DADOS GERAIS
Capital
Trípole
Governo
Na teoria, governado pelo povo através de conselhos locais. Na prática, um Estado autoritário, chefiado pelo líder revolucionário Muammar Abu Minyar al-Qadhafi desde setembro de 1969
População
6,3 milhões (86,9% urbana)
Área
1.759.540 km2
Localização
Norte da África
Idioma
Árabe, italiano e inglês
Religião
Islamismo 97%, outras 3%
HISTÓRIA
Antigo assentamento de povos tão díspares quanto os fenícios, os romanos e os turcos, a Líbia recebeu seu nome dos colonos gregos, no século II antes da era cristã.
Durante grande parte de sua história, a Líbia foi povoada por árabes e nômades berberes, e somente na costa e nos oásis estabeleceram-se colônias. Fenícios e gregos chegaram ao país no século VII a.C. e estabeleceram colônias e cidades. Os fenícios fixaram-se na Tripolitânia e os gregos na Cirenaica. Os cartagineses, herdeiros das colônias fenícias, fundaram na Tripolitânia uma província, e no século I a.C. o Império Romano se impôs em toda a região, deixando monumentos admiráveis (Leptis Magna).
A Líbia permaneceu como província romana até ser conquistada pelos vândalos em 455 d.C. Após ser reconquistada pelo Império bizantino, continuador do romano, a região passou a ser dominada pelos árabes em 643. Os árabes estenderam a área cultivada em direção ao interior do deserto.
Durante pouco mais de três séculos, os berberes almôadas mantiveram o domínio sobre a região tripolitana, enquanto a Cirenaica esteve sob o controle egípcio. No século XVI, os otomanos ocuparam e unificaram o território, estabelecendo o poder central em Trípoli. A autoridade turca, entretanto, mal passava da região para além da costa, que servia de base corsária.
Dois séculos mais tarde, o reinado da dinastia Karamanli, que dominou Trípoli durante 120 anos, contribuiu para assentar mais solidamente as regiões de Fezã, Cirenaica e Tripolitânia, e conquistou maior autonomia. Em 1835, o Império Otomano restabeleceu o controle sobre a Líbia, embora a confraria muçulmana dos sanusis tenha conseguido, em meados do século, dominar os territórios da Cirenaica e de Fezã (interior do país).
Em 1911, sob o pretexto de defender seus colonos estabelecidos na Tripolitânia, a Itália declarou guerra ao Império Otomano e invadiu o país. Fato que iniciou a Guerra ítalo-turca. A seita puritana islâmica dos sanusis liderou a resistência, dificultando a penetração do Exército italiano no interior. A Turquia renunciou a seus direitos sobre a Líbia em favor da Itália no Tratado de Lausanne ou Tratado de Ouchy (1912). Em 1914 todo o país estava ocupado pelos italianos que, no entanto, como os turcos antes deles, nunca conseguiram afirmar sua autoridade plena sobre as tribos sanusi do interior do deserto.
Durante a Primeira Guerra Mundial, os líbios recuperaram o controle de quase todo o território, à exceção de alguns portos. Terminada a guerra, os italianos empreenderam a reconquista do país. Em 1939, a Líbia foi incorporada ao reino da Itália. A colonização não alterou a estrutura econômica do país, mas contribuiu para melhorar a infra-estrutura, como a rede de estradas e o fornecimento de água às cidades.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o território líbio foi cenário de combates decisivos. Entre 1940 e 1943 houve a campanha da Líbia entre o Afrikakorps do general alemão Rommel e as tropas inglesas. Findas as hostilidades, o Reino Unido encarregou-se do governo da Cirenaica e da Tripolitânia, e a França passou a administrar Fezã. Essa nações mantiveram a Líbia sobre forte governo militar até que a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a independência do país no primeiro dia de 1952, data a partir da qual foi adotado o nome Reino Unido da Líbia. O líder religioso dos sanusis, o emir Sayyid Idris al-Sanusi, foi coroado rei com o nome de Idris I (1951-1969).
Depois de sua admissão na Liga Árabe, em 1953, a Líbia firmou acordos para a implantação de bases estrangeiras em seu território. Em 1954, houve a concessão de bases militares e aéreas aos norte-americanos. A influência econômica dos Estados Unidos e do Reino Unido, autorizados a manter tropas no país, tornou-se cada vez mais poderosa. A descoberta de jazidas de petróleo em 1959 constituiu no entanto fator decisivo para que o governo líbio exigisse a retirada das forças estrangeiras, o que provocou graves conflitos políticos com aquelas duas potências e com o Egito. Em 1961 tem início a exploração do petróleo.
