quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Mapa - A verdadeira dimensão da África


The True Size Of Africa
Interessante infográfico, onde é possível avaliar as dimensões da África, em comparação com outros países.
Infográfico de Kai Krause, via http://www.informationisbeautiful.net/

domingo, 24 de outubro de 2010

Doenças negligenciadas afetam silenciosamente 1 bilhão de pessoas, diz OMS

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Doenças negligenciadas
Doenças tropicais geralmente negligenciadas, como o mal de Chagas, a lepra, a dengue e a leishmaniose, ainda afetam cerca de 1 bilhão de pessoas em 149 países do mundo, mas de forma "silenciosa", segundo relatório divulgado nesta sexta-feira pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
O Brasil é apontado no relatório como tendo incidência da maioria das 17 doenças tropicais listadas, que podem causar problemas como cegueira, úlceras e cicatrizes, dor severa, deformidades e danos em órgãos internos e no desenvolvimento físico e mental do paciente.
O relatório afirma, no entanto, que o controle desses males, mais comuns em áreas rurais e em favelas urbanas, é "viável".

Educação em saúde
A OMS pede a continuação da ajuda de empresas farmacêuticas no controle das doenças, recomenda que os sistemas públicos de saúde fiquem atentos a mudanças nos padrões das doenças por conta de fatores climáticos e ambientais e sugere a coordenação entre agentes de saúde pública e agentes veterinários - para controlar a incidência de raiva, por exemplo.
O órgão lista "sucessos" no controle de males, como a erradicação da doença conhecida como "verme da Guiné", não por conta de vacinas, "mas por educação em saúde e por mudanças comportamentais".
"Essas doenças debilitantes, às vezes horríveis, são muitas vezes aceitas como parte da vida das pessoas pobres", diz Margareth Chan, diretora-geral da OMS. "Mas estratégias podem quebrar o ciclo da infecção, da deficiência e da perda de oportunidades que mantém as pessoas na pobreza."

Doenças tropicais
O Brasil apresenta incidência de males tropicais como dengue, mal de Chagas, raiva, conjuntivite granulosa, leishmaniose, cisticercose, esquistossomose, tênia, hidática policística e "cegueira dos rios".
O relatório diz que o Brasil vivenciou um aumento nos casos de leishmaniose desde 1999. A doença, antes mais comum nas zonas rurais, "agora também aparece em áreas urbanas", por conta da migração de pessoas do campo às periferias das cidades.
"No Brasil, os cães são o hospedeiro do parasita" da leishmaniose, que provoca, entre outros problemas, febre, fraqueza e anemia.
No caso da dengue, a OMS afirma que a doença ressurgiu na América Latina porque as medidas de controle não foram mantidas após a campanha para erradicar o Aedes aegypti, seu principal vetor, durante os anos 1960 e 70. "Grandes surtos acontecem atualmente a cada três ou cinco anos", afirma o relatório.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Preparando Missionários para Campo de Risco


Assembléia da APMB, Campinas, 07 de abril de 2000
                                                                                                                                 Barbara Helen Burns
De acordo com David Barrett, especialista em estatísticas do Cristianismo mundial, nos últimos 30 anos o Cristianismo cresceu com velocidade tal que o mundo inteiro está rapidamente chegando ao ponto de ser evangelizado. O número de testemunhos cresceu de 300 mil a 760mil entre 1970e 1997, horas evangelismo subiu de 99 bi a 432 bi, o número dos não evangelizados caiu de 37,6% em 1970 para menos que 19% em 1997, fazendo com que 80% do mundo seja evangelizado! E estamos perto de alcançar o resto não evangelizado! MAS, realmente 80% do mundo já é alcançado? Vamos olhar para uns país exemplar Kabuli, um dos maiores sucessos de missões na história, com 80% cristão. Evangélicos e pentecostais compõem 25% da população. Tem havido avivamentos grandes. Não é preciso mandar mais nenhum missionário para lá.

POREM  Kabuli é outro nome para RUANDA! Um africano especialista diz que Ruanda é um exemplo de um pais com a igreja evangélica que tem 30 km. de extensão e um centímetro de profundidade! As igrejas evangélicas cresceram ao ponto de ter estatus e poder político no pais. Mas, onde está o senhorio de Jesus Cristo?? Porque a tanta tragédia, tortura e matança? Muitos estão perguntando: Como poderia ter acontecido tal massacre num pais assim? Chegaram a concluir que era por duas razões principais:
1.      Cristianismo era apenas um verniz, uma cobertura superficial em cima de um estilo de vida secular em que os antigos valores eram em quase nada mudados.
2.       A igreja tinha uma liderança hierárquica, dominadora, sem discipulado dos crentes como verdadeiros sacerdotes. Era uma liderança elitista.

