sábado, 26 de dezembro de 2009

O Ano Novo em diferentes culturas




O Ano-Novo é um evento que acontece quando uma cultura celebra o fim de um ano e o começo do próximo. Todas as culturas que têm calendários anuais celebram o "Ano-Novo". A celebração do evento é também chamada réveillon, termo oriundo do verbo réveiller, que em portugues significa "despertar".
A comemoração ocidental tem origem num decreto do governador romano Júlio César, que fixou o 1 de janeiro como o Dia do Ano-Novo em 46 a.C. Os romanos dedicavam esse dia a Jano, o deus dos portões. O mês de Janeiro, deriva do nome de Jano, que tinha duas faces - uma voltada para frente e a outra para trás.

Celebrações modernas de Ano-novo

1 de janeiro: culturas ocidentais nas quais o ano começa em janeiro.
  • No Porto a celebração mais famosa é a da Avenida dos Aliados em que toda a gente espera o novo ano, atentos no relógio da Câmara Municipal do Porto, memorável pelo seu fogo de artifício cruzando os edifícios, e pelos concertos populares
  • Na Região Autónoma da Madeira, onde o fim de ano é provavelmente o dia mais festivo durante o ano. O reveillon na principal cidade, Funchal, é um dos mais famosos do mundo, estando o espectáculo de fogo de artifício no livro de recordes do Guinness como o "maior espectáculo pirotécnico do mundo". Este espectáculo ganha especial interesse pois o Funchal é uma cidade em anfiteatro, onde as pessoas espalham-se numa área com mais 17 km e com mais de 600 metros de altitude. A cidade recebe ainda na orla marítima dezenas de navios de cruzeiro, o que aumenta o ambiente de festa. Durante 5 dias a ilha recebe mais de cinqüenta mil turistas, que aproveitam para, mesmo em Dezembro, banharem-se nas águas temperadas do arquipélago e apanharem algum sol. À noite, ainda há tempo para vislumbrar as inúmeras decorações de cambiantes luzinhas que se espalham por quase todas as ruas da cidade.


Celebrações de ano-novo na Baía de Valparaiso no Chile.
  • Em Nova Iorque, a celebração mais famosa de Ano-Novo é a de Times Square - onde uma bola gigante começa a descer às 23 horas e 59 minutos até atingir o prédio em que está instalada, marcando exatamente zero-hora (00:00:00).
  • No Rio de Janeiro, a celebração mais famosa é a dos fogos de artifício em Copacabana. Milhões de cariocas e turistas de todo o mundo juntam-se nas ruas à beira-mar e nas praias para assistirem ao longo espectáculo, que começa pontuamente à meia-noite do novo ano.
  • Em São Paulo, a avenida Paulista é o palco de atrações e queima de fogos. São milhões de pessoas que se juntam ao longo do principal centro financeiro da metrópole para celebrar a entrada de um novo ano. Em 31 de dezembro de 2008, a festa reuniu 2 milhões e 400 mil pessoas, sendo que mais de 100 mil eram turistas, registrando um novo recorde para o evento.
  • Na Escócia há muitos costumes especiais associados ao Ano-Novo - como a tradição de ser a primeira pessoa a pisar a propriedade do vizinho, conhecida como first-footing (primeira pisada). São também dados presentes simbólicos para desejar boa sorte, incluindo biscoitos.


