quinta-feira, 30 de julho de 2009

Para tirar os dicionários da “Idade da Pedra”

*
Wordnik


A quantidade de ferramentas ligadas a idiomas é bem grande. O Urban Dictionary talvez seja uma das mais famosas. É um dicionário apenas de gírias em inglês, daquelas que ainda estão em guetos e, claro, ainda não foram catalogadas por nenhum dicionário.
De cabeça, lembro também do Save The Words, site do Dicionário Oxford, que tenta evitar que palavras em inglês caiam em desuso.
Hoje, o LifeHacker apresentou o Wordnik, que é um dicionário online inglês-inglês bem detalhista. Além de fornecer o significado e a pronúncia do termo, ele mostra seus relacionamentos com fotos no Flickr e um gráfico que indica o quanto uma palavra é utilizada (o termo “computer”, por exemplo, teve um pico de uso dos anos 90 para cá).
Chama a atenção que o site foi criado por Erin McKean, da editora da Universidade de Oxford e palestrante da conferência TED, que acredita que os dicionários online ainda estão na Idade da Pedra.
O Wordnik talvez não seja o derradeiro na área, mas mostra para onde os dicionários online devem caminhar, tem previsão de lançamento de uma API pública para quem quiser fazer mashups com todos os termos.

Fonte: http://www.tiagodoria.ig.com.br

sábado, 25 de julho de 2009

O Deus do Alcorão e o Deus da Bíblia

*
Mesquita no Brás, em São Paulo

Por: Apologetic Index
Tradução: Stephen Adams

No livro, The Compact Guide to World Religions, Dean Halverson compara e contrasta os dois conceitos de Deus como visto no Alcorão e a Bíblia:

As Semelhanças

Ambos são Um.


Ambos são Criadores transcendentes do Universo.


Ambos são soberanos.


Ambos são onipotentes.


Falou à humanidade por mensageiros ou profetas, por anjos, e pela palavra escrita.


Ambos sabem em íntimo detalhe os pensamentos e ações de homens.


Ambos julgarão o ímpios.

As Diferenças

O Deus do Alcorão é uma unidade singular; mas o Deus da Bíblia é uma unidade composta que é uma pessoa em essência e três em posição (Mt. 28:19; Jo. 10:30; At. 5:3-4).


O Deus do Alcorão não é um pai, e ele não gerou nenhum filho (Sura 19:88-92; 112:3); mas o Deus da Bíblia é uma triunidade que existiu eternamente como Pai, Filho, e Espírito Santo (Mt. 28:19; Lc. 3:21-22; Jo. 5:18).


Pelo Alcorão, Deus entrou na história por um mundo que é uma palavra que é escrita; mas por Jesus Cristo, Deus entrou na história pelo Verbo, que é uma Pessoa (Jo. 1:1; Cl. 1:15-20; Hb. 1:2-3; 1 Jo. 1:1-3; 4:9-10).


O Deus do Alcorão "não aprecia os iníquos" (Sura 3:140, Ali), nem ama "quem é traiçoeiro, pecador" (Sura 4:107, Ali); mas "Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores." (Rm. 5:8).


"Alá os castigará por seus pecados" (Surah 5:49, Ali,; também veja as Suras 4:168-169; 7:179; 9:2; 40:10); mas o Deus da Bíblia "não tem prazer na morte dos ímpios" (Ez. 18:23) e "não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento" (IIPd. 3:9).


O padrão do julgamento para o Deus do Alcorão é que nossas boas ações têm que exceder em valor nossas más ações (Suras 7:8-9; 21:47); mas o padrão do Deus da Bíblia não é nada menos que perfeição completa medida pelo santo caráter de Deus (Mt. 5:48; Rm. 3:23).


O Deus do Alcorão providenciou um mensageiro, Maomé, que advertiu do juízo iminente de Alá (Suras 2:119; 5:19; 7:184, 188,; 15:89-90) e que declarou que "Nenhum portador de um fardo poderá levar o fardo de outro" (Suras 17:15; 35:18, Ali); mas o Deus da Bíblia providenciou um Salvador sem pecado, Jesus, que levou nossos pecados e suportou a ira de Deus em nosso lugar (Mt. 20:28; 26:28; Lc. 22:37; Jo. 3:16; 10:9-11; IICo. 5:21; Gl. 3:13; ITs. 5:9-10).

