sexta-feira, 13 de junho de 2014

Conheça um pouco sobre as divisões internas do Isl@mismo



Muçulmanos ou Islâmicos

São os seguidores do Islã ou Islamismo, a segunda maior religião do mundo, com mais de 1,6 bilhão de adeptos (atrás apenas do Cristianismo, com 2,2 bilhões de fieis). O Islamismo é uma religião monoteísta que tem o Corão como livro sagrado e Maomé como o principal profeta. O Corão é considerado a palavra revelada de Deus e os ensinamentos de Maomé, chamados de ‘suna’, são exemplos da conduta muçulmana. A população muçulmana se divide entre sunitas, 85%, e xiitas, 15%. Essas duas correntes, contudo, contêm diversas subdivisões.


Divisão entre Sunitas e Xiitas

Maomé morreu no ano 632 d.C. sem deixar sucessor. Os califas (líderes espirituais) que o sucederam foram escolhidos por aclamação entre os fiéis. Porém, muitos muçulmanos queriam que a sucessão respeitasse os laços consanguíneos do profeta, o que apontava para Ali bin Abi Talib, primo e genro de Maomé, que também insistia na sucessão dentro da linhagem imediata da família.
A expressão Shi’atu Ali – “partido de Ali”, em árabe – deu origem ao termo “xiita”. Ali só foi aclamado califa em 656 d.C., depois que os três líderes religiosos anteriores morrerem. Sua ascensão deu origem a uma guerra civil e acabou com a unidade entre os muçulmanos.
Os xiitas seguem uma forma mais interpretativa da suna, a compilação dos ensinamentos de Maomé, adaptando seus preceitos aos dias atuais. Os sunitas acreditam que se deve seguir a suna à risca, por isso, consideram os xiitas heréticos e os tratam como cidadãos de segunda classe nos países onde são minoria.

Subdivisões entre xiitas

Alauitas: Os alauitas veneram santos cristãos, comemoram o Natal e a Páscoa e não usam véu. Para eles, Ali é mais importante que Maomé. Consideram-se xiitas, mas, para muitos muçulmanos, não passam de uma seita peculiar. 
Duodecimanos: maioria entre os xiitas. Para eles, existiram doze descentes de Ali com direito a guiar o Islã. O mais novo deles teria desaparecido no século IX e retornará um dia para liderar o povo muçulmano.
Ismaelitas:  Distanciaram-se dos duodecimanos no século VIII e reconhecem apenas sete descendentes de Ali (o último deles se chamava Ismael).
Zaiditas: Reconhecem apenas os cinco primeiros imãs e divergem quanto à identidade do último deles. Não acreditam na infalibilidade dos imãs nem que eles tenham inspiração divina.

Subdivisões entre sunitas

Hanafitas: Membros da primeira escola jurídica, que estabeleceu o Corão, as tradições de Maomé e a analogia como bases para a lei islâmica. Apesar de se apoiarem na unidade da comunidade muçulmana mundial, aceitam os costumes locais como fonte secundária de aplicação da lei.
Malikitas: Para eles, a legislação se baseia principalmente nos costumes das comunidades que viviam na Medina antiga, priorizando as opiniões tradicionais e a analogia em um julgamento legal. A hadith (conjunto de narrações tradicionais de palavras e atos de Maomé) não deixa de ser utilizada, mas isso é feito mais arbitrariamente.
Shafitas: Fazem o julgamento legal com base principalmente no Corão e na suna e são mais rígidos em relação a decisões pessoais sobre temas que não estão no Corão. O consenso e a analogia são vistos como secundários, utilizados apenas para resolver possíveis ambiguidades.
Hanbalitas: Aceitam como guias apenas o Corão e a suna. Somente um imã tem autoridade para opinar, e, caso haja discordância entre dois imãs, a posição daquele que estiver mais de acordo com as escrituras prevalecerá.
Wahabitas: O wahabismo é uma forma puritana do sunismo que acredita que os livros sagrados devem ser seguidos literalmente. A interpretação dos sábios não é aceita. Os wahabitas mais conservadores consideram os xiitas e demais muçulmanos hereges.
Ibaditas: Não são considerados nem sunitas nem xiitas, apesar de terem mais semelhanças com os primeiros. Para eles, o líder muçulmano deveria ser escolhido pelos chefes das comunidades com base em sua sabedoria e piedade. Não deveriam ser consideradas a raça nem a ascendência do candidato.

Salafistas
São adeptos de uma corrente mais radical do islamismo político. Entre os salafistas são comuns os casamentos arranjados e a poligamia. Alguns compram suas mulheres. Conhecidos por impor sua ideologia, almejam a restauração do Império Islâmico do século VII, cujo domínio se estendia por todo o Oriente Médio até a Espanha. 

Drusos
São uma pequena facção islâmica muito fechada e com ritos secretos. Eles habitavam a região das Colinas de Golã, território no sul da Síria ocupado por Israel na guerra de 1967. Em árabe, Golã significa ‘a montanha dos drusos’.  Hoje, os drusos encontram-se espalhados no Líbano, Israel, Síria, Turquia e Jordânia.

Bahá'ís
Ex-xiitas que elaboraram uma nova religião monoteísta juntando conceitos islâmicos, judaicos e cristãos. Foi fundada por Bahau Lláh na Pérsia do século XIX, região que hoje abriga o Irã. Estima-se que existam entre cinco a seis milhões de bahais espalhados por mais de 200 países. Os bahais não possuem dogmas, clero, nem sacerdócio. Incluem entre seus mensageiros sagrados Krishna, Abraão, Buda, Jesus e Maomé. Hoje há cerca de 300 000 bahais no Irã, onde são perseguidos pela maioria muçulmana que os considera hereges.

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