Isaac Costa de Souza
Sendo uma das primeiras reflexões sobre a missão indígena no Brasil, este livro está presente nas estantes de muitos pastores e missionários e ajudou a formar a opinião de muitos obreiros que estão no campo missionário atualmente. Com capítulos curtos, independentes e de fácil assimilação, o autor Isaac Souza apresenta, de modo muito bem documentado, a difícil realidade que os missionários enfrentam continuamente no campo; dificuldades essas muitas vezes alheias aos membros da igreja local brasileira.
Destaque para os capítulos: cinco, onde o autor apresenta um breve histórico das três ondas missionários atuantes no Brasil; o capítulo nove, escrito por Norval Silva, que aborda a incômoda acusação do missionário enquanto destruidor de culturas; e para os capítulos 7, 10, 11, 12, 13 e 14, que tratam da relação entre política (órgãos governamentais e acadêmicos) e missionários; tudo respaldado pela riqueza de citações de documentos oficiais.
Ronaldo Lidório (org)
É inegável o que podemos aprender de um professor que tenha experiência prática em sua área de ensino. Agora imagine como seriam as aulas ministradas por vários professores experientes? Este livro oferece exatamente isso para a Igreja Brasileira. Como nunca antes feito no Brasil, esta obra reúne uma coletânea de artigos escritos por missionários envolvidos no trabalho indígena. Segundo Ronaldo Lidório, o organizador do livro, “os dezoito autores são homens e mulheres capazes e íntegros os quais abertamente têm fomentado ideias em relação ao universo cultural indígena.” (p.7).
É possível ler e estudar cada capítulo separadamente, pois cada um aborda assuntos diferenciados e de profunda importância para a igreja brasileira. Destaque para a seção de anexos que oferece recursos importantíssimos como a “Estatística Comparativa das Tribos Brasileiras”, o “Código de Ética Missionária” e a lista das agências que trabalham com missões indígenas.
O subtítulo do livro – “avaliando a missão da igreja” - deixa claro que seu público alvo não são apenas os missionários, mas os cristãos que estão sentados no banco das igrejas. Este livro é uma convocação feita pelos missionários para que a Igreja Brasileira se envolva diretamente na obra missionária indígena.
Isaac Souza e Ronaldo Lidório (org)
Esta é uma excelente obra de teor acadêmico. Os organizadores Isaac de Souza e Ronaldo Lidório convidaram não só missionários brasileiros, mas também líderes cristãos indígenas para compor esta obra. Sem poupar críticas, os autores refletem profundamente sobre a atual situação das sociedades indígenas e sua relação com as ONG’s, os órgãos governamentais e os guetos acadêmicos.
Temas polêmicos como infanticídio, alcoolismo e o binômio diretos humanos versus soberania indígena são abordados do ponto de vista do próprio indígena. O que vemos ser defendido nestas páginas é “a identidade e cidadania do indígena como ser apto para fazer suas opções” (p.7). Este livro é, acima de tudo, um testemunho de que o Evangelho pode redimir a cultura indígena e trazer dignidade àqueles desprezados pela sociedade.
Este livro é indispensável para o universitário cristão que, na academia, lida diariamente com questões polêmicas em relação à presença missionária entre os povos indígenas. É indispensável para o seminarista que está se preparando para atuar como um “sacerdote acadêmico” entre esses povos. É indispensável para o missionário que está envolvido diretamente nessa luta desigual. É indispensável para líderes e membros da igreja local, que desconhecem a tremenda luta enfrentada pelos missionários entre os indígenas do Brasil.
Marcelo Carvalho
Marcelo Carvalho nos reapresenta o mundo do ponto de vista dos indígenas do Alto Rio Negro. O livro não é uma biografia missionária nem uma coletânea de vários artigos ou uma etnografia sobre um povo. Através de diálogos e histórias registradas entre os indígenas, “Inverso” nos ensina como podemos enxergar o mundo através dos olhos dos outros, afinal, é através do conhecimento do outro que podemos nos conhecer melhor. À medida que lemos estes diálogos, percebemos que os indígenas não são tão puros e que eles não vivem tão perfeitamente bem como a academia os apresenta. Com isso, o autor nos mostra que a realidade é muito diferente daquela veiculada pela mídia e pela academia.
O autor retrata os diálogos dos indígenas do Alto Rio Negro de maneira tão natural que foi necessário adicionar um glossário no final do livro explicando os termos regionais utilizados por eles. Além disso, é possível debater os assuntos de cada capítulo utilizando um Guia de Estudos elaborado por Ronaldo Lidório que consta no final da obra.
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Héber Negrão é paraense, tem 30 anos, mestre em Etnomusicologia e casado com Sophia. Ambos são missionários da Missão Evangélica aos Índios do Brasil (MEIB), com sede em Belém, PA.
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