Fonte: LOGOS Apologética

quinta-feira, 23 de julho de 2009

ÁGUAS VIVAS - Antologia de Poesia Evangélica para download

*

Amados irmãos e leitores
, é com imenso prazer que trago até vocês mais uma antologia poética. ÁGUAS VIVAS é um e-book gratuito, uma antologia reunindo textos de 10 poetas evangélicos contemporâneos, apresentando autores relativamente pouco conhecidos ao lado de outros já consagrados, como o Pr. Israel Belo de Azevedo, Pr. Josué Ebenézer e o Prof. Noélio Duarte, membros Academia Evangélica de Letras do Brasil (AELB), e o bardo português João Tomaz Parreira, entre outros.

Leia alguns trechos da apresentação:

Águas Vivas, mais que uma simples antologia poética, nasce como um oportuno projeto, que visa a aproximar ainda mais leitores e poetas evangélicos contemporâneos. Por um lado divulgando a poesia evangélica e incentivando a produção de bons autores, e por outro, apresentando ao leitor um breve, mas significativo panorama da obra destes bravos bardos que têm na fé evangélica e no manejo das palavras o traço de sua união. E projeto ainda porque meu objetivo, se o Senhor assim o permitir, é organizar de tempos em tempos novos volumes desta antologia, contemplando a obra de muitos outros autores.
... ... ...
Tenha uma boa leitura, e sinta-se livre para compartilhar este livro eletrônico com seus amigos, irmãos e contatos, mas lembre-se: a obra não pode ser comercializada de nenhuma maneira, estando liberada sob uma licença Creative Commons.”

Em ordem alfabética, os autores que compõem este livro são: Brissos Lino, Gilberto Celeti, Giovanni C. A. de Araújo, Israel Belo de Azevedo, J. T. Parreira, Josué Ebenézer, Luiz Flor dos Santos, Noélio Duarte, Sammis Reachers e Wolodymir Boruszewski (Wolô).

São 163 páginas, em formato PDF. Para você baixar, divulgar e compartilhar à vontade.

Para baixar o livro, Clique Aqui.
_______________________________

Irmãos, estejam livres para reproduzirem este post em seus blogs, e/ou disponibilizarem este livro para download direto a partir de seus blogs e sites, sejam pessoais ou institucionais, sem a necessidade de prévia autorização.

Sammis Reachers, org.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

De zero para 1 milhão – uma breve história do evangelho no Nepal


Há 60 anos não havia presença cristã reconhecida no Nepal.

Em 1952, o rei hindu convidou profissionais para irem, trabalharem e contribuírem com o desenvolvimento do seu país em cinco áreas: educação, saúde, desenvolvimento comunitário, engenharia e ciência florestal.

O rei foi muito claro em suas expectativas: os profissionais deveriam trabalhar em suas diferentes áreas, mas eram proibidos de qualquer atividade de proselitismo.

Como algumas outras organizações, a Interserve passou pela porta aberta e enviou profissionais missionários para o Nepal.

Qual a situação da igreja nepalesa hoje? De zero passou para mais de um milhão de cristãos. Como isso foi possível?! Não existe qualquer lei no mundo que proíba alguém de fazer amizades, de ser um profissional do modo como Jesus seria e de responder perguntas sobre sua própria fé. Com o testemunho de vida daqueles profissionais, o evangelho penetrou a cultura e se estabeleceu. Nasceu uma igreja nacional – não estereotipada no padrão ocidental.

Interserve (http://www.interserve.org/brazil/index.htm) – vidas e comunidades transformadas pelo encontro com Jesus Cristo.

Fonte: http://www.aftb.org.br/


sábado, 18 de julho de 2009

Concurso para a FUNAI


O Ministério do Planejamento autorizou, nesta semana, a realização de um concurso público para 425 oportunidades na Fundação Nacional do Índio (Funai). As chances serão distribuídas pelas funções de auxiliar em indigenismo (75 vagas para alfabetizados), agente indigenismo (150 oportunidades para quem tem nível intermediário) e indigenista especializado (200 chances para candidatos com nível superior completo). A Funai tem o prazo de até seis meses para lançar o edital e dar início à seleção.

Fonte: Jornal Extra

terça-feira, 14 de julho de 2009

Jornalista afirma que a Inglaterra logo será uma nação islâmica


Peter Hitchens, que é anglicano, disse que o cristianismo é muito fraco na Grã-Bretanha (Inglaterra, país de Gales e Escócia). De acordo com a estação de rádio, Hitchens está preocupado porque o cristianismo na sociedade britânica está em decadência e que o islamismo logo será a religião dominante no país.

Ele diz: “O problema é que isso irá acontecer não porque os muçulmanos estão conspirando ou trabalhando por isso. Irá acontecer, pois o cristianismo nesse país é muito fraco”.

“O islamismo tem ganhado força, e logo dominará os números no país. Isso mudará a Grã-Bretanha em muitas maneiras, e as pessoas poderão escolher qual das duas religiões preferem, pois se não quiserem uma, poderão ficar com a outra.”

