Atualmente o tema “Imigração” está presente quase qe diariamente nas pautas das reuniões de cúpulas dos governos em toda a Europa. Tanto que para o Bloco Europeu, 2008 é o “Ano Europeu do Diálogo Intercultural”. No passado dia 27 de Fevereiro, o Ministro da Presidência, o Ministro da Cultura e a Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural convidaram todos os portugueses a serem parte ativa no Ano Europeu do Diálogo Intercultural (AEDI). Daí vê-se como este tema é relevante não só em Portugal, mas na Europa como um todo
Em Portugal, grande é o fluxo de imigrantes vindos também da Europa de Leste: Rússia, Ucrânia, Moldávia; também da Romênia e da Polônia. Porém, as maiores comunidades imigrantes legais em Portugal são os brasileiros, ucranianos, cabo-verdianos, e angolanos. A maioria desta comunidade fixou-se em volta da cidade de Lisboa.
A diversidade cultural na capital do país está para a humanidade como a biodiversidade está para a natureza. É verdade que, segundo atesta a história de Portugal, a expressão das multiculturas sempre compuseram sua paisagem tanto rural quanto urbana, mas os fluxos migratórios alteraram drasticamente o mosaico multi-étnico há muito conhecido em Portugal. Que o diga o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF): “Em 1980 residiam legalmente em Portugal cerca de 50.000 cidadãos estrangeiros, número que subiu para 108.000 em 1990, e que no ano de 2000 já atingia as 208.000 pessoas. Hoje, com os titulares de autorização de permanência residem em Portugal cerca de 400.000 cidadãos estrangeiros. A manter-se o actual fluxo e conscientes de que o fenómeno migratório tende a alimentar-se a si próprio, é previsível que a curto prazo se atinja o número de meio milhão de imigrantes”.
É claro e evidente que estes números do SEF dizem respeito apenas às comunidades imigrantes em situação regular. E quanto aos imigrantes ilegais? Quantos serão? Pela própria natureza da clandestinidade os números não são precisos, mas segundo a mesma entidade, pode-se seguramente somar a este número pelo menos mais 200 mil imigrantes em situação irregular no país. Uma coisa é certa: Dos 400.000 cidadãos estrangeiros em Portugal em situação regular, 233.000 residam na Área Metropolitana de Lisboa distribuídos, pasmem, em mais de 180 nações distintas, sem falar de grupos étnicos com seus variados idiomas!
O Desafio Da Missão Transcultural
Os dados acima são mais que suficiente para constatarmos que temos diante de nós, os que fazemos missões em Portugal, uma realidade multi-étnica muito semelhante àquela vivida um dia em Jerusalém:
“Nós, partos, medos, e elamitas; e os que habitamos a Mesopotâmia, a Judéia e a Capadócia, o Ponto e a Ásia, a Frígia e a Panfília, o Egito e as partes da Líbia próximas a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes - ouvímo-los em nossas línguas, falar das grandezas de Deus. E todos pasmavam e estavam perplexos, dizendo uns aos outros: Que quer dizer isto? E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos pertence a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a quantos o Senhor nosso Deus chamar. E com muitas outras palavras dava testemunho, e os exortava, dizendo: salvai-vos desta geração perversa. ( At 2.9-12; 38-40). (ARA)
O desafio está dinte de nós, todos os dias, nas ruas, nas praças, nos mercados, nas escolas e universidades, nos prédios onde moramos, em nossas igrejas, etc e etc. Cada igreja evangélica em Portugal como um todo, mas especialmente na área da Grande Lisboa, deverá desenvolver planos estratégicos para alcançar os grupos étnicos aqui representados e dispor-se a alcançá-los com o Evangelho transformador de Jesus Cristo. Ainda em Atos (8. 26-39), sabemos da história de um homem, de etnia etíope, como Deus o alcançou através de Filipe, e a Etiópia conheceu o Evangelho por intermédio daquele “turista” de passagem por Jerusalém.
É sabido que a economia mundial está arruinada e que a imigração não passa de uma miragem para aqueles que pensam em enriquecer-se, sem falar da desigualdade social em todas as sociedades mundial, ou seja, o rico cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre! Mas Deus tem as suas maneiras de trabalhar e quem sabe se o Evangelho não será o bem mais precioso que estes imigrantes realmente encontrarão por cá? Se assim o for, sem dúvida levarão para os seus países de origem a resposta daquela pergunta que fizeram os perplexos em Jerusalém: “Que faremos, irmãos? (At 2. 37). O mesmo Espírito que operou em Pedro também opera em nós e a resposta já está pronta: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos pertence a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a quantos o Senhor nosso Deus chamar. E com muitas outras palavras dava testemunho, e os exortava, dizendo: salvai-vos desta geração perversa. (At 2.38-40).
Soli Deo Glória!
Pr. Samuel S. Silva é Articulista, Teólogo e Pedagogo. Prfº de Teologia Sistemática. Prfº da COMACEP (Comiss. para Ação Educativa Evang. nas Esc. Públicas). Membro da CGADB. Missionário credenciado pela SENAMI. Pastoreia a Ass. De Deus Missões – ADM em Almada, Portugal. samuelprof@ibest.com.br
____________________Fonte: Igreja Assembléia de Deus de Missões
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