Na opinião de Engel esta situação reflete a realidade na maior parte do mundo: materialismo, corrupção política, inclusive entre evangélicos, poucos ricos ficando cada vez mais ricos, destituição de pobres, cidades perigosas, moralidade que próxima a de Sodoma e Gomorra. Ele pergunta: Porque com tantos crentes tudo está piorando? Porque fica em silêncio a igrejafrente este desastre que está acontecendo?

Em Ruanda a superficialidade cristã levou os líderes e crentes optar pela luta racial em vez de ser fiel ao Senhor. COMO FAZER? Como fazer para preparar e enviar missionários criados num ambiente semelhante, que vão ser e fazer discípulos perseverantes em situações terríveis, como Ruanda?

Há algumas reflexões sobre isto, na luz de tudo que temos ouvido estes dias.
Nós não podemos prepara ou treinar ninguém!
A.     Preparo depende do aluno, se ele quer aprender, ou sabe aprender. Isto implica:
1.      Na seleção dos alunos
2.      Na sensibilidade do professor em conhecer as capacidades de cada aluno e tentar começar o preparo a partir do seu nível.
B.     Preparo depende de Deusé Ele que prepara. Ele põe pessoas, experiências, tira, põe outras. Podemos fazer parte do currículo de Deus na vida de uma pessoa, mas reconhecendo que a final de contas é Ele que trabalha com Seus servos em fazê-los aptos para o trabalho específico que tem para cada um.

O preparo nunca pára, e nunca chegamos a sermos preparados. Sempre estamos no processo de aprendizado, professor e aluno (todos somos alunos). Temos que ter, e desenvolver nos alunos, atitudes de aprendiz  de como aprender, do gosto de aprender, do desejo de continuar aprendendo. Colossenses 1:9-12 mostra o ciclo de aprendizado e crescimento no conhecer e obedecer.

Assim nós, como professores, podemos ser modelos de como ser aprendiz e servo de Deus.
A.     1 Pe 5:3 diz que o pastor deve ser modelo do rebanho.
B.     Paulo diz para os gálatas que devem segui-lo, pois ele se tornou como eles (Gl 4:12). Ele deu tudo para eles, o Evangelho, e se necessário teria arrancado os próprios olhos para eles (vs 19). Paulo se investiu neles com o mais alto amor e preocupação pelo bem estar deles.
C.     C. O modelo fala muito mais alto do que palavras. Então, como eu SOU
-Tenho paciência?
-Tenho zelo pelos alunos e pelas almas/povos?
-Tenho humildade, ou sou elitista também?
-Tenho perseverança nas dificuldades? Ou reclamo, desisto, rejeito?
-Tenho vida de oração e dependência no Senhor?
-Procuro conhecer e obedecer a Bíblia?
-Invisto minha vida para os outros?

