sexta-feira, 11 de maio de 2012

Designer e cientista africanos juntam-se para fazer roupas antimalária

A modelo Sandy Mattei desfila com o modelo antimalária, durante um festival de moda na Universidade de Cornell.[Imagem: Mark Vorreuter]
Beleza útil
Um cientista e uma designer de moda, ambos africanos, juntaram seus talentos na luta contra malária, uma doença que se estima matar 655.000 pessoas por ano no continente.
Eles criaram uma roupa digna de um desfile de modas, que incorpora, em nível molecular, o inseticida para repelir os mosquitos infectados com a malária.
Aliás, a iniciativa só veio à tona depois que o modelito fez sucesso durante um desfile de modas, realizado nos EUA no final do mês de Abril.
Roupa repelente
Embora mosquiteiros tratados com inseticida sejam largamente distribuídos nos lares africanos para espantar os pernilongos, a nova peça de vestuário pode ser usada durante todo o dia, proporcionando proteção extra, já que o inseticida não se dissipa facilmente, como repelentes para a pele.
Além disso, a malha do tecido pode ser carregada com até três vezes mais inseticida do que o contido nas tramas dos mosquiteiros, que normalmente perdem o efeito após cerca de seis meses.
Isso foi possível graças ao uso de um material considerado estado-da-arte nananotecnologia, os MOFs, estruturas metal-orgânicas incrivelmente porosas, onde as moléculas do inseticida podem se alojar.
"As ligações inseticida-fibra do nosso tecido são muito difíceis de quebrar," disse Frederick Ochanda, natural do Quênia e atualmente estudando na Universidade Cornell. "As redes utilizadas hoje são apenas mergulhadas em uma solução, e não ligadas como no nosso tecido, e é por isso que elas perdem sua eficácia em pouco tempo."
Moda antimalária
O design do traje colorido com capuz coube a Matilda Ceesay, uma projetista de moda da mesma universidade, ela também vinda da África, mas do outro lado do continente, de Gâmbia.
A peça consiste de um traje tingido à mão em tons vibrantes de roxo, dourado e azul, e um capuz e uma capa contendo o repelente.
Ceesay e Ochanda afirmam esperar que sua iniciativa sirva como um protótipo para impulsionar novas tecnologias para combater a propagação da malária.
Ochanda disse que agora está trabalhando em um tecido que libera o repelente em resposta a mudanças na temperatura ou na luz - oferecendo usuários mais proteção à noite, quando os mosquitos estão mais ativos.
No mínimo, que esperam que a tecnologia possa ser aplicada para a fabricação de redes com proteção mais duradouras.

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