A Premier Radio diz que esses comentários dão continuidade aos de Alison Ruoff, que, no ano passado, afirmou que a Igreja na Inglaterra estava “sonâmbula” e se tornando um estado islâmico.

Diz-se também que é inevitável que elementos da sharia (lei islâmica) sejam incluídos na Inglaterra, e que a Igreja não faz o bastante para que sua mensagem seja duradoura.

Ruoff acredita que o governo – para ser politicamente correto – não está evitando o crescimento de comunidades muçulmanas.

“Agora, os cristãos são perseguidos por usarem símbolos cristãos. Você pode usar o véu como um muçulmano, mas não pode usar uma cruz. A Igreja precisa dizer: ‘Não. Somos cristãos e essa é uma sociedade cristã’”, Afirma Ruoff.

A rádio Premier diz que a população muçulmana aumentou 10 vezes mais do que o restante da sociedade, e que, no mesmo período (2004-2008), o número de cristãos caiu mais de 2 milhões.

Um bispo afirma que, com o declínio da frequencia de pessoas nas igrejas e o crescimento do pluralismo cultural, a “Inglaterra cristã está morta”.

Tradução: Portas Abertas

Via http://www.dihitt.com.br/pauloteixeira

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Costumes e tradições da cultura japonesa

t
Ikebana
Ikebana


Por Cintia Kaneshigue - Japão

Blog Vivendo a Última Hora afiliado da UBE

Durante estes sete anos em que me encontro na Terra do Sol Nascente, um dos pontos que mais me chamou a atenção foi a alimentação nipônica. Logo ao acordar o desjejum é arroz, missoshiru (sopa de pasta de soja), peixe e verduras, e para acompanhar o já famoso chá verde. É muito raro encontrar famílias que se alimentam de pão ou tomam café logo ao acordar.

Missoshiru

Não que o café não seja bem-vindo. Aliás, você pode encontrar café em qualquer máquina de sucos por aqui. São de muitas as variedades: com e sem açúcar; fraco ou forte; com leite, com creme. Quente ou gelado. Isso mesmo: gelado! Os japoneses amam café gelado sem açúcar. Mas o café encontrado aqui não passa nem longe do saboroso café de nossa terrinha. Habitualmente ele é mais fraco, com cor de chá preto.

O almoço e o jantar decorrem com cardápio similar ao do café da manhã. Isso não quer dizer que não haja variações. Japoneses gostam muito de soba (macarrão japonês) e com ele existem vários pratos,entre eles os mais famosos e populares são o yakisoba(que pode ser encontrado em banquinhas, assim como compramos cachorro-quente por aí) e o soumen, macarrão fino,gelado e servido com um caldo que mistura shoyu e hondashi(uma espécie de tempero,feito com peixe,vem em pó). Este macarrão gelado vem acompanhado de omelete, pepino e presunto cortados em tiras bem finas. É muito refrescante nos dias quentes do verão japonês.

A carne mais popular aqui com certeza vem do mar. Peixes e frutos do mar estão para os japoneses, assim como a carne bovina para os brasileiros. Em segundo lugar está o frango. Uma curiosidade: aqui se serve um espetinho de frango, aparentemente comum, mas se reparar melhor, vai ver que ele tem uma cor diferente e está lambuzado numa espécie de caramelo. E é isso mesmo!Eles passam uma mistura de shoyu com açúcar não só nesses espetinhos,mas em quase todas as carnes. O gosto é estranho, mas acho que me acostumei...Em terceiro lugar vem a carne de porco e em último a carne de vaca. Ambas são cortadas em tiras finas, como se fossem presunto, ou em medalhões para serem compradas.Detalhe: a carne bovina é muito cara aqui no Japão.

Ocha

As bebidas mais comuns e vendidas no Japão são os chás (ocha). Eles estão disponíveis em uma grande variedade nos mercados. Tem chá verde, branco, preto, de ervas, de limão, de maçã, de casca de árvore... São muitos. As crianças aprendem desde muito cedo a tomar chá. Tive os meus dois filhos aqui, e na seção de papinha você encontra vários tipos de chá para bebê. Agora o meu filho mais velho está na escola, no verão é necessário que leve uma garrafinha térmica com chá. Ah! não se enganem. Nenhum tipo de chá tomado no Japão leva açúcar.

Todas as plantações tem um pequeno altar e uma estátua de Buda. Ali a cada véspera de plantio os agricultores fazem oferendas para pedir que a safra seja boa. Igualmente depois da colheita, é feita a oferenda de agradecimento. Não há nada que seja fabricado no Japão que não seja consagrado a Buda. Em todos os lares existem os altares para os mortos, onde também é colocado as comidas preferidas do familiar que se foi.

