segunda-feira, 31 de março de 2008

quinta-feira, 27 de março de 2008

Somália

A Somália está localizada no extremo leste do continente africano, onde, junto com a Etiópia e o Quênia, forma a região semi-árida conhecida como Chifre da África. O território somali apresenta paisagens variadas com regiões montanhosas ao norte, desertos e savanas na área central e uma região subtropical ao sul.

Embora as estimativas de população variem muito, é certo que o país possui mais de sete milhões de habitantes, dos quais mais de um milhão já abandonou o território somali, fugindo da presente anarquia e caos social que afligem o país. Até 1993, cerca de 250 mil pessoas já haviam morrido, vítimas da fome e da guerra civil. A grande maioria da população pertence à etnia somali, que se divide em inúmeros clãs. Os quatro maiores clãs – Dir, Daarwood, Hawiye e Isxaaq –, no entanto, respondem por aproximadamente três quartos da população do país. Vinte por cento dos somalis pertencem aos vários clãs localizados no sul do país, considerados inferiores, e uma pequena minoria pertence à etnia dos bantos. Apenas 26% dos habitantes vivem em áreas urbanas e quase a metade da população tem idade inferior a 15 anos. O analfabetismo atinge mais de três quartos dos adultos somalis.

A Somália é uma das nações mais pobres do mundo e a renda per capita do país é de apenas US$ 110 por ano. Após anos de guerra civil, a economia entrou em colapso e é controlada por uma minoria que explora o narcotráfico, a venda de armas e o comércio de alimentos. A maioria dos somalis vive da pecuária e da agricultura de subsistência, e depende dos programas de ajuda humanitária.

A Somália tornou-se independente em 1960, quando italianos e britânicos se retiraram e o território foi unificado. Desde sua independência, tem tido conflitos com a Etiópia pela posse da região de Ogaden. A guerra fria acabou por beneficiar a Somália economicamente, pois o país recebia subsídios da União Soviética em um primeiro momento e, mais tarde, passou a recebê-los dos Estados Unidos. Apesar disso, os conflitos internos e externos acabaram por devastar a nação e sua população. Em 1991, uma sangrenta guerra civil derrubou a ditadura governante e lançou o país em uma anarquia civil, com mais de 20 clãs armados lutando entre si pelo poder. Em 1992, as Nações Unidas intervêm no conflito a fim de fornecer ajuda humanitária aos necessitados. Embora o caos e a luta entre os diversos clãs ainda persistam em quase todo o território somali, um governo de transição para promover o processo de paz foi estabelecido no ano 2000, após a iniciativa do presidente de Djibuti, Ismael Omar Guelleh, de reunir mais de 2 mil representantes somalis em seu país.

O islamismo é a religião oficial da Somália e, com raras exceções, a maioria dos somalis segue a tradição sunita. Há alguns hindus entre os indianos que trabalham no país.

A Igreja

Os primeiros missionários cristãos chegaram à Somália em 1881. Em quase um século de trabalho, eles conseguiram algumas centenas de convertidos, até que foram obrigados a se retirar do país em 1974. Em 1995, havia mais de 100 mil cristãos na Somália, mas a grande maioria constituía-se de refugiados das guerras na Etiópia. Existem apenas algumas centenas de convertidos entre os cidadãos somalis, todos vivendo sob severa perseguição.

A Perseguição


Em 1972, o governo tomou todas as propriedades das igrejas. Com a perda de suas instalações, a maioria dos missionários cristãos deixou o país. Os muçulmanos têm acusado as organizações cristãs de ajuda humanitária de aproveitarem a situação para divulgar o Evangelho. Tais acusações acabam atraindo a atenção da mídia e levando a ataques públicos contra os cristãos por parte dos jornais locais. Além disso, os partidos políticos muçulmanos têm publicado relatórios que detalham os programas evangelísticos e advertem severamente o povo somali a manter distância de tais atividades.

Foi no Canadá, no início dos anos 80, que Muhammad Hussein Ahmed (Haji) ouviu o Evangelho e converteu-se ao cristianismo. Este cidadão somali estava na América do Norte recebendo educação avançada, após formar-se na Universidade de Lafole, localizada próxima à capital somali, Mogadíscio. Ao retornar do Canadá, ele trabalhou como professor no Lafole Teachers Training Institute até o início da guerra civil. Em 1993, Haji foi contratado para a função de coordenador educacional por uma organização não-governamental.

Como era uma pessoa culta e letrada, Haji trabalhava no fornecimento de livros didáticos às escolas – que funcionavam sob circunstâncias extremamente difíceis no país. No final de 1994, ele começou a se sentir inseguro quando os fundamentalistas muçulmanos passaram a exercer sua ofensiva; afinal, eles já haviam assassinado cinco cristãos que moravam naquela área. Haji relatou que os muçulmanos o abordaram e lhe perguntaram porque ele não freqüentava a mesquita. Ele procurou apresentar todas as desculpas possíveis e imagináveis, mas eles continuavam a incomodá-lo. Seus opositores já sabiam que Haji era um cristão confesso, mas queriam testá-lo.

No ano seguinte, ele recebeu ameaças de morte e começou a pensar em deixar Mogadíscio. Alguns meses mais tarde, durante o Ramadã de 1996, observado nos meses de janeiro e fevereiro, Haji se mostrou muito aberto com relação à sua fé. Durante as refeições, o somali agradecia pelo alimento com orações que todos podiam ouvir. Um outro cristão contou que Haji acreditava que seria o próximo a ser morto.

Certa manhã, quando ele e seu filho caminhavam em direção ao escritório, um carro parou abruptamente perto deles. Alguns homens desceram e obrigaram Haji a entrar no veículo, desaparecendo em seguida e deixando seu filho para trás, que gritava em desespero. Alguns colegas cristãos começaram a ficar preocupados quando Haji não apareceu no escritório nas horas seguintes. Todos sabiam das ameaças, mas o medo evitava que alguém comentasse abertamente sobre elas. No dia seguinte, um corpo foi encontrado nas ruínas de uma casa nas redondezas. Era Haji. Ele havia sido assassinado com um tiro na nuca.