Celebrações de ano-novo na Torre Eiffel em Paris, França.
  • Na Espanha, exatamente à meia-noite, as pessoas comem doze uvas, uma a cada badalada do relógio da Puerta del Sol, localizada em Madrid.
  • Em muitos países, as pessoas têm o costume de soltar fogos de artifício em suas casas, como é o caso de Portugal, do Brasil, dos Países Baixos e de outros países europeus.
  • Muitas pessoas tomam decisões de Ano-Novo, ou fazem promessas de coisas que esperam conseguir no novo ano. Elas podem desejar perder peso, parar de fumar, economizar dinheiro e arrumar um amor para suas vidas.
  • Em países de língua inglesa, cantar e/ou tocar a música Auld Lang Syne é muito popular logo após a meia-noite.
  • O calendário egípcio deu lugar ao cristão.
  • Na cultura judaica, que vive o ano de 5768, o ano novo (Rosh Oshaná – a festa das trombetas) começou no dia 12 de setembro passado. O ano novo judaico inicia sempre entre meados de setembro e de outubro no calendário gregoriano. Para os islâmicos, cujo calendário se baseia no ciclo lunar, o ano novo é celebrado em meados de maio, correspondendo a contagem ao aniversário da Hégira (emigração na linguagem árabe), cujo ano zero corresponde ao ano de 622 do nosso calendário, ocasião em que o profeta Maomé deixou a cidade de Meca e se estabeleceu em Medina. No calendário chinês, que é lunissolar, o ano novo começa sempre em uma lua nova entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro. E no Japão, o ano novo é comemorado do dia 1º de janeiro ao dia 03 de janeiro. 
  • Um dos primeiros territórios habitados a receber o sol do Ano Novo é a Ilha Pitt, na costa Oriental da Nova Zelândia. O último lugar do mundo a festejar o início do Ano Novo é a Ilha de Samoa, no Pacífico.
  • Os austríacos jogam chumbo derretido numa vasilha com água assim que o relógio soa a 0h de um novo ano. As figuras que surgem quando o metal esfria são guardadas como amuletos que irão ajudar na realização dos pedidos feitos na passagem do ano.
  • Na China, o Ano Novo é celebrado durante seis semanas entre janeiro e fevereiro. Nesse período, os chineses fazem uma faxina em suas casas para espantar os maus espíritos e atrair boa sorte. Na noite da véspera do Ano Novo, as luzes ficam acesas para representar calor humano, amizade e reconciliação. À meia-noite, há queima de fogos para espantar os espíritos indesejáveis.
  • Os hondurenhos pegam três laranjas -uma sem casca, uma com parte da casca removida e outra com toda a casca- e jogam todas debaixo da cama sem olhar. Depois se deitam no chão e pegam uma delas. Se a pessoa pegar a laranja com casca significa que terá um ótimo ano; a que foi descascada pela metade, indica um ano regular e a sem casca, um ano que deve ser ruim.
  • Na Espanha, exatamente à meia-noite, as pessoas comem doze uvas, uma a cada badalada do relógio da Puerta del Sol, localizada em Madrid.

Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ano-Novo, http://www.bondbusca.com, http://jornalpopular.maratona.uni5.net (adaptados)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Bereberes do Atlas - Ore por este povo



População: 3.000.000.

Distribuição geográfica: Montanhas do Altos e Médios Atlas, território marroquino e parte argelina.

Nomes alternativos: Imazigen.

Idiomas: Berbere (tamazigt), também marroquino, árabe e francês.

Religião: Islamismo.

Situação do cristianismo: Cerca de 40 crentes.

Obreiros cristãos: Aproximadamente 10.

Traduções: Porção de Marcos e Lucas. Gravações de João.

HISTÓRIA A maioria da população faz parte do território marroquino, com cerca de um milhão na Argélia e alguns emigrantes na Europa. São berberes habitantes das montanhas, que tem sido submetidos a todas as dinastias marroquinas. Os almohades (séculos XII-XIII) são berberes masmudas desta região. Algumas destas tribos permaneceram rebeldes ao poder central, sendo considerada esta região como dissidente (blad al-siba), que se negavam a pagar tributo. Na época do protetorado francês a situação se agravou e houve freqüentes enfrentamentos com eles.

SITUAÇÃO POLÍTICA Atualmente estão sob influência marroquina, onde a língua berebere não têm nenhuma representatividade legal.

ECONOMIA A população se dedica ao pastoreio. As mulheres se dedicam à agricultura e a confecção de tapetes. Sua atividade comercial se reduz aos mercados periódicos e as festas regionais.

CULTURA E EDUCAÇÃO Desenvolvimento de museus, festividades locais ligadas a um padrão, ao estilo das romarias. Sua organização social é tribal e patriarcal, com um ancião que rege os destinos da tribo (muqaddem) e um conselho local (yemaa). A educação não está arraigada entre a população (somente 25% é alfabetizado), porque se realiza em árabe clássico, com alguns vestígios de francês.  Abundam em todo o território marroquino as escolas corânicas para crianças.