Atualmente, os japoneses não querem mais cozinhar. Por esse motivo há uma infinidade de alimentos congelados para serem esquentados nos microondas.


Obento - WallE

Também existem várias lojas que vendem "obento", semelhante a uma quentinha, com tudo que japonês gosta.

Menu de obentos

O Japão não está conseguindo fugir da tendência mundial dos fast-foods. a diferença é que o tipo de hambúrguer que faz sucesso aqui é de camarão, peixe, teriyaki (hambúrguer de carne que leva aquele molho doce que mencionei acima), e hambúrguer de arroz.

Tirando os tradicionais lanches do M amarelo, há um outro tipo de fast-food que só existe aqui. Restaurantes populares onde as pessoas se sentam no balcão e a sua frente, há uma esteira por onde passam os pratos de sushi e sashimi.Você paga de acordo com a cor da borda dos pratos que pegou. É superrápido!

Outro restaurante que é muito popular por aqui são os lamen-ya. São restaurantes onde só se servem lámen. Com certeza não são nada parecidos com aqueles instantâneos que comemos por aí. Eles são bem elaborados e há vários tipode de caldos e de acompanhamentos.Faz sucesso no frio e no calor também!

Yakiniku

Aqui também há churrascaria!!Se chamam Yaki(queimar) niku(carne). Quem queima a carne somos nós!No meio de cada mesa há uma grelha, há uma prateleira frigorífica onde ficam as carnes. Então você escolhe o seu pedaço e coloca pra assar. A variedade de carne é muito pouca, sem contar que a maior parte esta cortada em tiras finas. A alegria de um brasileiro ao ir a um Yaki niku é comer o buffet que tem uma infinidade de pratos,e as sobremesas que também são fartas. A maior curiosidade deste restaurante é a forma de pagamento: você paga para comer por 90 minutos. Não é muito barato: em média cerca de 1,500 ienes. Ou 15 doláres.

Bem tocando no assunto dinheiro, comida não é barata no Japão. E há alguns fatores para isso. O Japão importa a maior parte de seus alimentos por falta de espaço para cultivá-los e também porque a comida pronta vinda da China é muito mais barata.

Como japonês gosta muito de arroz, o saco padrão deste grão é de 10kg. Custa em média 3,500 ienes ou 35 doláres. Você compraria um saco de arroz por R$70 reais? Eu sou obrigada a comprar.





Visite o Blog da Irmã Cíntia: A fé no Japão - Vivendo a Última Hora



Ilustrações e edição de texto por João Cruzué
Texto originalmente publicado no blog da União de Blogueiros Evangélicos

.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

QUEM SÃO OS FILHOS DE ABRAÃO?

*
Um esclarecimento bíblico sobre a descendência árabe

Por Jeferson Dias, do projeto MAHABBA

Os muçulmanos, com aproximadamente 1,3 bilhões de adeptos, são encontrados em centenas de grupos étnicos diferentes ao redor do mundo e, possivelmente, três quarto das pessoas do mundo muçulmano não possuem antecedentes árabes. Contudo, o estilo de vida e cultura árabe de Maomé influenciou profundamente o islamismo.

A herança bíblica árabe é geralmente esquecida ou desconhecida por muitos. Talvez saibamos que Ismael se tornou um príncipe árabe e o fundador de muitas tribos árabes, porém, nosso conhecimento sobre a herança bíblica árabe é superficial.

Abraão é o pai de todos os que crêem. De acordo com as promessas de Deus, cada um é bendito ou maldito, dependendo da sua relação com o pai da fé. Ao longo da história, cristãos, judeus e muçulmanos buscam ostentar seu vínculo com o pai da fé.

A Bíblia é uma grande fonte de informações a respeito das genealogias árabes. E os árabes são um povo semita (descendentes de Sem), tanto quanto os judeus (Gn 10.21-32).

Segundo algumas fontes de pesquisa, existem, no mínimo, três tipos de árabes no Oriente Médio: os jotanianos (da linhagem de Jotão, filho de Gideão), os ismaelitas (da união de Abraão com Hagar) e os queturaítas (da união de Abraão com Quetura).

Todos querem pertencer à família de Abraão. Mas todos os árabes são descendentes de Ismael? Quem são os verdadeiros filhos de Abraão? Os árabes que afirmam ser descendentes de Abraão por meio de Ismael também estão incluídos nas promessas de bênçãos?

Vejamos o que a Bíblia diz.

A família de Abraão

Não podemos subestimar a importância de Abraão para as três grandes religiões monoteístas do mundo. Jesus era chamado “filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1.1). O Alcorão menciona Maomé como alguém achegado a Abraão (Surata 3.68).