O Futuro

Embora o número de cristãos na Somália seja grande, quase todos são refugiados ortodoxos provenientes da Etiópia que detêm pouca ou nenhuma influência sobre a sociedade somali. Com a pressão exercida por cada setor da sociedade sobre os poucos milhares de cristãos de cidadania somali, o futuro da igreja no país é desencorajador. Mesmo o crescimento demográfico da igreja é nulo, porque a maioria dos cristãos somalis não são casados. Com exceção da Igreja Ortodoxa, todas as demais denominações cristãs presentes na Somália têm presenciado uma drástica diminuição do número de seus membros ao longo das últimas décadas. Este declínio parece não mostrar sinais de enfraquecimento e, se o quadro atual não sofrer uma mudança radical, o cristianismo corre sério risco de ser eliminado na Somália.

Motivos de Oração


1. O povo somali sofre com a anarquia política e social. Atualmente, o país é governado por líderes regionais que agem impune e violentamente. Cada líder mantém sob controle uma região específica e todos lutam entre si constantemente a fim de obter mais poder. A população encontra-se no meio do fogo cruzado. Ore pedindo o fim da anarquia e o estabelecimento de um governo estável.

2. Cristãos somalis vivem sob constante perseguição. Converter-se ao cristianismo é o mesmo que fazer um convite aos radicais para assassiná-lo. Todos os cristãos vivem sob severa perseguição e receiam pela própria segurança e a de seus familiares. Muitos travam uma luta íntima em relação à decisão de manter sua condição em segredo ou declarar-se abertamente e compartilhar a fé. Ore pedindo sabedoria e proteção aos cristãos somalis.

3. Grupos cristãos de ajuda humanitária sofrem com os ataques dos fundamentalistas islâmicos. Grupos humanitários cristãos podem oferecer uma importante ajuda para melhorar a qualidade de vida do povo somali. No entanto, muitos deles assumem um alto risco ao atuar no país. Comboios têm sido atacados e seus equipamentos confiscados. Além disso, alguns de seus funcionários já foram ameaçados e mesmo mortos. Ore por uma melhoria nas relações entre os ministérios cristãos e aqueles que detêm o poder local.

4. As transmissões de programas evangelísticos são prejudicadas pela imagem negativa divulgada pela imprensa. Os programas cristãos de rádio e televisão, assim como a literatura, têm colhido alguns frutos. Por essa razão, os ataques da mídia somali são constantes. Ore para que os frutos se multipliquem apesar dos ataques.

5. A igreja somali está quase extinta. Ore pela reimplantação das igrejas no país. Com apenas algumas centenas de cristãos somalis, é necessário que o trabalho missionário seja recomeçado da estaca zero. Isso exigirá métodos completamente inovadores para se alcançar o sucesso almejado. Ore e peça coragem e sabedoria aos líderes da igreja somalia.

FOTOS

Vista da capital, Mogadisciu


Edificio do Parlamento em Mogadisciu



Camelos pastando




Algumas paisagens do país




A bela, porém vazia costa, próximo a Mogadisciu





Um país despedaçado pela guerra

sexta-feira, 21 de março de 2008

A aprendizagem de línguas por missionários

Tendo em vista o momento histórico em que vivemos, em que Deus tem chamado homens e mulheres em todo Brasil para levarem as boas novas do Reino a outras culturas, creio que seja oportuno considerarmos um dos elementos essenciais para atravessarmos as barreiras culturais que nos separam desses diversos grupos: a aprendizagem de língua em idade adulta. Porque é necessário aprendermos a língua do povo a quem queremos nos dirigir? Cursos de missiologia, e principalmente de antropologia e missões, têm nos conscientizado da importância de apresentarmos o Evangelho de maneira relevante nas diversas culturas. Precisamos revelar às etnias não alcançadas o ato redentor de Cristo, a vida nova e eterna que nEle temos de maneira que possam compreender, e sem exigir que o comportamento resultante dessa revelação seja igual ao nosso, enquanto apenas um comportamento culturalmente definido como apropriado. Ora, como saberemos quais comportamentos são relevantemente apropriados como conseqüência do evangelho sem uma longa exposicão à cultura e um entendimento profundo da visão de mundo do povo? Isso só pode ser conseguido se nos dispusermos a ouvir o que eles têm a dizer, o que implica em conhecer bem sua língua. Por isso, ao sairmos do Brasil, precisamos ir com uma atitude formada de que temos muito a aprender. É essencial que nos lembremos que Deus não somente ama o povo que deve ser alcançado, Ele já está presente em seu meio, pelo simples fato de ser onipresente, e que é exatamente por causa desse amor que Ele nos envia. Não somos nós que levamos Deus a um povo, Ele já está lá, e portanto é Deus que nos leva a eles. E esse mesmo Deus é quem vai nos capacitar a enfrentar a tarefa de aprendermos a língua e compreendermos a cultura desse povo de maneira a comunicarmos as boas novas de Seu amor por palavras e ações.