CONTATOS COM O EVANGELHO No século III havia uma igreja em Tanger, e no ano 600 existia um importante núcleo autóctone em Volúbilis, perto de Fes. O movimento missionário começou no fim do século XIX. Atualmente não há mais do que dois líderes locais (alguns têm sido despatriados), e duas agências missionárias. As reuniões se realizam nas casas, mas são em árabe e não em bereber.

NECESSIDADES ESPECÍFICAS Oremos para que haja programas de rádio. Roguemos por obreiros bi-vocacionais que entrem na região. Oremos para que haja cooperação no prosseguimento dos estudos bíblicos por correspondências. A necessidade de trabalho é urgente e a oferta de emprego seria  de muito beneficio para a população. Marrocos está completamente fechado para o Evangelho.

Fonte: Missão Povos Muçulmanos Internacional


IMAGENS 


Pastor berebere e sua ovelha

 
Uma mãe e seu filho

 
Mulheres lavando roupa

 
Água transportada no lombo de animais



 Uma habitação berebere

 

Montanhas Atlas (Marrocos)



Aldeia berebere nos Montes Atlas (Marrocos)



Mulher fazendo pão ao lado da família



Fonte das imagens: http://www.enfoque10.com/SPANISH/reportajes/bereber_p1_lw/english/index.htm

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Conheça o Xintoísmo


 INTRODUÇÃO

Religião mais antiga existente no Japão. Originalmente, o xintoísmo não tinha nome, doutrinas ou dogmas. Era um conjunto de ritos e mitos que explicavam a origem do mundo, do Japão e da família imperial. Os protagonistas desses mitos eram os Kamis, segundo ensinam, eram deuses ou energias divinas que habitam todas as coisas e sucedem-se por gerações, desde a criação do mundo. Receberam o nome de Xintoísmo (caminho dos deuses) para distinguir-se do Budismo e do Confucionismo, religiões originárias da China.


HISTÓRIA DO XINTOÍSMO

Segundo os mitos do Xintoísmo, os deuses criaram o Japão e o seu povo. Até os meados do ano 1900, os japoneses adoravam o imperador, como um descendente direto de Amaterasu-Omikami, a deusa do sol e mais importante divindade da religião. Em 1868, o governo japonês, instituiu o Xintoísmo como religião oficial do país. Porém, depois da derrota japonesa na II Guerra Mundial (1939-1945), o imperador Hiroíto renunciou ao caráter divino atribuído à realeza, e a nova Constituição do país passou a defender a liberdade de religião. Contudo, 90% da população japonesa é xintoísta, e os que pertencem a outra religião, permanecem oferecendo sacrifícios devocionais aos deuses e celebrando suas cerimônias e rituais. O símbolo do Xintoísmo é um porta de madeira, chamada de Tori. Todas as entradas dos santuários xintoístas possuem este Tori, que consiste de duas colunas ligadas por duas vigas. As colunas reprentam os alicerces que sustentam o céu, enquanto as vigas simbolizam a terra.


 CÓDIGO DE FÉ DO XINTOÍSMO

Apesar de não ter uma filosofia elaborada, o Xinstoísmo enfatiza os valores morais e rituais para seus adeptos. Tanto o Budismo, como o Confucionismo foram de grande influência para as bases da religião. As imagens de Buda foram introduzidas nos santuários e templos, e as cerimônias fúnebres budistas são realizadas até o dia de hoje. No ano 1550, os espanhóis e portugueses, introduziram o Cristianismo no Japão, o que representa menos de 1% da população japonesa.

Uma margem de três milhões de pessoas praticam o Xintoísmo tradicional. O número de santuários por todo o país é grandíssimo. Desde um jardim, um templo, uma gruta e até em casa, as pessoas eregem santuários para as divindades. Os adeptos fazem orações e oferecem sacrifícios de bolos e flores aos Kamis. Em certas ocasiões, os sacerdotes realizam rituais de purificação e renovação denominado de matsuri. O culto xintoísta é realizado no templo dos Kamis locais, feito de madeira e, segundo a tradição, reconstruído a cada vinte anos. Nas festas religiosas, uma estátua do Kami ou um emblema que o simboliza é transportado pelas ruas em um andor, chamado de mikoshi.