Deus chamou Abraão para sair de sua terra, dos seus parentes e dos seus pais, para uma terra que ele não tinha idéia de onde seria. E o prêmio da obediência, as bênçãos, seria endereçado a ele e a todas as nações da terra (Gn 12.1-3). A bênção ou a maldição dos povos dependia da posição que Abraão tomasse. A porta da restauração da humanidade perdida foi aberta com o “sim” dado pelo profeta a Deus.

Foi difícil para Abraão meditar sobre a bênção aos seus descendentes, visto que ele e sua esposa estavam idosos e, aos do patriarca, a possibilidade de ter um filho tinha se esgotado. Deus disse que seu filho seria o herdeiro, porém, a paciência de Sara se esgotou primeiro e, “tentando ajudar a Deus”, pediu a Abraão para tomar a serva egípcia Hagar para que a descendência de Abraão fosse iniciada (Gn 16.2). Abraão, que tinha 86 anos de idade, teve um momento de fraqueza, chegando a ponto de concordar que realmente deveria “fazer alguma coisa” para que a promessa de Deus se cumprisse.

Obviamente, esse “não” era o caminho que Deus planejara para dar uma descendência numerosa a Abraão. Imediatamente, começaram os problemas. Sara, a legítima esposa, passou a ser desprezada aos olhos de sua serva Hagar quando esta constatou a gravidez. Sara, então, culpa Abraão, que se isenta da responsabilidade deixando a escrava nas mãos de sua esposa que, por sua vez, maltrata tanto a escrava que Hagar decide fugir para o deserto com o filho.

Com a fuga da escrava, parecia que a história tinha se encerrado, mas Deus não abandonaria Hagar. Ele a amava e também a seu filho. O amor de Deus socorre Hagar no deserto. Um anjo é enviado para ajudá-la e convencê-la a voltar para as tendas de Abraão. Deus dá um nome para o filho da escrava: Ismael, que significa “Deus ouve”. Realmente, Deus ouviu o choro de Hagar!

A escrava obedeceu a Deus e voltou para sua senhora, permitindo que Abraão vivesse ao lado de Ismael. Enquanto o menino crescia, Abraão se alegrava, crendo que a promessa de Deus se cumpriria por intermédio daquele menino, porém, a surpresa bateu à porta daquela família. O filho da promessa ainda estava por vir e não seria filho de uma escrava, mas da própria Sara, ainda que, fisiologicamente, fosse algo impossível. Deus não tinha se esquecido da promessa. Nasceu Isaque e, agora, Ismael tinha um rival. Apesar de Isaque ser o filho prometido, isso não diminuía a tremenda bênção sobre Ismael. Ismael deveria ser abençoado, ser frutífero, multiplicar-se, não apenas de maneira normal, mas “extraordinariamente”. Ele seria pai de doze príncipes e não se tornaria apenas uma nação, mas “uma grande nação”.1

A descendência de Ismael

Assim como houve doze patriarcas em Israel e doze filhos de Naor (Gn 22.20), assim também Ismael, considerado por muitos o patriarca dos árabes, gerou doze príncipes árabes.

Uma característica marcante na vida de Ismael era que ele seria como um “homem bravo” (ACF), “jumento selvagem” (NVI) (Gn 16.12). Ismael haveria de ser forte, selvagem e livre, e de trato difícil, desprezando a vida na cidade e amando sua liberdade a ponto de não ser capaz de viver com ninguém, nem com seus próprios parentes.

Ismael não desapareceu das páginas da história sagrada e muito menos ficou sem bênção, meramente por não pertencer à linhagem de Israel. Deus tinha um lugar e um destino reservados para ele. O Messias, da linhagem de Isaque, também seria o Salvador dos demais descendentes de Abraão e de todas as famílias da terra. Entretanto, os descendentes de Ismael se tornaram inimigos ferrenhos de Israel, descendentes de Isaque (Sl 83.1-18). E permanecem assim até os dias de hoje.2

A Bíblia cita os doze filhos de Ismael e afirma que seus descendentes se estabeleceram na região que vai de Hávila a Sur (região Leste do Egito e região Norte do deserto de Sinai), na direção de quem vai para Assur (Assíria, região Norte do Iraque). Abraão habitou por um tempo nessa região. Foi também a habitação dos amalequitas e de outras tribos nômades (Gn 25.18; 1Sm 15.7; 27.8). Além da Bíblia, os assentamentos, como, por exemplo, os de Quedar, Tema, Dumá e Nebaiote também são conhecidos, há mais de dois milênios.

