domingo, 27 de setembro de 2015

O alfabeto mais longo do mundo

Você sabe qual é o alfabeto mais longo do mundo?
É o Khmer, ou Cambojano, com 68 caracteres. É o idioma oficial do Camboja e é falado por mais de 25 milhões de pessoas – entre cambojanos, tailandeses, vietnamitas e alguns chineses. São 33 consoantes, 24 vogais, 11 independentes vogais (não precisam das consoantes e podem formar palavras monossilábicas) – e ainda temos os números!
Cambodian Alphabet: Khmer ConsonantsCambodian Alphabet: Khmer VowelsCambodian Alphabet: Khmer Numerals
Por incrível que pareça, é uma língua relativamente fácil de aprender. Em Khmer, os verbos e os nomes não são flexionados (não há verbos irregulares e a maioria dos nomes não contém sufixos, prefixos, derivações ou flexões de gênero, número ou grau), a conjugação é simples e as palavras não tem singular nem plural. Claro que não seria brincadeira memorizarmos esses símbolos todos, principalmente para nós que já estamos acostumados com o nosso ABC.
Veja como fica a palavra ‘professor’ (ou ‘professora’) em Khmer: គ្រូបង្រៀន
Oi ou Olá escreve-se ជំរាបសួរ e pronuncia-se  /shumripsua/ (formal) e /sousdei/ (informal).
Fácil não é?
Há alguns outros idiomas com longos alfabetos, mas para ser chamado “alfabeto”, tudo depende se o símbolo representa uma palavra, uma sílaba ou um fonema. Nem todas as formas de escrita são representadas por um alfabeto, alguns são chamados sistemas de escrita logográficos (Chinês, Japonês, Coreano) ou silábicos (Cherokee). No “verdadeiro” alfabeto, cada caractere ou letra deve representar um fonema e as vogais tem o mesmo status que as consoantes.
Deixemos a teoria de lado e vejamos mais alguns exemplos, só por curiosidade: o Thai possui 44 consoantes e 15 símbolos para as vogais; o antigo eslavo tem 43 letras; o !Xu falado pelos Ikung na Namíbia, Botswuana e Angola tem mais de 100 símbolos, o Cherokee tem 85 e o Yi, usado apenas para escrita das línguas Yi, tem mais de 800 símbolos.
De repente, eu fiquei muito feliz e satisfeita com o nosso maravilhoso alfabetinho de apenas 26 letrinhas. Right?
Leia mais sobre a Língua Khmer: https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_khmer

sábado, 19 de setembro de 2015

Bíblia é usada para desenvolver tecnologias de idiomas


Aplicativos de tradução, reconhecimento e sintetização de voz já são muito bons em idiomas falados por milhões de pessoas, como inglês, francês, alemão ou português.
Mas eles ainda são de pouca valia para falantes de idiomas menos difundidos justamente porque falta "massa de dados" para que os sistemas de inteligência artificial nos quais essas ferramentas são baseadas obtenham o treinamento necessário.
"Quando desenvolvemos sistemas de tradução automática e motores de busca, normalmente inserimos no computador enormes quantidades de textos anotados manualmente que contêm informações sobre a função e o significado das palavras individuais.
"Por razões históricas, esses textos têm sido principalmente artigos de jornal em inglês e outras grandes línguas. Nós não temos acesso a textos anotados em línguas menores, como feroesa [Ilhas Faroé], galês, galego e irlandês, ou mesmo uma grande língua africana como o iorubá, que é falada por 28 milhões de pessoas," explica o professor Anders Sogaard, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca.
Sabedoria bíblica
Mas artigos de jornal não são a única fonte possível de informação sobre palavras e expressões em um determinado idioma. Há um livro grande, o mais traduzido em todo o mundo e, provavelmente, também o mais comentado: a Bíblia.
"A Bíblia foi traduzida em mais de 1.500 idiomas, mesmo os menores e mais 'exóticos', e as traduções são extremamente conservadoras: os versículos têm uma estrutura completamente uniforme ao longo de muitas línguas diferentes, o que significa que nós podemos construir modelos de computador adequados mesmo dos menores idiomas, dos quais nós temos apenas algumas centenas de páginas de texto bíblico," disse Sogaard.
Agora a equipe apresentou os primeiros resultados de seu "esforço bíblico".
"O esforço está valendo a pena, já tendo servido para construir modelos de mais de 100 idiomas 'exóticos', como suaíli, uólofe e xhosa, que são falados na Nigéria [e em outros países africanos]. Isto significa que poderemos desenvolver tecnologias de linguagem para esses idiomas similares às disponíveis para os falantes de inglês ou francês," disse o pesquisador.
O trabalho da equipe não tem data para terminar, e o esforço de criação de novas ferramentas - do tipo de aplicativos como Siri e Google Translate - para idiomas menos falados continuará.

Bibliografia:

If all you have is a bit of the Bible: Learning POS taggers for truly low-resource languages
Zeljko Agic, Dirk Hovy, Anders Sogaard
Proceedings of the National Academy of Sciences
Vol.: To be published

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Conceito de tenda dobrável promete obtenção de água e energia para refugiados

Desastres naturais, guerras e disputas políticas são responsáveis pelo deslocamento de milhões de refugiados ao redor do mundo. Muitos deles procuram asilo em terras desconhecidas com uma simples tenda para chamar de lar.

Foi com isso em mente que Abeer Seikaly, uma arquiteta e designer que atualmente mora na Jordânia, criou a Weaving a Home (Tecendo um Lar), uma tenda que procura reexaminar o conceito arquitetônico tradicional ao criar uma estrutura capaz de prover mais conforto, como energia, água e calor, ao mesmo tempo em que é prática, leve e fácil de transportar.
Não é somente o conceito social da obra de Seikaly que é impressionante. A tenda está preparada para necessidades e dificuldades vividas por refugiados em diferentes locais do mundo. O astro da tenda é seu tecido, que tem células fotovoltaicas acopladas – elas absorvem radiação solar, de modo a transformá-la posteriormente em eletricidade, e servem também para o aquecimento de água, graças à proximidade da tubulação com o material de absorção da radiação solar.
Sistema de drenagem
Através de um sistema natural de termossifão, a água da chuva sobe em direção ao tanque de armazenamento de água. A tenda também possui um sistema de drenagem que impede inundamentos, além de ter uma estrutura feita para se adaptar a diferentes climas, como em situação de neve forte (foto acima), o que permite a abertura do material para a entrada do ar frio e a saída do ar quente; também é possível isolar o calor na tenda, caso o usuário deseje selar completamente as aberturas.
Para Abeer, o design do conceito deve ser capaz de preencher a lacuna entre necessidade e desejo, colocando nas mãos das pessoas em situação de fragilidade devido a conflitos políticos a capacidade de fazer seu próprio lar um local minimamente habitável.
Para saber mais sobre o design, confira o site de Abeer Seikaly.

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