terça-feira, 18 de abril de 2017

Carta da Sociedade Bíblica do Egito sobre atentados


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A Sociedade Bíblica do Egito divulgou uma carta em resposta aos dois atentados com bombas, que deixaram 46 mortos e uma centena de feridos no último domingo (09/04). Os dois ataques aconteceram em duas igrejas cristãs coptas, nas cidades de Alexandria e Tanta, quando estava sendo celebrada a missa de Domingo de Ramos.

A autoria das duas explosões foi assumida pelo grupo terrorista Estado Islâmico, que também se responsabilizou pela explosão que causou 29 mortes em dezembro de 2016, na catedral copta de São Marcos, no Cairo. Mês passado, cerca de 400 cristãos coptas deixaram suas casas na Península do Sinai por causa de ameaças de jihadistas ligados ao ISIS. Os coptas representam cerca de 10% da população egípcia é a minoria cristã mais antiga e mais numerosa do Oriente Médio.

A carta da Sociedade Bíblica do Egito diz que “o que está acontecendo no Egito não é uma lenda de 2000 anos atrás, mas um testemunho atual, vivo, do poder da fé cristã”. 

Leia a seguir a carta na íntegra:

*****
Não é apenas uma lenda

Caros amigos,

Agradecemos a todos que expressaram preocupação e orações, seguindo os bombardeios trágicos nas igrejas de Tanta e de Alexandria.

Domingo de Ramos é um dos dias mais festivos no calendário da nossa igreja. Cristãos egípcios carregam ramos de palmeiras com trançados artísticos. Eles cantam: Hosana ao Rei dos Reis! É um dia de celebração cheio de alegria. 

Aí a primeira bomba explodiu.

Imediatamente muitos cantores que participavam na liturgia mudaram suas vestes terrenas agora cheias de sangue por vestes de mártires, lavadas no sangue do cordeiro. (Ap 7.11). Poucas horas depois uma segunda bomba explodiu em Alexandria, onde um homem bomba suicida detonou seu explosivo do lado de fora da igreja São Marcos. Ao todo morreram 46 pessoas, deixando a celebração pela fé para celebrar por vista, encontrando seu Salvador face a face. Muitos outros ficaram feridos 

Os funerais eram uma mistura de lamentações e alegria, como um bispo explicou:

“É verdade, nós amamos o martírio. Mas também amamos a vida. Não odiamos a vida terrena. Deus nos criou na terra para viver, não para morrer. O fato que aceitamos a morte não significa que nosso sangue é barato, e não significa que não nos importamos. Não cometemos suicídio. Mas damos testemunho de Jesus, quer por meio de nossas vidas ou pela nossa transição para o céu. Se vivemos, vivemos para o Senhor, e se morremos, morremos para o Senhor.” 

A mídia está perplexa. Em muitas ocasiões, muçulmanos que ficaram irados com esse ódio cego e mau, expresso nessa atrocidade, ficam frustrados com os cristãos e sua conversa sobre amor e perdão. Assim como em ataques anteriores, o sentido de vingança é mínimo, enquanto famílias aceitam o martírio como um dom de Deus. 
Clique aqui para verificar o espanto de um entrevistador muçulmano com a atitude da viúva do porteiro que impediu o suicida de entrar na igreja em Alexandria, assim salvando muitas vidas. O que está acontecendo no Egito não é uma lenda de 2000 anos atrás, mas um testemunho atual, vivo, do poder da fé cristã.

Por favor, orem pela igreja dos Mártires enquanto ela procura aplicar fielmente os ensinos e o exemplo de Jesus para perdoar e continuar firmes. Orem por paciência em meio ao sofrimento e luto. Orem por vitória sobre a amargura e a ira. Orem pela nossa igreja e pelos líderes do governo;

E quando estiverem celebrando nesse fim de semana, que possam ser inspirados pelo testemunho de muitos cristãos egípcios cuja fé expressa o verdadeiro sentido da Páscoa.

Sinceramente em Cristo,

Ramez Atallah
Diretor Geral
Sociedade Bíblica do Egito

Tradução: Tonica van der Meer

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