Nebaiote, o filho mais velho de Ismael, que, em hebraico, significa “frutificação”, era chefe tribal árabe (1Cr 1.29). Sua descendência continuou a ser conhecida por esse nome (Gn 17.20; 25.16). Uma curiosidade histórica é o fato de que a terra de Esaú ou Edom finalmente caiu sob o controle da posteridade de Nebaiote. Esse clã árabe era vizinho do povo de Quedar. Ambos os nomes aparecem nos registros de Assurbanipal, rei da Assíria (669-626 a.C.). Embora alguns estudiosos rejeitem a idéia, possivelmente eles foram os antepassados dos nabateus.

Os nabateus eram um povo árabe cujo reino se expandiu, no passado, até Damasco, capital da Síria, um país árabe. Perto do século 4o a.C., eles estavam firmemente estabelecidos em Petra, que atualmente é um sítio arqueológico, com ruínas e construções magníficas, localizado na Jordânia, que também é um país árabe.

Quedar, o segundo filho de Ismael, em hebraico significa “poderoso”. Alguns estudiosos dizem que essa palavra significa “negro” ou “moreno”, uma referência aos efeitos da radiação solar na pele das pessoas que habitam os desertos quentes do Sul da Arábia, onde vivem os beduínos. O interessante é que, no livro de Cantares de Salomão (1.5), a esposa diz que “é morena como as tendas de Quedar”. No Antigo Testamento, o termo Quedar é usado genericamente para indicar as tribos árabes — beduínos (Ct 1.5; Is 21.16,17; 42.11; 60.7; Jr 2.10; Ez 27.21). No Salmo 120.5, Quedar e Meseque se referem, metaforicamente, a certas tribos bárbaras. Eram negociantes, numerosos em rebanhos e camelos. Alguns deles eram ferozes e temidos guerreiros. Jeremias predisse o julgamento de Quedar, dando a entender que seria destruído por Nabucodonosor (Jr 49.28,29). Após serem destruídos parcialmente por Nabucodonosor e Assurbanipal, eles diminuíram em números e em riquezas e se dissolveram em outras tribos árabes. Os estudiosos muçulmanos, ao reconstruírem a genealogia de Maomé, fazem-no descendente de Abraão, de Ismael, por meio de Quedar. Sam Shamoun, apologista cristão, nega que Maomé seja descendente direto de Ismael, baseado em pesquisas geográficas e étnicas.3

Em face de tudo isso, parece claro que a descendência de Ismael apresentou traços culturais, raciais e lingüísticos com algumas linhagens árabes existentes nos dias de hoje. Além disso, as próprias evidências históricas fortalecem a idéia de que os árabes são descendentes de Ismael, mas isso não significa afirmar que a totalidade dos árabes é descendente de Ismael.

Outras descendências

Descendentes de Jotão

Alguns árabes se referem a si mesmos como descendentes de Jotão (os árabes lhe chamam de Kahtan) e uma das tribos mais famosas que descendiam dele era Sabá, da qual os descendentes fundaram o reino de Sabá, no Iêmen, incluindo a renomada rainha de Sabá (chamada pelos árabes de Bilquis). A visita dessa rainha a Jerusalém, durante reinado de Salomão, é um exemplo de como o povo de Deus teve influência das “arábias”, mesmo nos tempos do Antigo Testamento. Salomão escreveu um dos salmos messiânicos (Sl 72), parcialmente, tendo Sabá em mente (veja os versículos 10 e 15). Jesus falou positivamente sobre a rainha de Sabá (Mt 12.42).

Aparentemente, pelo menos algumas das tribos semíticas adoravam o Deus de Sem, mesmo sem conhecê-lo inteiramente.

Descendentes de Ló

No final do capítulo 19 de Gênesis, observamos o aparecimento de duas linhas genealógicas, os moabitas e os amonitas.

Os moabitas foram descendentes de Ló e sua filha mais velha (Gn 19.30-37). Eles eram arrogantes e inimigos de Israel, mas Deus estava, mais uma vez, usando os babilônios como medida disciplinadora. Isaías (Capítulos15 e 16) e Jeremias (Capítulo 28) predisseram a queda de Moabe e a redução de um povo arrogante a um povo débil. Os moabitas viveram em sítios vizinhos aos seus irmãos amonitas.

Os amonitas eram descendentes de Amon, filho mais novo de Ló (Gn 19.38) e da sua filha mais jovem. Em Juízes 3.13, lemos que esse povo se mostrou hostil para com Israel. Uniu-se em ataque combinado a Israel com outros adversários do povo de Deus. A capital deles era Rabá. Posteriormente, essa cidade tomou o nome de Filadélfia, em honra a Ptolomeu Filadelfo. Atualmente, chama-se Aman, capital da Jordânia. A língua deles era semítica. Hoje, todas aquelas regiões são árabes.4 A raça amonita desapareceu misturada com outras raças semitas.