A nova história da Líbia começou em 1969, quando um grupo de oficiais radicais islâmicos derrubou a monarquia e criou a Jamahiriyah (República) Árabe Popular e Socialista da Líbia, muçulmana militarizada e de organização socialista. O Conselho da Revolução (órgão governamental do novo regime) era presidido pelo coronel Muammar al-Khadafi. O regime de Muammar Khadafi, chefe de Estado a partir de 1970, expulsou os efetivos militares estrangeiros e decretou a nacionalização das empresas, dos bancos e dos recursos petrolíferos do país.
Em 1972, a Líbia e o Egito uniram-se numa Confederação de Repúblicas Árabes, que se dissolveu em 1979. Em 1984, a Líbia e o Marrocos tentaram uma união formal, extinta em 1986.
Khadafi procurou desencadear uma revolução cultural, social e econômica que provocou graves tensões políticas com os Estados Unidos, Reino Unido e países árabes moderados (Egito, Sudão). Apoiado pelo partido único, a União Socialista Árabe, aproveitou-se da riqueza gerada pela exploração das grandes reservas de petróleo do país para construir seu poderio militar e interferir nos assuntos dos países vizinhos, como o Sudão e o Chade (Tchad). O Chade foi invadido pela Líbia em 1980.
Depois da Guerra do Yom Kippur, a Líbia levou seus parceiros árabes a não exportar petróleo para os Estados que apoiaram Israel. Opôs-se à iniciativa do presidente egípcio Anwar al-Sadat, de restabelecer a paz com Israel, e participou ativamente, junto com a Síria, da chamada "frente de resistência" em 1978. Seu apoio à Organização para a Libertação da Palestina (OLP) se intensificou, e a cooperação com os palestinos se estendeu a outros grupos revolucionários de países não árabes, que receberam ajuda econômica líbia.
A rejeição a Israel, as manifestações anti-americanas e a aproximação com a União Soviética, por parte da Líbia, geraram sérios conflitos na década de 1980. As relações da Líbia com os Estados Unidos se deterioraram quando, em 1982, os Estados Unidos impuseram um embargo às importações de petróleo líbio. Em resposta a vários atentados contra soldados americanos na Europa e às acusações de que o governo líbio patrocinava ou estimulava o terrorismo internacional, o presidente Ronald Reagan ordenou, em abril de 1986, um bombardeio da aviação americana a vários alvos militares em Trípoli e Bengazi, em que pereceram 130 pessoas. Kadhafi, que perdeu uma filha adotiva quando sua casa foi atingida, manteve-se como chefe político, mas sua imagem internacional deteriorou-se rapidamente.
Para tirar o país do isolamento diplomático, no início da década de 1990 o chefe líbio dispôs-se a melhorar o relacionamento com as potências ocidentais e com as nações vizinhas. Em 1989, a Líbia associou-se à União de Magreb, um acordo comercial dos Estados do norte da África. Em 1991, durante a Guerra do Golfo Pérsico, a Líbia adotou uma posição moderada, opondo-se tanto à invasão do Kuwait quanto ao posterior uso da força contra o Iraque. Apesar de sua neutralidade no conflito, a Líbia se manteve sob crescente isolamento internacional até meados da década. Em 1992 os Estados Unidos, o Reino Unido e a França, com a aprovação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, impuseram pesados embargos ao comércio e ao tráfego aéreo líbio, porque o governo se negava a extraditar os dois líbios suspeitos de terem colocado uma bomba num avião de passageiros norte-americano que explodiu sobre Lockerbie, na Escócia, em 1988, e matou 270 pessoas (Atentado de Lockerbie). Este tipo de sanção se repetiu nos anos seguintes, mas Khadafi tem desrespeitado o bloqueio aéreo militar viajando a Nigéria e Níger, bem como enviando peregrinos a Meca em aviões de bandeira líbia.
Em 1993 a Líbia rompeu relações com o Irã, reagindo contra o crescimento do fundamentalismo islâmico. Em 1994, os líbios retiram-se do Chade. As relações de Khadafi com os palestinos se deterioraram, à medida que estes se mostraram dispostos a negociar uma paz com Israel, e em setembro de 1995 o dirigente líbio anunciou a expulsão de 30 mil palestinos que trabalhavam na Líbia. A medida foi suspensa depois da deportação de 1500 pessoas, e em outubro de 1996 Khadafi anunciou que estas seriam indenizadas. O regime líbio tem enfrentado uma crescente resistência de parte de grupos religiosos islâmicos, e em 1997 seis oficiais do exército foram fuzilados, acusados de espionagem. Tentando melhorar sua imagem internacional, Khadafi admitiu a possibilidade de conceder a extradição dos dois agentes acusados do atentado de Lockerbie, desde que não sejam julgados nos Estados Unidos da América ou no Reino Unido.
POLÍTICA
- Forma de governo: Ditadura militar desde 1969.