CAPACIDADE OU ESFORÇO

Todos nós somos capazes de aprender línguas e já provamos isso pelo simples fato de que falamos pelo menos uma língua. É comum a idéia de que crianças em todo o mundo, em condições normais, "aprendem a falar” em aproximadamente dois a três anos. Apesar de continuarem seu desenvolvimento linguístico até a adolescência, com uma média de dois a três anos já encantam seus pais e os que com eles convivem com sua capacidade de expressão. A maneira como esse processo de aquisição de língua se dá tem sido motivo de um longo debate entre lingüistas, mas o fato é que é impressionante a "facilidade" com que a maioria de nós aprendeu a se expressar quando criança. No entanto, quando chegamos à idade adulta e queremos aprender outra língua, a coisa parece não ser tão fácil. Horas de estudo, listas de palavras e regras gramaticais são memórias não tão agradáveis para muitos de nós. Mas, se fomos capazes de aprender nossa própria língua, o que aconteceu que temos tanta dificuldade de aprender outra? Decerto muita coisa! Em primeiro lugar, como adultos, nossas necessidades já são supridas, ou seja, se não aprendermos a outra língua e não mudarmos de ambiente, continuaremos a sobreviver perfeitamente. Em segundo lugar, nossa experiência de aprendizagem de segunda língua se limita na maioria das vezes à escola e suas exigências. Em outras palavras, nossa motivação que antes era a sobrevivência foi muito diminuída. E língua que antes era um meio para o relacionamento com outras pessoas foi reduzida a um objeto de estudo em sala de aula. Acontece que motivação é exatamente a coisa mais importante na aprendizagem de línguas e língua é muito mais do que uma "matéria de escola”! Língua é e sempre será o vínculo que nos liga em sociedade, uma ponte a outros seres humanos e suas idéias. Portanto não é a falta de capacidade que se evidencia quando temos dificuldades com uma segunda língua, e sim a falta de uma motivação que gere um esforço suficiente para que a aprendamos. Embora existam pessoas com maior aptidão para a aprendizagem de línguas, autores concordam que havendo motivação suficiente para nos relacionarmos com um grupo, isto determinará mais do que qualquer outro fator nosso sucesso ou não em aprendermos a sua língua.

APRENDENDO A OUVIR


A afirmação de que a motivação é o fator mais importante na aprendizagem de uma língua é encorajadora. O missionário que vai a outra cultura deve perceber logo a importância da língua como seu vínculo àquela sociedade, o que o deveria motivar o suficiente a aprendê-la. Porém, sem dúvida há outros fatores além da motivação envolvidos no processo. O primeiro fator que queremos mencionar é que precisamos re-aprender a ouvir. De acordo com Jean-Yvon Lanchec,[1] ao aprendermos a falar, perdemos um pouco a capacidade de ouvir. Nossos ouvidos ficam tão treinados a ouvir os tipos de som de nossa língua que não ouvimos bem os sons de outras línguas. Como exemplo, falantes do alemão ouvem bem os sons médios, mal os sons agudos enquanto que falantes do espanhol ouvem muito bem os sons graves e falantes do inglês ouvem bem os agudos. O sotaque em outras línguas nem sempre é uma falha na produção, quando uma pessoa está tentando falar um som que ouviu. Muitas vezes reflete a incapacidade de ouvir bem e diferenciar os sons. Como exemplo podemos citar que muitos brasileiros produzem o "think” (pensar) do inglês da mesma maneira que produzem "sink” (afundar), porque em português não temos o som do "th” dessa palavra do inglês. Como o que ouvimos parece com o "s” inicial das palavras em português, na hora de produzirmos, utilizamos o "s”. Se às vezes nem conseguimos ouvir que há uma diferença, como resolver esse impasse? Creio firmemente que duas coisas são essenciais: a consciência de que precisamos gastar muito mais tempo escutando atentamente e a ampliação da nossa percepção de sons diferentes. Precisamos reaprender a ouvir. Como adultos participantes de diálogos na nossa cultura gastamos muito tempo falando. Quando chegamos a outra cultura temos de passar um bom tempo calados, observando e aprendendo, o que é uma mudança de comportamento à que temos de nos adaptar. Para a ampliação de nossa percepção, deveríamos ser expostos à fonética internacional de modo sistematizado, o que é possível através de um curso de fonética. Isso não quer dizer que vamos todos nos tornar professores de fonética, mas sim que aprenderemos a ouvir as diferenças de modo a identificá-las nas outras línguas. Uma vez identificadas as diferenças, teremos de perceber quais dessas diferenças são importantes na língua que queremos aprender. Diferenças do tipo acima mencionado, "th” versus "s”, são importantes no inglês. Sabemos disto porque se produzirmos um ou outro som estaremos produzindo duas palavras completamente diferentes. Em linguística se diz que são dois fonemas diferentes. Outras diferenças que precisamos aprender a escutar são diferenças de ritmo e intonação. Somente depois de aprendermos a ouvir é que seremos capazes de conscientemente melhorar nossa produção desses sons. Cabe aqui uma observação interessante: existe uma idéia de que algumas pessoas têm maior facilidade para aprender línguas. Um bom ouvido para música às vezes é apontado como causa. Ora, o que é um bom ouvido para música? É a capacidade de reproduzir facilmente um som ouvido. Parece-me, portanto, que além de uma facilidade de escutar variações nos sons, é muito importante a habilidade de imitar sem inibições. Pessoas que "pegam” o sotaque dos outros demonstram um desejo subconsciente de serem parte de um grupo e de serem aceitas via identificação, fatores que sem dúvida contribuem muito para aprenderem das pessoas sua língua bem como sua cultura.