Embora não seja possível afirmar com precisão, podemos supor, juntamente com muitos estudiosos em genealogias, que há uma grande possibilidade de alguns árabes de hoje serem descendentes não somente de Ismael, mas também de Ló.

Descendentes de Esaú

Esaú, da linhagem de Isaque, teve como uma de suas esposas Maalate ou Basemate, irmã de Nebaiote, da linhagem de Ismael (Gn 28.9; 36.3). As “crianças de Isaque” estavam se misturando com as “crianças de Ismael”, nascendo assim outra linhagem genealógica. Com isso, nasce Reuel, que gerou Naate, Zerá, Samá e Mizá (Gn 36.13). Certamente, muitos árabes hoje apresentam suas genealogias oriundas dessa estranha, mas verdadeira fusão.

Outra descendência de Abraão

Depois que Isaque se casou com Rebeca, Gênesis 25 diz que Abraão desposou outra mulher, Quetura, e com ela teve outros filhos. Abraão, já em idade avançada, criou outra família! Todos os filhos de Quetura, eventualmente, tornaram-se chefes das tribos árabes. Uma dessas tribos era Midiã; os midianitas se opuseram ao Israel do profeta Balaão, porém, nem todos os midianitas eram contra os hebreus. Moisés se casou com Zípora, a filha de Jetro (Êx 2.16-22), que também era chamado de sacerdote de Mídia. Jetro reconhecia o Deus verdadeiro e até mesmo deu bons conselhos a Moisés que agradaram a Deus (Êx 18). Os midianistas, certamente, tiveram alguma revelação de Deus por intermédio de seu pai, Abraão.

Portanto, vemos claramente que os árabes em geral, que reivindicam ter Abraão como pai, certamente pertencem à mesma família e estão ligados a Israel.

A revista Veja apresentou uma reportagem em que as várias populações judaicas não apenas são parentes próximas umas das outras, mas também de palestinos, libaneses e sírios. A descoberta significa que todos são originários de uma mesma comunidade ancestral, que viveu no Oriente Médio há quatro mil anos. Em termos genéticos, significa parentesco bem próximo, maior que o existente entre os judeus e a maioria das outras populações. Quatro milênios representam apenas duzentas gerações, tempo muito curto para mudanças genéticas significativas. O resultado da pesquisa é coerente com a versão bíblica de que os árabes e os judeus descendem de um ancestral comum, o patriarca Abraão.5

Os árabes de hoje e as bênçãos dadas à descendência de Abraão

Por conveniência, definimos os árabes como o povo que fala o árabe, como língua mãe, e que vive na península arábica e regiões circunvizinhas. Hoje, existem diferentes tipos de etnias dentro da região árabe. Algumas nações se tornaram árabes, pois foram arabizadas, como o Sudão e a Somália. Outras realmente descendem das linhagens dos antepassados. Mas, afinal, os ismaelitas (filhos de Ismael) são os árabes de hoje?

Flávio Josefo, historiador judeu, declara que Ismael é pai da nação árabe, conforme crêem os árabes. Segundo Josefo, não podemos descartar a profecia de Isaías, que diz que os ismaelitas adorarão o Messias.6

Raphael Patai, um judeu, declara em seu livro, Semente de Abraão, que o termo “árabe” está contido nas mesmas inscrições com o termo “Quedar”, filho de Ismael, no século 9 a.C., nas epígrafes assírias. Patai também encontrou provas que mostram que os árabes foram sinônimos dos “nabateus”, descendentes de Nebaiote.

Em verdade, o mundo árabe hoje é oriundo de um mosaico de etnias, haja vista as diferentes genealogias formadas no decorrer da história. Talvez, Mahmud, Hassan ou quaisquer outros árabes, sejam descendentes de Ismael, por intermédio da descendência de Nebaiote ou Quedar, ou até mesmo por Ló, ou pela nova família de Abraão com Quetura. Não podemos também descartar a possibilidade de os árabes serem descendentes da fusão entre as crianças de Isaque com as de Ismael ou até mesmo por intermédio de Jotão. Em todas essas possibilidades, encontramos a genética do pai Abraão.

A promessa de Deus a Abraão foi clara e específica: “O seu próprio filho será o seu herdeiro” (Gn 15.4). Mas a grande questão é a seguinte: esta promessa de descendência deve ser entendida em termos raciais ou espirituais?

O apóstolo Paulo esclarece a questão em sua carta aos gálatas: “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e a seu descendente. A Escritura não diz: E a seus descendentes, como falando de muitos, mas como de um só: E a teu descendente, que é Cristo” (Gl 3.16).