As crenças, orações e rituais xintoístas foram transmitidas oralmente e copiladas em três volumes, denominados de: Kojiki, concluído em 712 d.C.; Nihongi, concluído em 720 d.C.; e o Yengishiki, concluído no século X. Atualmente, mais de 100 milhões de japoneses têm contato com alguma das treze principais seitas xintoístas. Existem mais de 185 mil sacerdotes e cerca de 80 mil santuários.


IMAGENS


Tori


Templo Xintoísta




Na zona leste de Kyoto está ocalizado o santuário xintoísta YASAKA. É conhecido pelo apelido de Guion-san,  pois fica em Guion, bairro das gueixas.


E este é o casamento à moda xintoísta. Às vezes podemos ver o casamento celebrado desta maneira. Aqui no YASAKA, a mulher do deus Susanô também é celebrada. Portanto, muitos casais se casam aqui.






Esta família veio para o“miyamairi”,
um costume japonês de visita o santuário da sua terra natal. Quando chega o 31º dia do nascimento do filho e 33ºdia do nascimento da filha, visita-se o santuário para mostrar o bebê ao deus da sua terra natal. Quase todos os japoneses fazem esta visita. Bem parecido com o batizado, mas a diferença é que o “miyamairi”não pressupõe que a criança seja fiel à religião durante a sua vida.


Fontes: http://solascriptura-tt.org/Seitas/#Xintoi
http://www.kyopro.kufs.ac.jp

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O Cristianismo e a China



Marco Pólo, nos anos 1200, descobriu que a China inventou a seda, a pólvora, o papel e muitos outros produtos úteis.  O mundo bateu nas suas portas, mas a China resistiu. Muito tempo depois, comerciantes europeus e americanos chegaram até lá procurando por mercadorias, o que resultou na Guerra do Ópio. Novamente, a China procurou manter estrangeiros fora.
Quando Mao Tse Tung (ou Mao Zedong) conseguiu o controle da China de Chiang Kai-shek em 1949, mais uma vez as fronteiras foram fechadas para o mundo exterior. O reinado ateísta-comunista de Mao trouxe tempos difíceis para o povo chinês, mas ele também melhorou o transporte e unificou o idioma falado pelo povo. Ambas melhorias facilitaram a chegada das Boas Novas do Evangelho ao alcance do povo comum.
De acordo com o livro “Intercessão Mundial”, 49,5% dos chineses são pessoas sem religião, enquanto que 28,5% seguem as crenças tradicionais da China, 8,4% são budistas e 7,3% são cristãos. Os que estão seguindo suas próprias crenças étnicas tradicionais somam 4,3% e os muçulmanos compõem os 2% restantes da população.
Muitos dos chineses que se consideram budistas usam sua religião como um amuleto de boa sorte para buscar dinheiro e bênçãos para a vida Lama é uma grande força.
A concentração da população muçulmana da China é mais localizada no noroeste do País. Esses muçulmanos parecem ter um vínculo forte com os seus vizinhos da Ásia Central. Agitações passadas nessa área dificultaram o trabalho do Evangelho.
Muitos dos povos minoritários da China continuam animistas em relação a como eles vêem o seu mundo, mesmo que sejam educados com uma ensino sem orientação religiosa.
A primeira evidencia missionária Cristã foi vista com a chegada dos nestorianos, em 635 AD. Evidências dos esforços nestorianos ainda existem até hoje na cidade de Xian. Depois, os padres católicos chegaram em 1600.  Em 1834, Robert Morrison, o primeiro missionário protestante, veio traduzindo a Bíblia para o Chinês.  Boa parte dessa mesma Bíblia ainda está sendo usada até hoje pelos chineses. Seguindo o exemplo de Morrison, outros missionários vieram, incluindo Hudson Taylor, que levou a mensagem do Evangelho para o interior da China.
Todos os esforços cristãos parecem ter sido levados a uma parada abrupta, quando Mao Zedong fechou todas as fronteiras da China em 1949.  Quando o País reabriu “suas portas” pela primeira vez, em 1977, todos estavam impressionados ao descobrirem que o Cristianismo não tinha sido estagnado. Na verdade, tinha desabrochado e crescido. Embora seja localizado, hoje existe uma grande agir de Deus acontecendo nessa Nação.
Os primeiros missionários chineses da China estão sendo levantados por Deus. Vários cristãos chineses crêem que a Igreja Chinesa foi comissionada por Deus para desempenhar um papel significativo no levar o Evangelho de volta a Jerusalém e para o resto do mundo; e a JOCUM quer ser parte desse grande movimento missionário.
“No Congresso do Call2All em Hong Kong, em 2009, 860 pessoas da Igreja nos Lares, Três Autonomias e Igrejas Urbanas foram autorizados a virem,”  disse Loren Cunningham em uma entrevista na última reunião da Liderança Global da JOCUM.  “Esse foi um avanço enorme. Muitos nunca tinham estado antes em uma grande reunião pública igual a essa.”
Ainda existe perseguição de cristãos pelo Governo.  Alguns pastores foram espancados e aprisionados por causa de sua fé.  Muitos grupos minoritários ainda não têm testemunho de Cristo no seu meio.  Grande é a necessidade!
Ao ler tudo isso, lembre-se de que a China é igual à história dos homens cegos que estavam passando as suas mãos sobre o elefante e descrevendo o que sentiam… Um sentiu e descreveu a perna, enquanto outro sentiu a tromba, outro sentiu o rabo e ainda outro sentiu o lado do elefante…  Cada lugar na China é diferente. Freqüentemente, é dito que a China é uma nação composta de pequenos reinos. Não se surpreenda se o Senhor te levar a orações variadas e diversas pela nação da China, porque ela é uma nação grande e diversa.