- Divisão administrativa: 3 províncias, 10 governadorias e 1.500 comunas.
- Partido político: União Socialista Árabe (único legal).
- Legislativo: unicameral - Congresso Geral do Povo, com 1.112 membros da União Socialista Árabe.
- Constituição em vigor: 1977.
SUBDIVISÕES
A Líbia se subdivide em 34 municipalidades (em árabe Sha'biyah, plural Sha'biyat).
As 32 municipalidades são: | ||
1 Ajdabiya | 17 Ghat | |
2 Al Butnan | 18 Ghadamis | |
3 Al Hizam Al Akhdar | 19 Gharyan | |
4 Al Jabal al Akhdar | 20 Murzuq | |
5 Al Jfara | 21 Mizdah | |
6 Al Jufrah | 22 Misratah | |
7 Al Kufrah | 23 Nalut | |
8 Al Marj | 24 Tajura Wa Al Nawahi AlArba' | |
9 Al Murgub | 25 Tarhuna Wa Msalata | |
10 An Nuqat al Khams | 26 Tarabulus (Tripoli) | |
11 Al Qubah | 27 Sabha | |
12 Al Wahat | 28 Surt | |
13 Az Zawiyah | 29 Sabratha Wa Surman | |
14 Benghazi | 30 Wadi Al Hayaa | |
15 Bani Walid | 31 Wadi Al Shatii | |
16 Darnah | 32 Yafran |
GEOGRAFIA
ECONOMIA
CULTURA
Gastronomia
A cozinha Líbia é uma mistura de árabe e Mediterrâneo, com uma forte influência italiana. O legado da Itália de quando a Líbia era uma colônia italiana pode ser visto na popularidade das massas nos seus cardápios, particularmente macarrão.
Esporte
Embora sempre tenha existido grande paixão do povo local pelas tradições árabes, naturalmente, tem crescido no país um movimento de inclusão e difusão de diversos esportes pela população nativa. Exemplos são a Liga da Líbia, de basquete, que embora com pouca projeção vem crescendo, e a Supertaça Líbia de Futebol, principal fonte de atletas para a seleção de futebol.
A IGREJA
O cristianismo foi praticamente eliminado e, atualmente, há apenas alguns milhares de cristãos líbios, a maioria constituída de trabalhadores estrangeiros.
Os líbios são um dos grupos mais não-alcançados com o evangelho. A maior parte dos líbios da etnia árabe não sabe em que os cristãos realmente creem. Por causa de suas fortes raízes muçulmanas, não considerariam a mensagem do evangelho como algo dirigido a eles.
Nenhuma forma de evangelismo ou trabalho missionário é permitida. Apenas os estrangeiros podem se reunir, contudo, eles são monitorados. Assim, os líbios não participam desses cultos por medo de serem vigiados, delatados, presos e até mesmo assassinados.
A PERSEGUIÇÃO AOS CRISTÃOS
O governo proíbe a conversão de muçulmanos e, por isso, proíbe atividade missionária. Ele também exige que todos os cidadãos sejam muçulmanos sunitas "por definição".
Há organizações secretas e redes de espiões que monitoram possíveis rebeldes e também os estrangeiros. Essa situação faz com que seja praticamente impossível evangelizar na Líbia.
As pessoas raramente são perturbadas por causa de suas práticas religiosas, a menos que tais práticas fossem percebidas como tendo dimensão ou motivação política. O governo controla e restringe toda atividade política. Ele também monitora a literatura religiosa, inclusive a literatura islâmica, publicada ou importada ao país. A importação das Sagradas Escrituras em árabe ainda é estritamente controlada.
É proibido evangelizar muçulmanos. Os muçulmanos que se convertem são sujeitos à pressão e ostracismo social. Muitos deles consideram abandonar a pátria.
Em fevereiro de 2006, uma igreja e um convento católicos da cidade de Benghazi foram roubados e incendiados. O bispo e as freiras ficaram em Trípoli durante algumas semanas, até que os prédios fossem restaurados.
MOTIVOS DE ORAÇÃO
2. Missionários não são permitidos. Existem áreas em que há espaço e abertura para profissionais cristãos e missionários que tenham uma profissão. Ore para que cristãos de todo o mundo tornem-se profissionais destas áreas e busquem servir aos líbios no amor de Jesus Cristo.
3. A Igreja resiste a um governo que financia a propagação do islamismo. O governo líbio dá à religião islâmica um papel de destaque e contribui com missões muçulmanas em todo o mundo. Ore para que os líderes da Líbia conheçam a Cristo.
4. É arriscado para um líbio confessar sua fé em Jesus. Peça a proteção e a sabedoria de Deus para todas as conversas e relacionamentos dos convertidos.
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Grande parte do país é recoberta pelo deserto
No país há muitas ruínas históricas e sítios arqueológicos
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