Todas as promessas feitas a Abraão são cumpridas em Jesus. É por meio do maior Filho de Abraão, Jesus, que a bênção falada em Gênesis alcançará os povos do mundo. A linhagem racial se torna minúscula quando sabemos que podemos ser herdeiros de Abraão, ainda que não sejamos árabes ou judeus.

Jesus nasceu no tempo determinado por Deus (Gl 4.4), como o “descendente” de Abraão. A relação que temos com Jesus se torna fator determinante se pertencemos realmente a Deus ou não.

Paulo resume isso definitivamente ao declarar: “Se vocês são de Cristo, são descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gl 3.26,27, 29).

Louvamos a Deus, pois milhares de árabes encontraram Jesus nestes últimos tempos. E na Bíblia, além dos versículos já mencionados, existem muitos outros que nos dão a esperança de que os árabes, eventualmente, serão salvos. Isaías 60.6,7 relata sobre um tempo em que a glória do Senhor será manifestada: “A multidão de camelos te cobrirá, os dromedários de Midiã e Efá [os descendentes de Abraão por intermédio de Quetura]; todos virão de Sabá [descendentes de Jotão]; trarão ouro e incenso e publicarão os louvores do SENHOR. Todas as ovelhas de Quedar [descendentes de Ismael] se reunirão junto de ti; servir-te-ão os carneiros de Nebaiote; para o meu agrado subirão ao meu altar, e eu tornarei mais gloriosa a casa da minha glória”.

Finalmente, quando olhamos para o Novo Testamento, lá estavam os árabes no dia de Pentecoste (At 2.11). Deus, realmente, quer que sua mensagem alcance os árabes, porque Allahu Mahabba — “Deus é amor”.

Temos de acreditar que Deus salvará os árabes, seja qual for a sua descendência. Que os milhões de árabes possam ser realmente inseridos na descendência espiritual de Abraão, por intermédio de Jesus, e que a igreja evangélica seja capaz de reconhecer e compreender as promessas dirigidas a esse povo.

O nascimento de Ismael

“Ora Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos, e ele tinha uma serva egípcia, cujo nome era Agar.

“E disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de dar à luz; toma, pois, a minha serva; porventura terei filhos dela. E ouviu Abrão a voz de Sarai.

“Assim tomou Sarai, mulher de Abrão, a Agar egípcia, sua serva, e deu-a por mulher a Abrão seu marido, ao fim de dez anos que Abrão habitara na terra de Canaã.

“E ele possuiu a Agar, e ela concebeu; e vendo ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos.

“Então disse Sarai a Abrão: Meu agravo seja sobre ti; minha serva pus eu em teu regaço; vendo ela agora que concebeu, sou menosprezada aos seus olhos; o SENHOR julgue entre mim e ti.

“E disse Abrão a Sarai: Eis que tua serva está na tua mão; faze-lhe o que bom é aos teus olhos. E afligiu-a Sarai, e ela fugiu de sua face. E o anjo do SENHOR a achou junto a uma fonte de água no deserto, junto à fonte no caminho de Sur.

“E disse: Agar, serva de Sarai, donde vens, e para onde vais? E ela disse: Venho fugida da face de Sarai, minha senhora. Então lhe disse o anjo do SENHOR: Torna-te para tua senhora, e humilha-te debaixo de suas mãos.

“Disse-lhe mais o anjo do SENHOR: Multiplicarei sobremaneira a tua descendência, que não será contada, por numerosa que será.

“Disse-lhe também o anjo do SENHOR: Eis que concebeste, e darás à luz um filho, e chamarás o seu nome Ismael; porquanto o SENHOR ouviu a tua aflição.

“E ele será homem feroz, e a sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele; e habitará diante da face de todos os seus irmãos.

“E ela chamou o nome do SENHOR, que com ela falava: Tu és Deus que me vê; porque disse: Não olhei eu também para aquele que me vê?

“Por isso se chama aquele poço de Beer-Laai-Rói; eis que está entre Cades e Berede.

“E Agar deu à luz um filho a Abrão; e Abrão chamou o nome do seu filho que Agar tivera, Ismael.

“E era Abrão da idade de oitenta e seis anos, quando Agar deu à luz Ismael” (Gn 16.1-16)

Notas de referência:

1 FROESE, Arno.Conflito em família no Oriente Médio. www.chamada.com.br
2 MCCURRY, Don. Esperança para os muçulmanos. Ed. Descoberta, p.8-23, 1999.
3 SHAMOUN, Sam. Ishmael is not the father of Muhammad. www.answering-islam.org
4 The Arabs in Bible Prophecy. www.chrisadelphia.org/archive/arabs.html
517/5/2000, p. 86.


Fonte: http://www.icp.com.br

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...