terça-feira, 27 de abril de 2010

Mudança de realidade

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Ricardo Miranda

Sempre que paramos para escrever, até mesmo pelo nosso dia a dia esbarramos e paramos na questão financeira. Não que missões seja um point de arrecadação, mas sem dinheiro é impossível fazer missões, creio que disto os amados leitores são conscientizados.
Nesta edição queremos falar de um assunto até mesmo desconhecido na área financeira, que é a mudança de realidade no campo. Para que se trabalhe com precaução vamos falar do "caixa de reserva’’ ou "mante-nedores de reserva". Por que?
Muitos missionários e suas respectivas igrejas ou agências quando na formação do projeto calcula-se que ele, o missionário, irá depender de um valor "X". A partir deste cálculo, monta-se o projeto e quando atinge aquele valor calculado, então se despede o missionário. Daí em diante ele começa a correr um certo risco, que é a mudança de realidade naquela nação que por tanto tempo se sonhou em alcançar.
Imaginamos o seu missionário chegando em uma nação estranha com aquele valor "X" e às vezes em questões de meses haja algumas turbulência econômica, e essas turbulências podem ser associadas a diversos fatores como fatores meteo-rológicos, instabilidade política ou mesmo uma instabilidade econômica, todos estes fatores podem elevar o custo de vida em uma região ou às vezes em uma nação. E aí o missionário, juntamente com sua igreja, começa também a sofrer o efeito daquelas conseqüências que aquele país esteja atravessando, só que ele lá no campo e a igreja aqui. Vejamos que boa parte dos missionários está em paises que passam por estes problemas e até mesmo países de economia estável poderão sofrer turbulência econômica. A economia mundial é na sua maioria globalizada e basta uma noticia negativa na bolsa de valores de Nova Délhi, na Índia, que se começa uma derrubada de outras bolsas. Quem não se lembra da crise russa na década de noventa? Crise Argentina e tantas outras, e o mundo econômico é assim: o dólar sobe e arrasta também os juros, e o missionário no campo começa então a sofrer a chamada pressão financeira, chegando às vezes a ponto de abandonar o campo, simplesmente por uma falta de precaução daqueles que com tanto carinho montaram aquele projeto.
Para que tal coisa não venha acontecer com seu missionário eis algumas orientações:
1º- Quando atingir o valor desejado de seu projeto, insira uma quantia a mais em torno de 20% para que esta porcentagem faça um calço em uma eventual necessidade.
2º- Investigar ao máximo a economia daquele país para onde o projeto estiver direcionado, principalmente nos paises de primeiro e segundo mundo, um bom parâmetro para isto é o risco país, os de terceiro todos nós conhecemos o nível.
Pesquisamos muito a questão cultural de um povo e isto é ótimo, enfatizamos muito a comunhão do missionário para com Deus e isto é fundamental mas às vezes esquecemos da parte econômica para que o servo do senhor não passe por pressões financeiras no campo. Existem hoje abnegados servos do senhor que trabalham com economia e mercado e não é demais uma consultoria prévia a um deles.
3° - É importante que a retaguarda mantenha uma boa comunicação com o missionário no campo para identificar a mudança de realidade econômica que o afeta e buscar novos mantenedores, de forma a corrigir o sustento dos "Embaixadores de Cristo" naquela nação.
Por sua vez, é importante que os missionários busquem formas possíveis de se adequarem à nova realidade econômica, antes de cumularem dívidas que possam afetar seu relacionamento com Deus, com a Igreja enviadora ou com o povo onde vive.
Talvez você pense que Paixão pelas Almas agora tenha encarte de economia e que esta coluna não tenha aquela tradicional referência bíblica. Mas eu te digo que os homens de negócios quando vão investir em um país eles passam até anos pesquisando a economia daquele país para dali ganharem seus muitos dólares, e nós? "Pois qual de vós querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?" (Lc 14:28), Jesus já nos instruiu a respeito disto. Somos também homens de negócios que enviamos um representante não para ganhar dólares mais sim, valiosos almas que estão pressas nas mãos de Satanás.
Então amados sejamos prudentes e vigilantes.

Fonte: http://www.semipa.org.br

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