Podemos passar informações (e o aluno vai aprender, dependendo da receptividade e capacidade, e da didática do professor)
A.     O que não devemos ensinar? Engel disse:
1.      Há uma omissão crítica no ensino da Grande Comissão - . . . fazei discípulos de todas as nações, batizando-os e ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. A ênfase tem sido na evangelização, mais que a formação espiritual e a transformação social, que são os resultados do Reino de Deus! Tudo que Jesus ordenou (Mt 28:19) inclui o que Ele falava e fazia para ensinar. Devemos tomar mais a sério o modelo que Ele deixou. Devemos zelar para que nossos alunos têm profundo conhecimento da vida e do ensino de Jesus Cristo.
2.      Não deve fazer com que a evangelização mundial se torne um empreendimento controlável, baseado em ciências sociais e de empresas, como marketing, com alvos mensuráveis (só). O surgimento de lemas atraentes e ênfase apenas em crescimento numérico tem criado muito entusiasmo momentâneo. Muitos querem fazer tudo rápido, sem levar em consideração o preparo necessário.
3.      Não deve enfatizar uma obsessão com sucesso em termos de números, sem levar em conta a necessidade de levar a pessoa a compreender o Evangelho suficiente para ver as implicações para sua vida. Jesus Cristo tem que se tornar o Senhor da vida inteira – inclusive em relações econômicas, justiças social e integridade e santidade de vida cristã. Chegou a hora de largar o triunfalismo do sucesso estatístico, e voltar para a simplicidade e profundidade das diretrizes bíblicas.
4.      Não deve ensinar uma contextualização relativista, facilitando a entrada de sincretismo. Adaptação sem limites. Adaptamos o evangelho a agenda do consumidor, para ser aceitável, mesmo sacrificando princípios bíblicos. Enfatizamos os benefícios do evangelho, sem falar do custo. Vamos nos submeter ao relativismo do pós-modernismo, onde a Bíblia é relativa às culturas, ou vamos nos manter firmes seguindo uma hermenêutica que a própria Bíblia nos proporciona?
5.      Há o perigo de uma eclesiologia defeituosa. Que tipo de igrejas estamos plantando? A igreja leva a mensagem ao mundo, mas no mesmo tempo é a mensagem ao mundo. Precisamos de líderes-servos, e igrejas onde todos são ministros. Ensino sobre modelos de igreja do missionário - a igreja leva a mensagem e É a mensagem.
B.     O que devemos ensinar?
1.      Devemos ensinar o arroz e feijão de Cristianismo e missiologia. Muitas vezes esquecemos dos assuntos básicos e substituímos novidades por ter novidades, ou conceitos exóticos apenas para ganhar a admiração dos alunos. A missiologia deve incluir conceitos de vida,  comunicação e estratégias evangelísticas e de discipulado transculturais. Antropologia, Contextualização, Linguística, Religião, História de Missões, Teologia Contemporânea de Missões, Estratégia Missionária, Missões Urbanas, Implantação da Igreja, Discipulado e Didática Transcultural são algumas matérias básicas para o futuro missionário. Ele deve aprender se despojar do seu etnocentrismo e aprender viver e comunicar de forma relevante e transformadora no meio do novo povo.
2.      Devemos ensinar Bíblia como base em toda a missiologia (2 Tm 3:14-17 e 4:1-5). A importância da integração de teologia e missiologia não pode ser enfatizado suficiente. Não podemos preparar o aluno de ter uma bagagem missiológica bonita, sem ter conteúdo dentro da bagagemconteúdo sólido das verdades cristãs supra culturais. Este ensino deve incluir (a) a base bíblica da razão da própria missão da igreja e (b) o conteúdo do ensino a ser feito nocampo missionário. Infelizmente muitos missionários quase iletrados quanto a Bíblia têm saído para trabalhar ao redor do mundo. Como vão fazer discípulos?
3.       Devemos ensinar caráter cristão. Como viver de modo digno do Senhor (Ef 4:1) com os colegas e o povo receptor? Como, em humildade, investir com amor e esmera na vida dos outros? Falta de caráter é uma das principais razões do retorno precoce do missionário, e deve ser levado a sério no preparo.
4.      Devemos ensinar sobre os povos como são apresentados na Bíblia e na realidade, para conhecer nosso mundo da ótica de Deuspovos amados por Deus e necessitados de perdão e salvação.
C.     Como devemos ensinar?
1.      Muitas vezes ensino para o professor se resume em estar numa sala de aula, ensinando face a face. Queremos que o aluno aprende o que estamos falando para poder repetí-lo do nosso agrado. Temos que ensinar para que o aluno aprende aprender, e tenha gosto de aprender. Como fazer isto?
2.      O melhor ensino acontece na vida, andando junto com o aluno, ombro a ombro no ministério do Senhor, como Jesus fez com Seus discípulos:  -aprendendo também no caminho-ministrando juntos -enfrentando a vida juntos em comunidade e comunhão no trabalho, no cotidiano e nas dificuldades.
Tudo isto se chama DISCIPULADO.
As soluções do Engel:
A.     Começa com conhecimento íntimo e profundo de Deus, manifesto na comunidade da Igreja. Os Apóstolos, na maioria morreram mortes violentas, com fidelidade e alegria (Aramis C. DeBarro. Doze Homens, Uma Missão, Ed. Luz e Vida, 1999). Porque? Tinham estado com Jesus! O conheciam profundamente e sabiam porque estavam morrendo! Nosso treinamento, muitas vezes secularizado, tem a tendência oposta. Somos formais, preocupados com status, notas, diploma e posição. Esquecemos da alegria em servir o Senhor juntos.
B.     Evangelismo não é uma metodologia, mas o resultado de um estilo de vida baseado no profundo amor aos outros, respeito e prontidão de ouvir as suas mais profundos pensamentos e desejos. Um missionário em Portugal falou que a tendência éevangelismo impessoal em vez de evangelismo pessoal.
C.     Não podemos pensar que de repente poderemos completar o evangelismo mundial. Esta urgência artificial faz com que pessoas não sejam preparados, mas apressadamente vão aos campos.
D.     Os métodos seculares de empresa, tecnologia, e ciências sociais devem ser utilizados apenas para auxiliar o ensino. Temos que reconhecer que é o Espírito Santo que trás convicção, regeneração e santificação.
E.      Renovar a obediência a Grande Comissão na sua totalidade.
F.      Depender da intercessão.
G.     Enfatizar o ensinamento bíblico sobre líderes que são servos.
H.     Deixar claro que a expansão do Reino inclui todas as camadas da sociedade, sem barreiras sociais dentro da própria igreja!
I.       Parar de depender, e criar dependência, das nações ricas para nos ajudar, compreendendo que há muitos recursos locais.
 Oração é essencial em todo processo. Oração é reconhecer poder do Espírito Santo e nossa total dependência em Deus. Parece que para mim o preparo para campos de risco requer muito poder - milagres, o sobrenatural, fé, e compromisso até o fim. Oração pelos alunos e com os alunos seria a chave para a vida de poder.