APRENDENDO A SER FLEXÍVEL

Como é de se imaginar, aprender a identificar "novos” sons e produzí-los exige uma maior flexibilidade de nosso aparelho fonador. Nada como tentar produzir os "r”s do alemão para se entender que o exercício é indispensável. Nossos hábitos articulatórios são difíceis de quebrar! Outra dificuldade criada pelo fato de já sabermos uma língua é que nos acostumamos a uma estrutura determinada na gramática e na morfologia. Em português, numa afirmação, colocamos o sujeito e depois o predicado,por exemplo—[artigo + substantivo],[verbo + artigo + substantivo]. Outras línguas têm colocações diferentes, gramáticas e morfologias diferentes. Se quisermos transformar nossa sentença acima em uma pergunta, em português basta mudarmos a intonação. Os que estudaram inglês na escola se lembram de que em inglês o normal é se usar um verbo auxiliar ou então inverter a ordem do verbo e substantivo, além da mudança de intonação (a seguir:). O menino chutou a bola (. ou ? , afirmação ou pergunta dependendo da intonação) The boy kicked the ball. (afirmação) Did the boy kick the ball? (pergunta feita usando-se um verbo auxiliar, cuja intonação também é diferente) Vemos aqui que um segundo fator na aprendizagem de uma língua é que precisamos desenvolver uma flexibilidade. O uso correto dessas colocações diferentes exige treino. E é aí que o missionário se lembra da escola e desanima diante da idéia de repetições enfadonhas. A Dra. Betty Sue Brewster, professora de Aprendizagem de Língua na Cultura na Escola de Missões do Seminário Fuller, na Califórnia, apresenta uma alternativa interessante aos que se encontram desencorajados diante dessa tarefa. Ela sugere que, além de um treino com um auxiliar, essas repetições sejam feitas com um gravador, o que possibilita o treino à qualquer hora. Também sugere que alguns exercícios sejam feitos na comunidade. Por exemplo, a pessoa sairia de casa com uma sentença e um grupo de palavras, escritas num papel. Ao encontrar as pessoas na rua, diria: "Estou aprendendo _________(língua) há ____dias. Tenho algumas palavras escritas nesse papel. Vou falar uma sentença. Por favor diga uma destas palavras e eu vou substituir na sentença. (Aqui a pessoa fala uma palavra e você substitui) Falei certo? Muito obrigado (a)!” *Traduzido e adaptado de LEARN, H-4, p. 126.
Estas sentenças ( ou melhor dizendo, o equivalente a elas na cultura) seriam aprendidas de antemão de alguém que estaria auxiliando na aprendizagem da língua, e seriam praticadas com o auxílio do gravador. Já a estrutura da sentença seria treinada no contato com as pessoas, através da substituição da palavra no lugar certo da sentença. Sem dúvida pode ser uma opção bem mais embaraçosa socialmente, no sentido de que a comunidade vai conhecer os nossos erros, que muitas vezes vão parecer engraçados. Mas, por outro lado, o envolvimento com pessoas raramente é monótono! Solucionaria o problema da monotonia das repeticões, e assim proporcionaria um meio de se exercitar as novas estruturas para uma maior flexibilidade nesta área. Flexibilidade é portanto uma qualidade que precisamos possuir de maneira a expressarmos em estruturas diferentes e sons diferentes aquilo que queremos dizer.

APRENDENDO VALORES NOVOS


Se nossa tarefa se limitasse a conseguirmos os dois tipos de flexibilidade acima mencionados as coisas seriam bem mais fáceis. É que, voltando à idéia de que temos de comunicar de maneira relevante na cultura, precisamos também do tipo de flexibilidade que nos capacita a compreender os valores dessa cultura a que nos propomos ministrar. Temos de compreender o modo como essa língua é usada em sociedade. Alguns exemplos que vêm à mente são, em primeiro lugar, o uso de palavras com significado específico em certos contextos. Como ilustração, quando minha família começou a conhecer meu marido, que é americano, um dia nós o convidamos para assistir televisão. Lá pelas nove horas, ele disse que já ia embora. Minha mae, como boa brasileira disse: "É cedo!” Ele, não querendo quebrar nenhum costume desconhecido, ficou um pouco mais. A cena se repetiu até mais ou menos meia-noite, quando ele desconfiou que o significado da afirmacão era uma questão de educacão. É verdade que a estas alturas o "É cedo” deveria estar bem mais fraco. Outro exemplo é uma questão controvertida atualmente nos Estados Unidos. É a questão do uso de linguagem inclusiva. Existe, devido ao movimento feminista, um número crescente de mulheres que se ofendem pelo uso de palavras como "irmãos” para homens e mulheres. Por isso, mais pessoas têm usado "irmãos e irmãs” (ou até invertendo a ordem para "irmãs e irmãos”) nas igrejas de modo a não ofendê-las. No primeiro caso o missionário teria que aprender o uso de certas expressões de maneira a saber se comportar na sociedade. No exemplo acima, o risco de ofender alguém não seria tão grande. No segundo caso, o missonário precisaria compreender que se quisesse comunicar a um certo grupo, teria que usar palavras específicas, de modo a não ofender. Aprender a usar a língua no contexto social é indispensável à comunicação. Para isso, é necessário que tenhamos sempre a atitude de quem veio com dois objetivos: aprender e servir. Compreender como as pessoas se relacionam em sociedade e se submeter a essas regras de relacionamento não é tarefa fácil. O que é social geralmente é coercitivo e sem explicações. É assim porque é assim, produto de costumes e história que se misturam em processo cultural. Uma atitude de crítica ou de saudosismo é compreensível, já que geralmente somos socializados em nossa própria cultura de maneira absoluta, mas é também pouco produtiva, para não dizer destrutiva à comunicação, se justificarmos essa atitude e a deixarmos estabelecer raízes. Comunicar é se colocar em pé de igualdade, se colocar em comum, o que é impossível se concentrarmos nossas atenções nas diferenças entre as culturas, e na improbabilidade de nos adaptarmos às exigências de uma re-socialização.