Publicado originamente em Ywam Prayer Day – Tradução: Saulo Xavier
via http://www.jocum.org.br

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Desertificação



No dia 17 de junho, de todos os anos, comemora-se o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca.

A Desertificação é definida como processo de destruição do potencial produtivo da terra nas regiões de clima árido, semi-árido e sub-úmido seco. O problema vem sendo detectado desde os anos 30, nos Estados Unidos, quando intensos processos de destruição da vegetação e solos ocorreu no Meio Oeste americano.

Muitas outras situações consideradas como graves problemas de desertificação foram sendo detectadas ao longo do tempo em vários países do mundo. América Latina, Ásia, Europa, África e Austrália oferecem exemplos de áreas onde o homem, através do uso inadequado e/ou intensivo da terra, destruiu os recursos e transformou terras férteis em desertos ecológicos e econômicos.
A medida que o estudo sobre a origem dos desertos evoluiu, surgiram conceitos a respeito do assunto:
Deserto: região de clima árido; a evaporação potencial é maior que a precipitação média anual. Caracteriza-se por apresentar solos ressequidos; cobertura vegetal esparsa, presença de xerófilas e plantas temporárias.
Desertificação: origina-se pela intensa pressão exercida por atividades humanas sobre ecossistemas frágeis, cuja capacidade de regeneração é baixa.
Processo de desertificação: diz respeito a atividade predatória que irá conduzir a formação de desertos.
Área de desertificação: é a área onde o fenômeno já se manifesta.
Área propensa à desertificação: área onde a fragilidade do ecossistema favorece o processo de instalação da desertificação.
Deserto específico: a desertificação já se manifesta em grau máximo.
As causas mais freqüentes da desertificação estão associadas ao uso inadequado do solo e da água no desenvolvimento de atividades agropecuárias, na mineração, na irrigação mal planejada e no desmatamento indiscriminado.
Principais problemas:
  • vulnerabilidade às secas, que impactam diretamente a agricultura de sequeiro e pecuária
  • fraca capacidade de reorganizar a estrutura produtiva do sertão
  • desmatamento resultante da pecuária extensiva e do uso de madeira para fins energéticos
  • problemas graves de desertificação já identificados
  • sinalização dos solos decorrente do manejo inadequado na agricultura e no pastoreio
  • perda de dinamismo de atividades industriais e comerciais
  • precária conservação da infra-estrutura rodoviária
  • precário atendimento dos serviços de comunicação
  • precário sistema de difusão tecnológica
  • baixa produção científica e tecnológica para as necessidades do semi-árido
  • deficiência nos níveis de capacitação da mão-de-obra rural, industrial e do comércio
  • fragilidade institucional
  • gestão municipal sem planejamento e comprometimento com objetivos a longo prazo.
A desertificação ocorre em mais de 100 países do mundo. Por isso é considerada um problema global. No Brasil existem quatro áreas, que são chamadas núcleos de desertificação, onde é intensa a degradação. Elas somam 18,7 mil km² e se localizam nos municípios de Gilbués, no Piauí; Seridó, no Rio Grande do Norte; Irauçuba, no Ceará e Cabrobó, em Pernambuco. As regiões áridas, semi-áridas e subúmidas secas, também chamadas de terras secas, ocupam mais de 37% de toda a superfície do planeta, abrigando mais de 1 bilhão de pessoas, ou seja, 1/6 da população mundial, cujos indicadores são de baixo nível de renda, baixo padrão tecnológico, baixo nível de escolaridade e ingestão de proteínas abaixo dos níveis aceitáveis pela Organização Mundial de Saúde - OMS. Mas a sua evolução ocorre em cada lugar de modo específico e apresenta dinâmicas influenciadas por esses lugares.