Parece que já ouvimos tudo isto muitas vezes. Mas creio que ainda pouco fazemos.  As vezes exige coragem para quebrar tradições educacionais e eclesiásticas para realmente cumprir o currículo de Deus nas nossas vidas e a dos alunos.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Febre Tifóide



Micrografia eletrônica de cores aprimorada de digitalização mostrando 
Salmonella typhimurium (vermelho) invadindo células humanas cultivadas
Salmonella typhi é também conhecida como bacilo de Elberth, assim chamado em homenagem a Karl Joseph Elberth que o descreveu pela primeira vez em 1880.
Em 1907Mary Mallon (a original "Maria Tifóide") foi o primeiro portador a ser identificado após uma epidemia, nos EUA.
A tifóide vitimou várias personagens históricas, incluindo o compositor Franz Schubert, o consorte da Rainha Vitória do Reino UnidoAlberto de Saxe-Coburgo-GotaWilbur Wright, um dos primeiros aviadores, Péricles (governante de Atenas) e ainda a princesa do Brasil Leopoldina de Bragança e Bourbon.


Características

O gênero Salmonella corresponde a bacilos Gram-negativos, móveis e aeróbios, pertencentes à familia Enterobacteriaceae. Possuem metabolismo aumentado em comparação com outras bactérias.
Salmonella typhi não é propriamente uma espécie, mas sim a designação comum do serotipo Salmonella enterica typhi (S.entericasubespécie typhi), que inclui várias outras subespécies que não causam esta doença. O serotipo Salmonella enterica paratyphi causa uma doença semelhante, a febre paratifóide.
Como a maioria das bactérias gram-negativas, possuem lipopolissacárides (LPS) na membrana celular, que atuam como fortes indutores de resposta imunitária, podendo levar a vasodilatação sistêmica, choque séptico e, em casos mais graves, óbito. Além disso, a sua disseminação e multiplicação pode também levar a danos orgânicos graves.


Transmissão

É transmitida através da ingestão de alimentos ou água contaminada, o mais comum, ou então pelo contato direto com os portadores, através de um beijo por exemplo. Seja qual for a origem a única porta para a sua entrada é a via digestiva.


Epidemiologia

A doença é exclusiva do ser humano. É sempre transmitida via orofecal, ou seja, pela contaminação, por fezes, de alimentos ou objetos levados à boca.
Muitos casos são devidos à preparação não higiênica da comida, em que um indivíduo portador (com a bactéria no intestino, porém saudável e sem sintomas por períodos prolongados) suja os dedos com os seus próprios detritos fecais e não lava as mãos antes de manusear os alimentos. Cerca de 5% dos doentes não tratados com antibiótico tornam-se portadores após resolução da doença.


Quadro clínico

As bactérias são ingeridas e a partir do lúmen intestinal invadem um tipo especializado de célula do epitélio do órgão, a célula M, por mecanismos de endocitose ou invasão direta, passando depois à subserosa. Aí são fagocitadas por macrófagos, mas resistem à destruição intracelular. Como estas células linfáticas são altamente móveis, são transportadas para tecidos linfáticos por todo o corpo, como gânglios linfáticosbaçofígadopele e medula óssea. A sua disseminação é inicialmente pela linfa, e depois sanguínea.
Os primeiros sintomas, aumentando ao longo da primeira semana, são febre de cerca 40°C, dores de cabeçafadigabradicardia, e agitação durante o sono. Podem aparecer manchas rosa na pele. Após cerca de 3 semanas, o enfermo pode apresentar falta de apetite (anorexia), hemorragia nasal (epistaxis), diarréia e vómitos, esplenomegáliatosse, delírios e estado de torpor, surgindo depois quadros de septicemia, com possível choque séptico mortal.
Se não for tratada, a febre tifóide pode complicar-se em hemorragia ou até perfuração intestinal e inflamação da vesícula biliar. A mortalidade chega a 25% nos casos não tratados, sendo freqüentemente causada pela septicemia e choque (perda catastrófica da tensão arterial com isquémia fatal dos órgãos).


Diagnóstico

Para o diagnóstico definitivo da FT é necessário o isolamento da Salmonella typhi, uma vez que o quadro clínico é inespecífico e comum a outras patologias. Eventualmente podem ser usados métodos que demonstram a presença de antígenos ou anticorpos contra esta bactéria.


Sorologia e detecção de antígenos

reação de Widal é um teste de aglutinação em tubo que demonstra resposta serológica contra a S. typhi. Este teste, apesar de apresentar várias limitações, é ainda muito utilizado em regiões pouco desenvolvidas. Atualmente estão disponíveis testes comerciais que utilizam uma metodologia modificada e possibilitam a detecção de anticorpos contra os antígenos O, H, ou Vi da S.typhi


Tratamento

A febre tifóide deve ser tratada com antibióticos específicos, mais comumente o cloranfenicolampicilina ou quinolonas. São tratadas as complicações de acordo com a sua condição, caso haja.
Os doentes que se tenham curado sem tratamento antibiótico devem ser isolados, já que mesmo curados podem tornar-se portadores do bacilo por meses, até mesmo anos. São-lhes administrados antibióticos que eliminam as bactérias remanescentes.