MÉTODOS E ESTRATÉGIAS

O missionário é sem dúvida um privilegiado no que tange a aprender outra língua. Afinal não é qualquer um que pode ir morar onde se fala a língua que se quer aprender. Ele tem a oportunidade de conhecer a língua do dia a dia, no seu contexto próprio. Mas, quando se sabe que é necessário aprender uma língua, surge a pergunta: Como? As opções são várias: ir a uma escola antes de ir para o campo missionário, ir a uma escola no campo missionário, ir para as ruas com um gravador e arranjar alguém para ajudar, ter um professor particular, etc... Qual será a melhor estratégia? Minha opinião é que, uma vez preparado para aprender a língua o missionário deve se envolver logo na comunidade, procurando aprender o necessário para sua comunicação no dia a dia. Para isso pode utilizar a metodologia sugerida pelos Brewster, que mencionaremos a seguir. Porém, como esta preparação nem sempre é possível, o missionário deve decidir qual caminho o atrai mais. Uma pessoa que gosta de ler, gosta de estudar, gosta de escola, poderia procurar um curso recomendado e experimentá-lo. Existem algumas escolas especialmente preparadas para ensinar missionários e que foram estabelecidas exatamente porque os missionários tinham dificuldade de enfrentar a tarefa de aprendizagem de língua sozinhos. É o caso da Escola de Português e Orientação que funciona na JURATEL em Campinas. No entanto, se o objetivo de se aprender a língua é comunicar, qualquer curso deveria ser avaliado quanto sua eficácia em equipar o aluno para logo se relacionar à sociedade no seu dia a dia. O missionário deve se lembrar que estudar não é sinônimo de aprender, e que em questão de língua, a língua que se ensina em escolas é apenas parte e exemplo da língua usada em sociedade. Cabe-lhe portanto a tarefa de utilizar o que aprende na escola e ampliar em comunidade suas habilidades. Se ele puder aprender a língua antes de ir ao campo, terá que adaptar aquilo que aprendeu ao uso em sociedade no campo. Se começar os estudos depois de chegar ao local, terá que separar tempo para se envolver com a comunidade. Uma observação importante é que se vamos trabalhar com etnias não-alcançadas a probabilidade é maior de que não possamos aprender sua língua antes de estarmos em seu meio. É provável também que não haja um "curso,” de maneira que o missionário terá que procurar algum bilíngue que lhe sirva de "professor”, ou alguém que se disponha a ajudá-lo. Havendo ou não um curso ou uma pessoa que tenha alguma idéia sobre o que é necessário ensinar a um novato na cultura, o missionário deveria assumir a responsabilidade de descobrir o que precisa aprender. Esta tarefa foi empreendida por muitos missionários no passado e continua a ser realizada por missionários que sabem da importância de aprenderem bem a língua e por lingüístas de missões como a Wycliffe. Para a aprendizagem através do envolvimento com outras pessoas, seria aconselhável uma preparação, para que a pessoa aprenda uma metodologia e desenvolva uma disciplina. O método proposto em LAMP[2] dos Brewster aparece bem explicado em Português no capítulo 5 de Missiologia, livro de Larry Pate. Os Brewsters sugerem o uso de um auxiliar ou informante e um gravador, e um grande envolvimento com o povo desde o princípio. Estes autores colocam grande importância na posição de dependência do missionário de toda a comunidade para lhe ensinar a língua. Sua teoria é de que pessoas ajudam àqueles que têm uma necessidade, e que portanto se o missionário precisa aprender a língua e o demonstra, a atitude da comunidade lhe será favorável, o que não somente facilitará sua integração, como possibilitará logo de início oportunidade para o ministério. Minha curta experiência com esse método foi muito interessante. Para o curso que estava fazendo de aprendizagem na cultura escolhi aprender Tagalo, língua oficial das Filipinas, da comunidade que vive em Los Angeles. Em primeiro lugar, tive de arranjar uma auxiliar, o que foi fácil por causa da variedade de etnias presentes no seminário Fuller. Marita era uma graça! Quietinha, e sempre sorrindo, eu nunca teria desconfiado que seu pai e irmão tinham sido assassinados nos conflitos de seu país. Conhecê-la já foi excelente. Sua fé e sua disposição para servir me abençoaram. Com ela treinei as primeiras sentenças para comunicar na comunidade: Magandang umaga! (bom dia!) Kumusta ka? (como vai?) Gusto kong matuto ng Tagalo. (eu quero aprender Tagalo) Konti lang ang alan kong Tagalo (só sei um pouquinho de Tagalo) Salamat! (obrigada/o) Bye! (um tchau importado não sei de onde!) Gastei com Marita mais ou menos uma hora para conseguir o que queria comunicar. Depois tive que treinar com o gravador mais algumas horas para pronunciar direito as sentenças e por fim o teste: comunicar ou não nas ruas. Com dois filhos pequenos e um colega, cheguei ao centro de Los Angeles onde há um Centro Comunitário para imigrantes filipinos. Eu estava morrendo de medo e ao mesmo tempo querendo demais comunicar. Era uma grande aventura! Nem tudo deu certo! Já comecei errando a roupa. Vestida de jeans e camiseta sem manga, devo ter sido mal interpretada pelas pessoas daquela cultura conservadora. Um senhor mais velho, ao despedir-se de mim, me deu um beijinho na face. Eu quase caí de costas, mas como não conhecia a cultura, resolvi ignorar o acontecido. Continuei falando minhas sentenças, e quando voltei para casa estava pronta a aprender mais e voltar ao grupo para comunicar outra vez. Com o tempo, aprendi a me vestir para as visitas, pude dizer a algumas pessoas que era brasileira, crente, deixei de ser mal interpretada, pude observar aquela cultura, aquelas pessoas em seu dia a dia, e sinceramente apreciei muito o que vi e experimentei. Até hoje olho para os filipinos de maneira especial, porque senti a acolhida de alguns deles na cidade de Los Angeles. Gostaria ainda de sugerir que aqueles que vão trabalhar em um grupo que não possui sua língua na forma escrita ou que pretendem trabalhar na tradução da Bíblia passassem por um treinamento especial com o Summer Institute of Linguistics ou com a Associação Linguística Evangélica Missionária (ALEM) em Brasília.