As regiões sul-americana e caribenha têm inúmeros países com expressivas áreas de seus territórios com problemas de desertificação. Os mais significativos são Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, Peru e México.
Possíveis causas da desertificação podem ser apuradas.
O desmatamento, que além de comprometer a biodiversidade, deixa os solos descobertos e expostos à erosão, ocorre como resultado das atividades econômicas, seja para fins de agricultura de sequeiro ou irrigada, seja para a pecuária, quando a vegetação nativa é substituída por pasto, seja diretamente para o uso da madeira como fonte de energia (lenha e carvão).
O uso intensivo do solo, sem descanso e sem técnicas de conservação, provoca erosão e compromete a produtividade, repercutindo diretamente na situação econômica do agricultor. A cada ano, a colheita diminui, e também a possibilidade de ter reservas de alimento para o período de estiagem. É comum verificar-se, no semi-árido, a atividade da pecuária ser desenvolvida sem considerar a capacidade de suporte da região, o que pressiona tanto pasto nativo como plantado, além de tornar o solo endurecido, compacto.
A irrigação mal conduzida provoca a salinização dos solos, inviabilizando algumas áreas e perímetros irrigados do semi-árido, o problema tem sido provocado tanto pelo tipo de sistema de irrigação, muitas vezes inadequado às características do solo, quanto, principalmente, pela maneira como a atividade é executada, fazendo mais uma molhação do que irrigando.
Além de serem correlacionados, esses problemas desencadeiam outros, de extrema gravidade para a região. É o caso do assoreamento de cursos d'água e reservatórios, provocado pela erosão, que, por sua vez, é desencadeada pelo desmatamento e por atividades econômicas desenvolvidas sem cuidados com o meio ambiente.
Conseqüências da desertificação:
Natureza ambiental e climática
Como perda de biodiversidade (flora e fauna), a perda de solos por erosão, a diminuição da disponibilidade de recursos hídricos, resultado tanto dos fatores climáticos adversos quando do mau e a perda da capacidade produtiva dos solos em razão da baixa umidade provocada, também, pelo manejo inadequado da cobertura vegetal.

Natureza social
Abandono das terras por partes das populações mais pobres, a diminuição da qualidade de vida e aumento da mortalidade infantil, a diminuição da expectativa de vida da população e a desestruturação das famílias como unidades produtivas. Acrescente-se, também, o crescimento da pobreza urbana devido às migrações, a desorganização das cidades, o aumento da poluição e problemas ambientais urbanos.

Natureza econômica
Destacam-se a queda na produtividade e produção agrícolas, a diminuição da renda do consumo das populações, dificuldade de manter uma oferta de produtos agrícolas de maneira constante, de modo a atender os mercados regional e nacional, sobretudo a agricultura de sequeiro que é mais dependente dos fatores climáticos.

