiões onde a doença não ocorre e, portanto, menos resistentes a ela.
Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que uma criança morra de malária a cada minuto, em nível global, apesar de o total de casos ter caído 47% nos últimos 15 anos. Foram desenvolvidos medicamentos antimalária, mas ainda não existe uma vacina contra a doença.

Aedes, transmissor da dengue, encefalite japonesa, zika e febre amarela
O Aedes é o mais invasivo dos três gêneros mais nocivos de mosquitos. Ele é transmissor frequente de infecções virais como a dengue, febre amarela e zika. Assim como o Anopheles, o Aedes é originário de regiões tropicais e subtropicais, mas pode ser encontrado atualmente em todos os continentes, exceto a Antártica. Ele se distingue por marcas brancas e pretas bem perceptíveis nas pernas e costas. Ao contrário dos demais, o gênero Aedes tem atividades diurnas.
Antes presente exclusivamente em habitats aquáticos,ele se adaptou aos ambientes rurais, suburbanos e urbanos. A OMS aponta que o Aedes se espalhou da Ásia para a África, as Américas e a Europa nas últimas décadas, sobretudo devido ao comércio de pneus usados, com a água da chuva concentrada em muitos deles propiciando a postura de ovos.
Encefalite japonesa: Transmitida a seres humanos, porcos domésticos e pássaros selvagens, a encefalite japonesa é uma infecção viral que resulta numa inflamação do cérebro. Em geral os pacientes apresentam febre moderada ou dores de cabeça, mas nos casos severos a infecção pode ser fatal.
Febre amarela: Segundo a OMS, mosquitos do gênero Aedes são responsáveis pelo contágio de quase 200 mil pessoas por ano com a febre amarela. Essa infecção viral hemorrágica aguda se manifesta nas áreas tropicais e sub-tropicais da América do Sul e África. Mais de 30 mil pessoas não vacinadas sucumbem anualmente a ela.

Dengue: Após a infecção, os portadores da dengue se tornam transmissores e multiplicadores, tendo os mosquitos como vetores. O vírus circula na corrente sanguínea humana por dois a sete dias, período em que o paciente poderá apresentar febre. Uma vez recuperado, ele se torna permanentemente imune à cepa do vírus da dengue que contraiu.
Vírus zika: Apenas uma em cada cinco pessoas infectadas pelo vírus zika apresenta sintomas que podem incluir náusea, irritabilidade, urticária, conjuntivite e fortes dores nos músculos e articulações. Em casos mais raros, é necessário hospitalização.
Embora menos de 0,01% de todos os casos registrados até o momento tenham sido fatais, o vírus representa risco sanitário grave. Os Centros de Controle e Prevenção (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos divulgaram que o zika estaria relacionado a picos de microcefalia, defeito congênito caracterizado por uma caixa craniana menor do que o normal, além de eventuais danos cerebrais permanentes.
No início de fevereiro de 2016, a OMS declarou emergência sanitária global devido à grande incidência de microcefalia no Brasil. Segundo os CDC, em 2015 foram registrados no país 30 vezes mais casos de zika do que nos demais anos desde 2010. Em consequência, o órgão desaconselhou as gestantes de viajarem tanto para o Brasil como para a Colômbia, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Suriname e Venezuela.
Ainda não existe tratamento contra o zika, mas a empresa alemã Genekam desenvolveu um teste que revela a existência de patógenos do zika em amostras de sangue.

Culex, transmissor da febre do Nilo Ocidental, encefalite japonesa, elefantíase e possivelmente zika
Conhecido como mosquito caseiro comum, o Culex geralmente prefere sugar o sangue de pássaros ao humano, saindo para se alimentar ao amanhecer e entardecer. O gênero, que inclui mais de mil espécies, não é considerado tão perigoso para a saúde humana quanto o Anopheles e o Aedes.
Apesar de não ser o principal transmissor de moléstias potencialmente fatais como a malária, febre amarela ou a dengue severa, o inseto de cor parda pode disseminar uma variedade de outras doenças bastante graves, como a febre do Nilo Ocidental, elefantíase e encefalite japonesa.
Febre do Nilo Ocidental: Ao longo da última década, houve um acréscimo das ocorrências desta febre, sobretudo em países onde seu agente patogênico não era tão comum, como os Estados Unidos, Grécia e Rússia. O vírus é característico de zonas temperadas e tropicais. Os que o contraem em geral ignoram que estão infectados, pois ele não costuma provocar sintomas. Atualmente não existe uma vacina contra a febre do Nilo Ocidental.

Elefantíase: Enquanto os surtos de febre do Nilo aumentaram, caiu o número de casos de elefantíase. Esta doença causada por vermes nematoides e transmitida por mosquitos já fez dezenas de milhões de vítimas pelo mundo, deixando muitas incapacitadas. Mais frequente na África, Ásia e Pacífico, a contaminação com o parasita provoca danos severos aos sistemas imunológico e linfático. Doença dolorosa e desfigurante, em parte dos casos a elefantíase permanece despercebida por muitos anos.
Vírus zika: Embora o Aedes seja o único vetor comprovado do vírus zika, os cientistas estudam agora se o Culex não seria também responsável pelo aumento do número de infecções. O fato de esse gênero de mosquito ser 20 vezes mais frequente no Brasil do que as espécies de Aedes explicaria a intensidade do surto no país. Pesquisadores da Fiocruz observam que, se o Culex for realmente um transmissor do zika, conter o vírus poderá ser “mais difícil do que se pensava”.
Autoria – Jessie Wingard

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