QUAL LÍNGUA

Se até aqui tenho enfatizado a língua no contexto da comunidade deveria estar clara a conexão entre comunidade, língua e cultura. Para nos comunicarmos com um grupo de pessoas, uma comunidade, temos de conhecer sua cultura, através de sua língua. Estou repetindo este conceito porque muitas vezes surge a pergunta: Se vou a um país que tem como língua oficial o francês, por exemplo, deveria aprender francês ou um dos "dialetos” locais? Considerando o tipo de associação de língua oficial com a classe que a utiliza bem e com a lembrança que ela traz dos colonizadores que a trouxeram, deveríamos ser capazes de decidir se seu uso seria melhor ou pior. É provável que seja pior. De qualquer forma, se queremos comunicar verdades no nível afetivo, a melhor língua sempre é a língua materna. Em algumas situações, o conhecimento da língua oficial abriria portas ao aprendizado dos dialetos, porque seria mais fácil encontrar algum bilíngüe como auxiliar, mas se o missionário ainda não sabe a língua oficial, o ideal seria concentrar os seus esforços para aprender uma língua de cada vez, morando entre os falantes e participando de seu dia a dia. Uma outra observação sobre essa função da língua oficial como ponte aos dialetos é que em alguns casos se o missionário não souber a língua oficial, mas conhecer alguma outra língua mais usada em todo o mundo, por exemplo o inglês, poderá usá-la. Afinal, será bem mais fácil encontrar alguém que conheça uma dessas línguas e muito mais fácil ter uma língua para qual traduzir do que tentar aprender tudo por encenação e uso de objetos.

CONCLUINDO

Escrevi esse artigo com a intenção de despertar idéias sobre como podemos nos preparar para a aprendizagem de outra língua, tendo em mente as possibilidades apresentadas ao missionário transcultural. Muitas das idéias aqui expostas não são minhas próprias, mas de autores diversos, entre eles os Brewsters, Smalley, Hesselgrave, etc... Eu mesma sou missionária brasileira e bilíngüe, tendo que usar o português ou o inglês, dependendo do ambiente. Em termos de aprendizagem, nunca devemos nos contentar com o que pensamos saber de uma língua. Sempre há possibilidade de se melhorar. Sempre nos expressaremos melhor em uma ou outra língua, dependendo do assunto que tratamos e nossa dedicação a tentarmos compreendê-lo em determinada língua. Portanto, devemos sempre conservar nossa flexibilidade quanto a novos sons, novas estruturas e novas maneiras de se enxergar e interpretar o mundo, de modo a darmos o melhor de nós na comunicação do Evangelho a outras culturas.

NOTAS FINAIS [1] Psico-Linguística e Pedagogia das Línguas, Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1977.
[2] Language Acquisition Made Practical, Pasadena, Lingua House, 1976. --------------------------

[i] Marta Carriker é missionária brasileira da Igreja Presbiteriana (EUA) desde 1979. Compõe músicas evangélicas brasileiras, e é professora de "Linguística e Aprendizagem de Línguas” para futuros missionários no Centro Evangélico de Missões.

sábado, 15 de março de 2008

E-book para download: Árabe para Principiantes


Caro irmão, se você se interessa em aprender a língua árabe, eis aqui uma boa forma de iniciar seus estudos: Baixe o e-book Árabe Para Principiantes.
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Fotos e informações sobre a Indonésia



A Indonésia está localizada no sudeste do continente asiático e é o mais extenso arquipélago do planeta, estendendo-se desde o Oceano Índico até o Pacífico. Abrange cerca de 17 mil ilhas, das quais 6 mil são inabitadas. Em geral, as ilhas apresentam planícies costeiras e montanhas no interior. Densas florestas estão presentes em dois terços do território indonésio.

Mais de 212 milhões de pessoas vivem no país, tornando a Indonésia o lar da maior população muçulmana do mundo. Cerca de um terço dos habitantes têm idade inferior a 15 anos e a expectativa de vida gira em torno de 62 anos. A população é constituída de diversos grupos étnicos, alguns dos quais abrangem milhões de pessoas, e a maioria ainda não foi alcançada pelo Evangelho.

O governo indonésio é baseado na lei romano-holandesa, modificada por conceitos indígenas e por novos códigos criminais. A Indonésia travou uma amarga e sangrenta batalha contra os holandeses por sua independência, que finalmente aconteceu em dezembro de 1949. Após a queda do ditador Suharto em maio de 1988, a liberdade política começou a se tornar uma realidade para os cidadãos indonésios.

Quanto à sua economia, a Indonésia foi transformada pela produção de aço, alumínio e cimento no período de 1965-1970. Atualmente, o setor bancário indonésio é visto como vulnerável e o país possui um alto endividamento externo. Além disso, práticas não competitivas que favoreciam os interesses financeiros do presidente Suharto e seus partidários ainda estão em vigor. A força de trabalho abrange cerca de 66 milhões de pessoas, mas a taxa de desemprego está em torno de 15%. A maioria da população trabalha na agricultura e na indústria. A educação escolar primária é obrigatória e aproximadamente três quartos dos indonésios são alfabetizados. A Indonésia possui 900 universidades.

Cerca de 78% da população é muçulmana, mas há também há um pequeno número de animistas, hindus e budistas. O cristianismo abrange cerca de 12% da população.

A Igreja

O número de cristãos no país é de aproximadamente 25 milhões. A forte presença do cristianismo cresce cerca de 5% ao ano, com o surgimento de mais de um milhão de novos adeptos todos os anos. Apesar da grande hostilidade e das ações radicais de alguns grupos religiosos, muitos muçulmanos estão cada vez mais curiosos a respeito do cristianismo e abertos a receber Bíblias.

A Perseguição

A constituição reconhece o direito de escolha religiosa e a liberdade de evangelização, desde que a tranqüilidade religiosa não venha a ser quebrada. Na prática, a liberdade de escolha de religião se restringe ao islamismo, protestantismo, catolicismo e hindu-budismo. Igrejas podem ser edificadas e cursos podem ser lecionados nas escolas. Até alguns feriados cristãos são celebrados nacionalmente. Entretanto, existe um claro favorecimento aos muçulmanos. Subsídios governamentais são utilizados para patrocinar professores muçulmanos, mesquitas e escolas. Algumas vezes, os muçulmanos fazem uso da violência, destruindo escolas e igrejas cristãs. O sentimento anticristão é mais presente nas áreas densamente povoadas por muçulmanos, como o extremo norte da ilha de Sumatra.