Natureza político institucional
Há uma perda da capacidade produtiva do Estado, sobretudo no meio rural, que repercute diretamente na arrecadação de impostos e na circulação da renda e, por outro lado, criam-se novas demandas sociais que extrapolam a capacidade do Estado de atendê-las.
As áreas desertificadas brasileiras apresentam características geoclimáticas e ecológicas, as quais contribuíram para que o processo fosse acelerado. Diversas regiões brasileiras padecem deste problema, como por exemplo:

- Semi-árido
Sua área total é de aproximadamente 1.150.662 Km² o que corresponde a 74,30% da superfície nordestina e 13,52% do Brasil.

- Bahia
Corresponde a 9,3% da superfície estadual (52,5 mil Km²) em processo de desertificação. Localiza-se na margem direita do rio São Francisco abrangendo o sertão de Paulo Afonso.

- Pernambuco
Dados (Sema 1986) mostram que cerca de 25 Km² (25%) do estado estão tomados pela desertificação atingindo os municípios de Itacombira, Cabrobó, Salgueiro e Parnamirim.

- Piauí
1.241 Km² da área piauiense encontram-se em acelerado processo de desertificação, exemplo deste fenômeno pode ser visto na região de Chapadas do Vale do Gurgéia, município de Gilbués.

- Sergipe
Estão em processo de desertificação no Sergipe cerca de 223Km².

- Rio Grande do Norte
Representa 40% do estado tomado pela desertificação; a intensiva extração de argila e a retirada da cobertura vegetal para a obtenção de lenha para as olarias acelera ainda mais o processo.

- Ceará
A área desertificada corresponde a 1.451 Km² no município de Irauçuba.

- Paraíba
A região do semi-árido é a mais propensa ao processo de desertificação, principalmente onde os solos são utilizados de maneira irracional. A desertificação atinge cerca de 27.750 Km² (49,2%), abrangendo 68 municípios.

- Amazônia
Também apresenta áreas em processo de savanização decorrentes de desmatamentos indiscriminados.

- Rondônia
Corre grande risco de início do processo de desertificação; várias áreas são desmatadas para fins agrícolas e ocupação indiscriminada do solo.

- Paraná
Apresenta problemas de degradação nas áreas de ocorrência do arenito Caiuá; a agricultura é praticada sem haver uma preocupação com o manejo e a conservação do solo, problema acentuado pela devastação de florestas nativas.

- Mato Grosso do Sul
O processo ocorre principalmente na região sudoeste do estado, área de ocorrência do Arenito Caiuá, apresentando aspectos avançados de degradação (50 mil hectares).

- São Paulo
Dados da SEMA de 1986 já identificavam que, aproximadamente 70% das áreas agriculturáveis do estado estavam tomadas por intenso processo erosivo.

- Rio Grande do Sul
Área do sudoeste do estado como os municípios de Alegrete, São Francisco de Assis, Santana do Livramento, Rosário do Sul, Uruguaiana, Quaraí, Santiago e Cacequí são atingidos pela desertificação. Outras áreas passíveis de degradação estão presentes no sul-riograndense, em especial onde predominam os solos originários do Arenito Botucatu; faz-se necessário um estudo de capacidade de uso, conservação e manejo para que tais áreas não iniciem rapidamente o processo de degradador.

- Minas Gerais
De acordo com estudos realizados, 12.862 Km² estão propensos à desertificação, sendo divididos em 3 áreas:

I - engloba as bacias dos rios Abaeté, Borrachudo e Indaiá na região centro-oeste do estado (11.446 Km²).
II - ocorre na bacia do rio Gorotuba, região centro-norte ocupando 42 Km² de área.
III - localizada nas bacias dos Médios e Baixos São Pedro e São Domingos compreendendo 1.375 Km² de área.

Diante de tudo o que foi abordado, conclui-se que o processo de recuperação de uma área desertificada é complexo, pois necessita de ações capazes de controlar, prevenir e recuperar as áreas degradadas. Paralelamente a estas ações, cabe uma maior conscientização política, econômica e social no sentido de minimizar e/ou combater a erosão, a salinização, o assoreamento entre outros.

Está previsto no Capítulo 12 da Agenda 21, a criação de seis áreas-programas para combate a desertificação com ações regionais.

Fonte: CAVALCANTI, E. Para Compreender a Desertificação: Uma abordagem didática e integrada. Instituto Desert. Julho de 2001.






Via http://www.ambientebrasil.com.br/
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