Prevenção

Além da vacinação, para evitar o contágio da febre tifóide é necessário tratar a água e os alimentos, controlar o lixo, observar boas condições de higiene e a boa alimentaçao. É importante no seguimento de qualquer epidemia identificar os portadores e eliminar as bactérias que transportam com antibióticos.
Por ser uma doença altamente contagiosa, normalmente isola-se o infectado, isolando assim também a doença em locais de prática clínica e de higiene adequada evitando sua proliferação através da água, um dos mais importantes vetores de contágio em todo mundo.


Referências

  • TRABULSI, L.R.; ALTERTHUM, F. Microbiologia, 4º ed, Atheneu. 2004.


Ligações externas



FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Febre_tifoide

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Teorias linguísticas e tradução bíblica

Foto de uso livre, via Imagens Cristãs

Dentre as diversas perspectivas de tradução propostas na atualidade, podem-se identificar dois grupos de teorias consideradas funcionalistas, que contribuem para se entender os diferentes enfoques tradutórios adotados nas versões. O primeiro se distingue por destacar em sua proposta a finalidade da tradução. Seus principais representantes são Vermeer (2000), Reiss e Vermeer (1996) e Nord (2005). O segundo se destaca por ter como base as discussões funcionalistas propostas por Halliday (1978; 2004). Os principais teóricos que defendem essa posição são Hatim (1997), Hatim e Mason (1990), e House (2001). De acordo com Gentzler (2009), o que diferencia a teoria da tradução funcionalista de outras teorias é a quebra da oposição entre literal e livre. Os funcionalistas, de qualquer um dos grupos, entendem que cada um dos tipos de tradução pode ser usado dependendo da situação e do propósito comunicativo na tradução.
A esse propósito, que é o elemento primordial no processo de tradução, Reiss e Vermeer (1996) denominam skopos, palavra grega que significa “meta, alvo, função”. Na teoria do escopo, os autores entendem que o que há de mais relevante na tradução é identificar qual é o propósito, a fim de que o texto traduzido seja funcional na situação a que for submetido e adequado às pessoas a que é destinado. A tradução, nesse sentido, tem de adequar-se às expectativas do público receptor, ao modo como ele espera receber o texto: “O fator decisivo aqui é o propósito, o escopo, da comunicação em uma determinada situação” (VERMEER, 2000, p. 228). Por esse motivo, para esses teóricos, diferentes traduções servem a diferentes objetivos, não sendo excludentes, portanto, os enfoques (literal ou livre):
Sem insistir na tradução perfeita como meta, ou em qualquer estratégia em particular, os funcionalistas, pragmáticos, só pedem que os tradutores se empenhem em obter soluções ótimas dentro das condições existentes e reais. Eles podem preferir ser fiéis ao espírito do texto-fonte ou podem escolher uma estratégia do tipo palavra por palavra, ou ainda podem acrescentar, deletar ou mudar informações como bem julgarem, dependendo das condições culturais e das necessidades do público/consumidor (GENTZLER, 2009, p. 100).
 House (1997; 2001) questiona a teoria do escopo justamente porque, em alguns momentos, dependendo do estabelecimento de um propósito, o texto-fonte é reduzido a um valor secundário, tendo o tradutor total liberdade para aceitá-lo, rejeitá-lo ou mudá-lo. Para House (2001, p. 131), a tradução, por sua própria natureza, se caracteriza por uma relação de dupla ligação: “qualquer tradução é simultaneamente ligada a seu texto-fonte e a pressuposições e condições que governam sua recepção no novo ambiente cultural e linguístico de chegada”. O modelo de House (1997; 2001) é baseado principalmente na teoria sistêmico-funcional de Halliday (1978; 2004), em que texto e contexto de situação são vistos como elementos fundamentais no processo de tradução de um texto. Por isso, a autora relaciona quatro elementos relevantes na análise da tradução: Função — Gênero — Registro — Linguagem/Texto. Cada um desses níveis é relevante e pode demarcar a diferença entre os tipos de tradução propostos por House (1997; 2001): tradução manifesta (overt translation) e tradução velada (covert translation).
Para a autora, a tradução manifesta ocorre quando se traduz um texto fortemente associado à comunidade e à cultura da língua-fonte. Contudo, essa ligação com a comunidade de origem não ofusca o potencial de interesse que o conteúdo expresso no texto tenha para a humanidade. Isso ocorre comumente com textos de caráter histórico, literário, com textos que, enfim, possuem um valor histórico-cultural relevante para a sociedade. A tradução desses tipos de textos conserva marcas culturais próprias do texto-fonte, e, assim, é visto na cultura receptora como um texto circunscrito em um tempo e espaço específicos:
Como esse tipo de equivalência é alcançado através da equivalência nos níveis de Linguagem/Texto, Registro e Gênero, a estrutura original e o mundo do discurso são coativados de tal forma que os membros da cultura alvo podem “escutar escondidos”, i. e., podem ser capazes de apreciar a função textual original, apesar da distância  (HOUSE, 2001, p. 141).
A tradução velada, por sua vez, ofusca sua condição de tradução, podendo ser vista como um original. Há preocupação em produzir um texto que se identifique e que se aproxime do leitor do texto-alvo. Nesse sentido, a tradução se apaga pela produção de um outro texto, que ganha forma e existência na nova situação a que foi submetido. Em outras palavras, o texto traduzido assume a mesma função do texto-fonte. Para House (1997), esse tipo de tradução é mais difícil de ser realizada, visto que o tradutor tem de ter em mente pressupostos culturais de comunidades distintas. É preciso que o tradutor use o que a autora chama de filtro cultural (cultural filter), isto é, visualizar o texto-fonte através da lente de um membro da cultura-alvo. House (2001) destaca que, quando o tradutor elabora a tradução filtrando o texto culturalmente, “o original pode ser legitimamente manipulado nos níveis de Linguagem/Texto e Registro”, e a equivalência, então, ocorreria nos níveis de Gênero e Função.
A escolha que o tradutor faz por produzir uma tradução manifesta ou velada pode tanto decorrer do próprio papel histórico que um texto desempenha socialmente quanto de um propósito arbitrariamente determinado por um cliente. Nesse sentido, House (2001) aponta que o critério de escolha também é subjetivo, pois há textos que podem ser traduzidos tanto de forma manifesta quanto velada, como é o caso da Bíblia. Para House (2001), a Bíblia pode ser considerada como uma coleção de livros históricos — e nesse caso a tradução manifesta seria mais adequada — ou como uma coleção de verdades humanas, de princípios universais que são diretamente relevantes para a humanidade — e nesse caso a tradução velada seria mais apropriada.
O que se destaca nessas teorias funcionalistas é que, em ambos os grupos, não há preocupação em eleger um tipo de tradução que seria o mais adequado. Os diversos enfoques tradutórios são apropriados a diferentes tipos de textos e leitores, e o fator determinante é, sobretudo, o contexto em que são produzidos. Para Hatim e Mason (1990, p. 6), o debate entre literal e livre é resolvido quando se observa o contexto em que a tradução ocorre: “o começo de uma solução para o problema dependerá — emprestando uma bem conhecida fórmula linguística — de: quem traduz o que, para quem, quando, onde, por que e em quais circunstâncias?”. Hoje em dia, há uma variedade de traduções bíblicas portuguesas que visam a alcançar diferentes públicos e diferentes finalidades, como concluem Miller e Huber (2006): “A maioria dos especialistas no assunto entende que não existe só uma maneira correta de traduzir a Bíblia, mas que a maioria das traduções a que se tem acesso hoje em dia pode ser útil a diferentes grupos de leitores”.
Por exemplo, as versões católicas e protestantes mais usadas na atualidade tendem a ser mais literais, ou seja, caracterizam-se como traduções manifestas. Quando se trata de leitores do texto sagrado, parece que esse tipo de tradução é mais aceito. Além disso, em muitos casos, associa-se a literalidade (representada por traduções manifestas à fidelidade na tradução). Isso pode ser observado até mesmo em declarações feitas acerca das versões. Observe o que se declara a respeito da Versão Almeida revista e atualizada (1959 [1ª edição], 1993 [2ª edição], ARA, protestante); Bíblia de Jerusalém (1981 [1ª edição], 2002 [2ª edição], BJ, católica), que são versões mais aceitas pelos respectivos públicos a que se destinam:
Os princípios que regem a tradução de Almeida são os da equivalência formal, que procura seguir a ordem das palavras que pertencem à mesma categoria gramatical do original. A linguagem utilizada é clássica e erudita. Em outras palavras, Almeida procurou reproduzir no texto traduzido os aspectos formais do texto bíblico em suas línguas originais (hebraico, aramaico e grego), tanto no que se refere ao vocabulário quanto à estrutura e aos demais aspectos gramaticais.1 (Informação sobre a Versão Almeida revista e atualizada, encontrada no site oficial da Sociedade Bíblica do Brasil)