Mais ao leste, a cidade-ilha de Ambon e outras partes da província de Molucas foram palco de recentes choques e distúrbios sectaristas. No início de 1999, quando os conflitos em Ambon começaram, no segundo dia do festival de Idulfitri,* o adolescente Roy Pontoh, de apenas 15 anos, tornou-se um dos mais jovens cristãos a morrer por sua fé em Cristo.

* N. do E.: Idulfitri é o nome de um festival islâmico realizado ao final do período muçulmano de jejum conhecido por Ramadã.

Os colegas de escola de Roy jamais esquecerão quando ele foi abordado pelos agressores muçulmanos que lhe perguntaram:

"Quem é você?"

"Sou um soldado de Cristo", respondeu Roy.

Ao ouvirem isso, os agressores amputaram seu braço esquerdo. Com a intenção de convencer o jovem rapaz a negar sua fé, eles repetiram a pergunta. Ao ouvirem a mesma resposta, os muçulmanos amputaram-lhe o braço direito. Ainda não satisfeitos, os homens tentaram forçar Roy a dizer Allahu Akbar – expressão que significa "Alá é o Maior" –, mas ele apenas respondeu:

"Pelo que sei, Jesus é o único Senhor."

Imediatamente, os agressores abriram seu estômago com golpes de faca. As últimas palavra de Roy foram:

"Sou um soldado de Cristo."

Desde então, é possível que mais de mil pessoas tenham perdido suas vidas em choques sectaristas nas ilhas Molucas. Embora um grande número de líderes e pastores cristãos também tenham sido martirizados nos conflitos religiosos locais – que até o momento não mostram sinais de trégua –, a morte de Roy Pontoh foi marcante por ele ser apenas um jovem adolescente e não ter negado sua fé em Jesus mesmo diante da morte certa.

O corpo do garoto foi enterrado próximo a sua casa. Quando a segunda onda de conflitos irrompeu em julho de 1999, deixando em ruínas mais de dois terços da cidade de Ambon, sua casa também foi destruída. A família mudou-se para uma cidade distante em Irian Jaya, onde o pai de Roy trabalha no departamento florestal.

O Futuro


Apesar da perseguição, a igreja está crescendo. Estima-se que os cristãos na Indonésia somem mais de 65 milhões em 2050. É provável também que a tensão e o recrudescimento da violência entre muçulmanos e cristãos persistam nas próximas cinco décadas.

Motivos de Oração

1. A igreja indonésia tem desfrutado de uma longa história de paz. Por séculos, cristãos e muçulmanos têm vivido em harmonia. Somente no final dos anos 90 isso começou a mudar, quando radicais incitaram a violência sectarista. Ore para que as tensões diminuam e a reconciliação seja instaurada.

2. A igreja indonésia tem colhido muitos frutos. Louve a Deus pelo crescimento da igreja cristã. Ore pedindo sabedoria aos líderes da igreja local para realizarem tanto a evangelização como o discipulado e o treinamento dos novos convertidos, a fim de que estes possam se tornar evangelistas.

3. A igreja indonésia goza da liberdade de culto. Agradeça a Deus pelo enorme testemunho resultante da celebração de datas cristãs e da construção de igrejas e escolas. Ore para que a igreja saiba aproveitar essas oportunidades com sabedoria.

4. A igreja indonésia tem sofrido intensamente os efeitos dos conflitos étnicos e das tensões religiosas. Recentemente, a Indonésia tem vivido dias de intensos conflitos e choques religiosos que resultam em inúmeras mortes e significativos danos à economia. O recrudescimento da violência contra a minoria cristã, particularmente em Java e Sumatra, já resultou na morte de pelo menos dez cristãos e na destruição de dezenas de igrejas. Ore pedindo que as tensões cessem e que os cristãos possam servir à Indonésia por meio de um ministério de reconciliação.

www.portasabertas.org.br


Visão noturna de Jakarta, capital da Indonésia

Vulcão Krakatoa, na Indonésia

A paradisíaca Bali, Indonésia

Reunião de Muçulmanos

Estátua de Buda no templo Borobudur, em Java (Indonésia)

Barcos de pesca em Pagandaran, Indonésia

O Dragão de Komodo, verdadeiro fóssil vivo e um dos animais símbolo do país.

Dançarinas típicas da Indonésia

Crianças indonésias

Banco da Indonésia

Alegria, mesmo na pobreza

Monges budistas

quinta-feira, 13 de março de 2008

Informação e Fotos da Coréia do Norte


Localizada na metade setentrional da Península da Coréia, no leste asiático, a Coréia do Norte é caracterizada por altas montanhas separadas por vales estreitos e profundos. Densas florestas cobrem cerca de dois terços do país.

A população coreana é de aproximadamente 24 milhões de pessoas. Uma parcela de 33% desse total possui idade inferior a quinze anos, enquanto 60% dos habitantes vivem em áreas urbanas. A expectativa de vida é de 50 anos. Etnicamente, a população norte-coreana é constituída quase que totalmente por coreanos (99%). Há um pequeno número de chineses, mas pouquíssimas minorias étnicas. Tal situação – similar à realidade sul-coreana – permitiria que o Evangelho se difundisse rapidamente no país, ainda que enfrentasse algumas barreiras culturais.

A história recente da Coréia do Norte tem sido bastante sofrida. A Coréia foi dividida em dois países logo após a II Guerra Mundial como uma conseqüência da Guerra Fria. Antes disso, porém, o país foi ocupado pelo Japão por 35 anos, entre 1910 e 1945. Em junho de 1950, tropas norte-coreanas invadem a Coréia do Sul em uma tentativa de unificação do regime comunista. O conflito armado durou três anos e culminou com a vitória sul-coreana, tendo causado sofrimentos significativos à região. A zona desmilitarizada entre os dois países continua sendo uma das áreas mais fortificadas e impenetráveis do mundo. A guerra quase irrompeu novamente no fim da década de 90, mas foi evitada graças a esforços diplomáticos. Não obstante, ainda há uma grande tensão entre as duas Coréias.