__________ Nesta edição, esforçamo-nos para reduzir a diversidade de traduções que certos termos ou expressões idênticas do original recebiam por vezes nas edições precedentes. Todavia, levamos em conta a amplitude de sentido de certos termos hebraicos ou gregos, para os quais nem sempre é possível encontrar um equivalente único em português. Também levamos em conta as exigências do contexto, sem esquecer que uma tradução servil e demasiadamente literal frequentemente pode ser imperfeita na reprodução do sentido real de uma frase ou de uma expressão. Entretanto, os termos técnicos cujo sentido é unívoco são sempre traduzidos pelo mesmo equivalente em português. Quando necessário, preferimos a fidelidade ao texto a uma qualidade literária que não refletiria a do original (grifo nosso)2. (Informação sobre a Bíblia de Jerusalém, encontrada no prefácio à edição)
A Versão Almeida revista e atualizada (ARA) destaca-se realmente como uma tradução literal, visto que segue os princípios da correspondência formal, que foram estabelecidos por Nida (1969), e a Bíblia de Jerusalém (BJ), embora reconheça as dificuldades de se encontrar um único equivalente, entende que se deve conservar a literalidade do texto. Para verificar-se essa questão, observe-se Efésios 1.3 :
 Eulogētos     ho     theos     kai      patēr    tou     kypiou         hēmōn       Iēsōu    Khristou,   ho       eulogēsas         hēmas       en
Bendito           o       Deus       e         Pai      do      Senhor          nosso         Jesus       Cristo,      o      que abençoou       a nós       com
pasēi     eulogia      pneumatikē     en      tois         epouraniois               en         Khristō
toda      bênção        espiritual        em       os     (lugares) celestiais         em           Cristo
ARA: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo...
BJ: Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais, nos céus, em Cristo...
Observe-se que as duas versões são semelhantes. Ambas fazem uso de correspondentes imediatos indicados e de uma estrutura bastante semelhante com o que se pode ver no texto-fonte. Podem-se notar, com clareza, alguns aspectos comuns nessas versões: semelhança em relação às estruturas do texto-fonte; escolha de um ‘equivalente’, sem modificações relevantes no conteúdo e na estrutura; conservação do mesmo elemento referenciador (seja qual for o pronome usado no texto-fonte) e do jogo de palavras: eulogētos, eulogēsas e eulogia.
O mesmo não ocorre na Nova tradução na linguagem de hoje (2000, NTLH, protestante), que é, em princípio, uma tradução velada uma vez que visa a reproduzir uma linguagem que tenha na atualidade o mesmo impacto produzido no passado. Efésios 1.3 é assim traduzido na NTLH: “Agradeçamos ao Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, pois ele nos tem abençoado por estarmos unidos com Cristo, dando-nos todos os dons espirituais do mundo celestial”. Nessa outra proposta, nota-se que o particípio bendito (Eulogētos) é substituído pelo imperativo agradeçamos. O imperativo, por natureza, é injuntivo e pressupõe a ação do outro. Assim, a escolha da NTLH implica uma ação do interlocutor, o que não é esperado na ARA e na BJ, que ressalta o aspecto qualificativo “Deus é bendito”. Com essa opção, a NTLH deixa de preservar o jogo de palavras (eulogētos, eulogēsas e eulogia) claramente identificável no grego. Há também uma interpretação da expressão em Cristo (en Khristōi), explorando-se o conceito cristão de união mística de Cristo com seu povo, esclarecendo os leitores quanto ao sentido de estar em Cristo. Recorre-se, então, a escolhas que estabelecem uma relação mais próxima com o interlocutor, visando a facilitar o entendimento. No entanto, a intenção de tornar o texto mais claro nem sempre é bem vista pelo público receptor. Por sua estrutura, distanciada da tradição, a NTLH é vista tanto por protestantes como por católicos como uma tradução destinada a um público leigo.
Outro singular aspecto pode ser visto no léxico, mais especificamente no uso de termos teológicos. A comunidade religiosa conserva termos doutrinários que se tornam parte de sua consciência linguística (CRYSTAL, 1992). Seu uso implica a conservação da tradição, que se mantém não só no valor que se atribuiu ao termo como doutrina, mas também na escolha lexical que se manteve em versões anteriores.
Em Efésios 1:5 e 1:11, ocorre o uso de um termo teológico: predestinar. Convém ressaltar que não se questiona, nesse caso, se a tradução do termo é adequada ou não. A preocupação se fixa no fato de o termo resguardar toda uma tradição teológica que até hoje muitos buscam conservar. Verifique-se o uso no quadro abaixo:
 CONSERVAÇÃO DE TERMOS TEOLÓGICOS — PREDESTINAR — proorizō
 BJ    ARA  NTLH
 1:5 Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por Jesus Cristo, conforme o beneplácito de sua vontade,  1:5 nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,  1:5 Deus já havia resolvido que nos tornaria seus filhos, por meio de Jesus Cristo, pois este era o seu prazer e a sua vontade.
1:11  Nele, predestinados pelo propósito daquele que tudo opera segundo o conselho da sua vontade, fomos feitos sua herança, 1:11 nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade,  1:11 Todas as coisas são feitas de acordo com o plano e com a decisão de Deus. De acordo com a sua vontade e com aquilo que ele havia resolvido desde o princípio, Deus nos escolheu para sermos o seu povo, por meio da nossa união com Cristo.
 

Segundo o Dicionário internacional de teologia do Novo Testamento (COENEM & BROWN: 2000, p. 1796), o verbo proorizō, etimologicamente, significa “decidir de antemão”, “predestinar”. Esta última tradução tem sido utilizada na BJ e na ARA, como também em muitos tratados teológicos que discutem a questão da predestinação sob o ponto vista doutrinário. Além disso, há séculos esse tema tem sido alvo de controvérsias teológicas sobre seu real significado em relação à soteriologia. Assim afirma Elwell (1990, v. 3, p. 167): 
A doutrina da predestinação tem um aspecto amplo e mais estreito. Na sua referência mais ampla, refere-se ao fato de que o Deus Trino e Uno preordena tudo quanto vem a acontecer (Ef. 1.11, 22; cf. Sl. 2). Desde toda a eternidade, Deus tem preordenado de modo soberano tudo quanto virá a acontecer na história. O aspecto ou uso mais estreito do termo é que Deus, desde toda a eternidade, escolheu um grupo de pessoas para Ele mesmo, a fim de que elas fossem trazidas para a comunhão eterna com Ele, enquanto que, ao mesmo tempo, Ele ordenou que o restante da humanidade seja deixado para seguir seu próprio caminho, que é o caminho do pecado, para o castigo eterno final. Essas doutrinas são conhecidas como a da eleição e da condenação. Há os que aceitam a idéia de Deus escolhendo alguns para a vida eterna, mas rejeitam completamente qualquer idéia de um decreto de condenação (Rm. 9.16-19).
A predestinação é entendida como um ato divino que pode ser descrito sob dois pontos de vista. Uns acreditam que Deus escolheu alguns e condenou outros a viver uma vida de pecado sem possibilidade de perdão, e outros entendem que houve a escolha de alguns para a vida eterna, mas acreditam na possibilidade de os condenados se arrependerem para a salvação. Dessa forma, o termo referido nas Escrituras apresenta um caráter polêmico. Para os que aceitam predestinação como uma doutrina, a substituição desse termo por outro equivalente na tradução poderá causar controvérsias. Então, como o termo é traduzido?
Duas versões (BJ, ARA), católica e protestante, utilizam o termo predestinar nos versos em que aparece proorizō. Somente a NTLH opta por usar resolver (havia resolvido). A opção proposta pela NTLH, em si, não expressa o conceito teológico apreendido pela tradição do uso do termo predestinar. Assim, seu sentido teológico e doutrinário discutido há séculos é adaptado para uma expressão que não abrange sua historicidade. Pode-se, então, dizer que há entropia nesse caso, afinal a opção escolhida pela NTLH não expressa o conceito e a tradição teológica embutidos no termo predestinar.
Assim, a escolha de havia resolvido na NTLH priorizou, sobretudo, o receptor que desconhece a palavra predestinar e o seu significado básico. A palavra predestinar não é comum e, portanto, seu uso poderia provocar estranhamento no receptor comum quanto ao entendimento de seu sentido.  Entretanto, poderia causar também estranhamento para o receptor religioso, acostumado com o uso da palavra em sua comunidade interpretativa.
O propósito da tradução, sem dúvida, determina os rumos tomados em sua construção. Os aspectos estrutural e lexical que foram aqui observados ressaltam a busca do homem em expressar da melhor forma seus conteúdos, suas vivências, enfim, sua cultura. No contexto em que se insere a tradução bíblica, as traduções veladas BJ e ARA são mais aceitas. Isso se justifica pela própria necessidade que o leitor demonstra de encontrar no texto uma linguagem distanciada do comum. A tradução velada NTLH surge como uma nova proposta, contudo a maioria dos leitores religiosos a usa somente em situações de estudo individual ou como indicação de leitura para novos convertidos. Trata-se de diferentes propósitos alcançando diferentes grupos. Tal situação se justifica pela observação da relação existente entre contexto e linguagem e posiciona o tradutor na difícil tarefa de entender a cultura de uma comunidade discursiva a fim de expressar no texto traduzido o que o seu receptor procura.
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 1PRINCÍPIOS DA TRADUÇÃO. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010. Disponível em: http://www.sbb.org.br/interna.asp?areaID=60. Acesso em 14 de janeiro de 2010.
 2BÍBLIA de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2002.
  O texto em grego foi transliterado para facilitar a leitura.
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Mariú Lopes*

*É formada em Teologia, pelo Seminário Teológico Betel Brasileiro (2002), e em Letras-Tradutor, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2004). Mestre em Letras/Linguística pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2008) e doutoranda do Programa de Pós-graduação em Letras, pela mesma instituição.

FONTE:  http://www.vidanova.com.br/teologiabrasileira.asp

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