Atualmente, a Coréia do Norte é um estado comunista controlado ditatorialmente por um homem – o presidente Kim Jong Il. A nação permanece fechada para o mundo exterior, porém as dificuldades econômicas e a fome crescente geraram alguma abertura, especialmente para ministérios de cunho social.

A economia norte-coreana é pobre e o trabalhador ganha em média apenas US$ 900 por ano. Quase metade da força de trabalho atua na agricultura ou na pesca. A grande maioria da população é alfabetizada e tem acesso à educação. Apesar de alguma modernização, a fome ainda é um grande problema social. Observadores estimam que três milhões de norte-coreanos já morreram de inanição, embora os dados oficiais sejam muito inferiores, informando apenas 220 mil mortes.

Quase 70% da população não professa nenhuma religião. O restante segue crenças asiáticas como xamanismo, confucionismo ou budismo. A Coréia do Norte tem sido profundamente marcada por um "culto à personalidade" que elevou o falecido ditador King Il Sung à posição de um deus. O governo utiliza severos controles para incutir essa ideologia sobre cada cidadão, que inclui o culto a Kim Il Sung e a seu filho Kim Jong Il, o atual presidente. Todas as religiões contrárias a esta ideologia são proibidas.

A Igreja

Menos de 2% da população é cristã, apesar de o cristianismo ter uma longa história na região. Antes da guerra, o país era palco de um reavivamento. A capital, Pyongyang, abrigava quase meio milhão de cristãos, constituindo na época cerca de 13% da população. Após a guerra, muitos cristãos fugiram em direção ao sul ou foram assassinados. Atualmente, há três igrejas na cidade, mas elas são basicamente "igrejas de fachada", servindo à propaganda política. Quase todos os cristãos na Coréia do Norte pertencem a igrejas não registradas e clandestinas.

A Perseguição

A perseguição aos cristãos foi intensa durante o período de dominação japonesa, especialmente devido à pressão exercida pelos dominadores para a adoção do Xintoísmo como religião nacional. Desde a instalação do regime comunista, a perseguição tem assumido várias formas. Em um primeiro momento, os cristãos que lutavam por liberdade política foram reprimidos. Depois, o governo tentou obter o apoio cristão ao regime, mas como não obteve êxito em sua tentativa, acabou por iniciar um esforço sistemático para exterminar o cristianismo do país. Edifícios onde funcionavam igrejas foram confiscados e líderes cristãos receberam voz de prisão. Ao serem derrotados na Guerra da Coréia, soldados norte-coreanos em retirada freqüentemente massacravam cristãos com a finalidade de impedirem sua libertação. O governo norte-coreano exige o registro de todas as igrejas e de seus membros.

O Futuro


Apesar das pressões atuais, o futuro da igreja é muito promissor. O número de cristãos, estimado hoje em 450 mil, está crescendo rapidamente e poderá somar mais de um milhão por volta de 2050. Observadores da Coréia do Norte também acreditam que muitas das restrições atuais serão suspensas ainda no início deste século, talvez com uma possível mudança de governo. Se isso ocorrer, espera-se que o Evangelho seja rapidamente difundido entre a população norte-coreana, assim como ocorreu na Coréia do Sul.

Motivos de Oração

1. A igreja está crescendo. Louve a Deus pelo crescimento da igreja e pela capacidade dos cristãos norte-coreanos de divulgar o Evangelho mesmo sob rígidas restrições. Ore para que novas oportunidades de evangelismo sejam descobertas.

2. O país sofre com a fome e a desintegração econômica. A situação atual é terrível, mas Deus está usando esse sofrimento para o bem. Portas estão se abrindo para o Evangelho à medida que o governo torna-se cada vez mais favorável a aceitar os ministérios cristãos de ação social e humanitária. Ore para que esta pequena abertura na esfera governamental possa expandir-se rapidamente.

3. O povo sofre com a obrigação de cultuar os líderes do país. Como o rei Dario à época de Daniel e os Césares do Império Romano, o governo instituiu um culto à personalidade, exigindo adoração ao falecido rei Kim Il Sung e ao seu filho, que o sucedeu no governo. Ore para que o vazio dessa falsa religião torne-se evidente e para que os norte-coreanos busquem o Deus verdadeiro.

4. Organizações missionárias voltadas para a Coréia prosseguem em sua preparação. Louve a Deus pelo grande volume de recursos que estão sendo disponibilizados para ajudar a Coréia do Norte. Ore para que as organizações missionárias encontrem formas de realizar seu trabalho nos dias de hoje. Ore também para que estas organizações estejam preparadas para agir conjuntamente quando as portas do país se abrirem para o exterior.

5. Entrar no país exige muita criatividade. Louve a Deus pelas formas criativas – que incluem até balões – utilizadas pelos norte-coreanos para levar o Evangelho para dentro de seu país. Ore para que esses esforços tenham resultados significativos.

6. Os cristãos coreanos sofrem com a falta de Bíblias. A maioria dos cristãos não possui sua própria Bíblia e muitos sequer têm acesso a uma. Ore para que ministérios cristãos consigam suprir o país com Bíblias. A maioria das Bíblias tem que ser contrabandeada e equipes de entrega continuam sendo necessárias.
www.portasabertas.org.br


Mulheres norte-coreanas


Pescando


Militar de um vilarejo na fronteira com a China


Tower of Juche Idea


Ruas vazias em Pyongyang



A capital Pyongyang


Jovens músicas norte-coreanas


Metrô em Pyongyang


Estátua de Kim Il Sung


Grande Teatro de Pyongyang
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